
A previs�o � do presidente da seccional em Minas Gerais da Associa��o Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-MG), Ricardo Rodrigues. Segundo o dirigente, os comerciantes j� est�o demitindo funcion�rios por causa da redu��o de demanda.
Rodrigues explica que o isolamento social adotado para evitar a propaga��o do v�rus � especialmente prejudicial para os bares e restaurantes, uma vez que a maior parte das empresas do segmento � de pequeno porte. “Se o governo n�o ajudar, as empresas n�o v�o aguentar essa redu��o de movimento, que chega a 90%”, afirma.
Por isso, o presidente da Abrasel-MG entrou em contato com o governo estadual para tentar negociar um al�vio nas contas de �gua e luz, por meio da Copasa e Cemig. Al�m disso, Rodrigues afirma que tenta avaliar o que pode ser feito com rela��o ao Simples estadual. No entanto, o dirigente n�o havia recebido retorno at� a tarde desta quarta-feira (18).
Em meio � crise, a recomenda��o da Abrasel-MG aos bares e restaurantes � apostar nos pedidos por delivery, que devem apresentar aumento de demanda nas pr�ximas semanas. “Estamos recomendando todos os cuidados com a parte de sa�de. Temos de implementar a reclus�o social, n�o tem jeito”, diz Ricardo Rodrigues.
Nacionalmente, a previs�o de cortes no setor tamb�m � de 50% da for�a de trabalho. Dos 6 milh�es que trabalham em bares e restaurantes em todo o Brasil, 3 milh�es devem perder os empregos nos pr�ximos 30 ou 40 dias, de acordo com proje��es do presidente da Abrasel, Paulo Solmucci. Segundo o dirigente, o faturamento das empresas do setor praticamente zerou nos �ltimos dias e os empres�rios n�o teriam recursos para cobrir as folhas de pagamento.
De acordo com a Abrasel, o faturamento dos bares e restaurantes j� caiu entre 30% e 70% em rela��o ao normal com a queda de movimento causada pela pandemia. O presidente da associa��o afirma que participou de reuni�o com o presidente Jair Bolsonaro, na qual pediu est�mulos fiscais ao governo federal.
Para Solmucci, a solu��o para evitar a quebradeira seria o Estado ajudar a pagar os sal�rios ou ativar o seguro desemprego dos trabalhadores. “N�o d� para o Estado continuar achando que o mercado vai se ajustar. Agora tem que ter a m�o forte do Estado para salvar o pequeno empres�rio do Brasil”, afirma o presidente da Abrasel.
Demiss�es s�o inevit�veis
O pessimismo do setor de bares e restaurantes ainda n�o � totalmente compartilhado pelo com�rcio. O Sindicato dos Comerci�rios de Belo Horizonte e Regi�o n�o foi informado de nenhuma demiss�o por causa da redu��o de demanda pelo coronav�rus. Por�m, o presidente do sindicato, Jos� Cloves Rodrigues, afirma que h� risco de demiss�es em pouco tempo. “Com uma queda de movimento de at� 40%, o comerciante precisa fazer alguma coisa. Ou vai fechar ou vai demitir”, diz.
Para garantir os empregos, o presidente do sindicato dos comerci�rios da capital afirma que est� conversando com os representantes patronais. “Estamos vendo a possibilidade de f�rias coletivas ou alguma outra medida. A sa�de � importante, mas o emprego tamb�m”, afirma Jos� Cloves Rodrigues.
A Associa��o dos Lojistas de Shopping Centers de Minas Gerais (AloShopping-MG) tamb�m ainda n�o registrou nenhuma demiss�o desde o in�cio da crise de coronav�rus, mas v� as demiss�es como inevit�veis se a situa��o piorar. “A queda das vendas j� chegam a 70%. Os lojistas j� n�o aguentam redu��o de 50%. Nunca houve algo assim. Mas n�o h� previs�o de demiss�o imediata”, afirma o superintendente da associa��o, Alexandre Fran�a.
Segundo o dirigente, os sindicatos e demais representantes do com�rcio est�o em negocia��o para evitar os desligamentos. “Estamos avaliando uma s�rie de medidas para aliviar os comerciantes e evitar as demiss�es”, afirma Fran�a. Ele defende que os shoppings contribuam, isentando os lojistas dos alugueis nesse per�odo. “� prov�vel que os shoppings fechem. Mais de 30 dias de shopping fechado � insustent�vel para o lojista. A situa��o � grav�ssima”, conclui Fran�a.
A C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) afirma que n�o houve demiss�es em nenhum setor do com�rcio da capital, j� que os efeitos da pandemia ainda s�o recentes. J� as assessorias de imprensa dos shoppings BH Shopping, Diamond Mall, P�tio Savassi, Del Rey e Esta��o BH afirmaram que n�o receberam nenhuma informa��o de desligamento de funcion�rios at� o momento.
Caso esteja receoso de que pode ser demitido, o que o funcion�rio pode fazer? A recomenda��o da advogada especializada em direito trabalhista Cl�udia Fernandes � conversar com o patr�o. “Se voc� acha que a situa��o est� dif�cil e pode ser demitido, chegue ao empregador e fa�a uma proposta alternativa. Como sair de f�rias, tirar licen�a n�o remunerada, redu��o ou parcelamento tempor�rio do sal�rio”, diz a advogada.
Por causa da poss�vel natureza tempor�ria da crise, a advogada acredita que os empregadores devem dispensar apenas os funcion�rios que n�o considerem essenciais. “Dispensar � caro e ningu�m quer demitir um bom funcion�rio. Por isso, quem conversar com o patr�o vai ser visto como algu�m que veste a camisa da empresa”, afirma.
Por�m, no caso da demiss�o, Cl�udia Fernandes destaca que � necess�rio que o trabalhador garanta que vai receber o termo de rescis�o de contrato e a baixa na carteira para ter direito ao fundo de garantia.
*estagi�rio sob supervis�o da editora-assistente Vera Schmitz