A Hypera Pharma (ex-Hypermarcas) entrou na disputa para comprar os ativos da farmac�utica Takeda no Brasil e na Am�rica Latina, apurou O Estado de S. Paulo com fontes pr�ximas �s negocia��es. O valor da opera��o � de cerca de US$ 1 bilh�o. A companhia japonesa, que entrou no Brasil em 2011, vendeu sua divis�o de rem�dios gen�ricos h� dois anos e tamb�m colocou � venda a �rea de medicamentos isentos de prescri��o (OTC, na sigla em ingl�s).
At� ent�o, a EMS, que pertence ao grupo NC, do empres�rio Carlos Sanchez, era apontada como favorita para comprar os neg�cios da Takeda. Maior farmac�utica nacional, a EMS j� tinha adquirido no in�cio de 2018 a Multilab, divis�o de medicamentos gen�ricos da empresa japonesa. No ano passado, o grupo nacional tamb�m entrou na disputa pela compra de outros ativos da companhia, que � dona de marcas como Neosaldina, Dramin, Eparema e Nebacetin.
A multinacional quer focar sua estrat�gia em medicamentos inovadores - em 2018, comprou a farmac�utica brit�nica Shire, especializada em doen�as raras.
Rival no p�reo
Principal concorrente da EMS no Pa�s, a Hypera Pharma, do empres�rio Jo�o Alves de Queiroz Filho, conhecido como Junior, decidiu entrar no p�reo pelos neg�cios da Takeda para aumentar seu portf�lio de medicamentos isentos de prescri��o. No ano passado, o grupo desembolsou R$ 1,3 bilh�o pelas marcas Buscopan e Buscofem, que pertenciam � alem� Boehringer Ingelheim.
Fontes a par do assunto afirmaram que a companhia de Junior quer comprar 100% do neg�cio, avaliado entre R$ 4 bilh�es e R$ 4,5 bilh�es. Os planos s�o fazer uma oferta de a��es para se capitalizar.
O Bank of America (BofA) est� assessorando as negocia��es pelo grupo Takeda. As discuss�es est�o sendo tratadas pelos executivos da matriz da farmac�utica japonesa.
Outras empresas nacionais, como a Biolab, chegaram a avaliar o neg�cio, mas as conversas n�o avan�aram. A Takeda n�o estaria disposta a vender os neg�cios em partes. A companhia tem f�bricas na Argentina e no M�xico. Por conta dessa estrat�gia, potenciais compradores esfriaram o interesse pelo neg�cio. A uruguaia Megalabs e a brit�nica Reckitt Benckiser tamb�m tinham avaliado os ativos, segundo fontes. Procurados, Hypera, BofA e EMS n�o comentam o assunto.
Imp�rio de marcas
Criada para ser a "Unilever brasileira", a Hypermarcas foi idealizada no in�cio dos anos 2000 por Junior e cresceu, desde ent�o, por meio de aquisi��es de empresas e marcas. O grupo, que j� foi dono da Arisco, Bozzano, Etti e Assolan, come�ou a montar seu imp�rio farmac�utico em 2007. Por conta dessa estrat�gia agressiva de crescimento, o grupo, que concentrou em An�polis seu complexo industrial, acumulou pesadas d�vidas.
Em 2011, o grupo passou a vender seus neg�cios de bens de consumo e alimentos para reduzir o endividamento. Ap�s vender seus neg�cios de consumo para a Coty, por R$ 3,8 bilh�es, e a divis�o de fraldas para a Ontex, por R$ 1 bilh�o, o grupo passou a ser uma empresa 100% de medicamentos. Em 2018, tornou-se de vez Hypera Pharma.
Alvo da opera��o Tira Teima, desdobramento da Lava Jato, a companhia afastou seus principais diretores em 2018 da gest�o do grupo. No dia 12 de fevereiro, o Minist�rio P�blico Federal (MPF) denunciou Junior e os ex-executivos Nelson Mello, Carlos Roberto Scorsi e S�lvio Tadeu Agostinho.
Na den�ncia, o MPF coloca o dono do grupo e os ex-diretores como suspeitos de integrarem esquema envolvendo parlamentares para favorecer os interesses do grupo farmac�utico.
A a��o penal � resultado das investiga��es realizadas ap�s acordo de colabora��o firmado com Nelson Mello, ex-diretor institucional da Hypera.
Sobre esse tema, o grupo afirma que tem colaborado com a Justi�a nas investiga��es. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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