
Rio – No primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro, a economia brasileira patinou e apresentou desempenho fraco, pior at� que nos dois anos anteriores. Em 2019, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado ontem pelo IBGE, foi de 1,1%, fechando a R$ 7,3 trilh�es. Esse percentual ficou abaixo das expectativas de analistas no in�cio do ano passado e da expans�o de 1,3% registrada em 2018 e 2017. Em 2016 e 2015, houve queda do PIB, com -3,3% e -3,5%, respectivamente.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o pequeno crescimento est� dentro do previsto. "� medida que as reformas v�o acontecendo, e elas v�o ser implementadas, o Brasil vai reacelerando. Ent�o, est� tudo dentro do previsto. Eu nem entendi essa como��o toda: 'Ah, 1,1%'. O que eles esperavam? Era 1% que n�s t�nhamos dito que ia crescer no primeiro ano. No segundo ano, a gente acha que � acima de 2%, prosseguindo com as reformas", declarou o ministro.
O baixo crescimento da economia brasileira em 2019 explica-se por uma s�rie de fatores. Entre eles, a incerteza em torno das reformas econ�micas, que retardou investimentos; a desacelera��o da economia argentina, que reduziu as exporta��es brasileiras; o desastre de Brumadinho, que puxou para baixo o resultado da ind�stria. Para os analistas, apesar da exist�ncia de 11,9 milh�es de pessoas na fila do desemprego, o consumo das fam�lias sustentou a alta de 1,1% do PIB em 2019.
"S�o tr�s anos de resultados positivos, mas o PIB ainda n�o anulou a queda de 2015 e 2016 e est� no mesmo patamar do primeiro trimestre de 2013", analisa Rebeca Palis, coordenadora das Contas Nacionais do IBGE. "A maior contribui��o para o avan�o do PIB vem do consumo das fam�lias, que cresceu 1,8%. Pelo lado da oferta, o destaque foi o setor de servi�os, que representa dois ter�os da economia."
O setor de servi�os cresceu 1,3%, puxado por atividades de informa��o e comunica��o (4,1%), atividades imobili�rias (2,3%), com�rcio (1,8%), outras atividades de servi�os (1,3%), atividades financeiras, de seguros e servi�os relacionados (1%) e transporte, armazenagem e correio (0,2%). A atividade de administra��o, defesa, sa�de e educa��o p�blicas e seguridade social se manteve estagnada no ano.
Na ind�stria, que apresentou crescimento de 0,5% em 2019, a atividade de eletricidade e g�s, �gua, esgoto, atividades de gest�o de res�duos aumentou 1,9% em rela��o a 2018, puxada pelo crescimento de 1,6% na constru��o. J� o destaque negativo ocorreu em ind�strias extrativas, com queda de 1,1% no ano. Ind�strias de transforma��o ficaram est�veis em, 0,1%. "A ind�stria teve um comportamento diferente em rela��o a 2018, puxada pelo crescimento na constru��o, ap�s cinco anos de desempenho negativo. J� a ind�stria de transforma��o, que havia crescido mais em 2018, ficou estagnada em 2019", ressalta Rebeca Palis.
Na agropecu�ria, que cresceu 1,3% e tem um peso de apenas 5% no c�lculo do PIB, os destaques foram lavouras como o milho, que registrou crescimento de 23,6% e expressivo ganho de produtividade; algod�o (39,8%), laranja (5,6%) e feij�o (2,2%). Em contrapartida, houve varia��o negativa em culturas como caf� (-16,6%), arroz (-12,6%), soja (-3,7%) e cana (-1%). O desempenho da pecu�ria em 2019 foi influenciado positivamente pelo estreitamento da rela��o comercial com a China, por conta da peste su�na no pa�s asi�tico.