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Estado de Minas Coronav�rus

Casas para eventos e festas vivem dias de incertezas

Com casamentos adiados e cancelamento de eventos de empresas, casas de BH enfrentam misto de reembolsos que ter�o de ser feitos e receitas frustradas


20/03/2020 04:00 - atualizado 20/03/2020 07:19

Pedro Neto e Letícia se casariam na histórica Tiradentes no fim de abril (foto: Album de Família)
Pedro Neto e Let�cia se casariam na hist�rica Tiradentes no fim de abril (foto: Album de Fam�lia)
Depois da proibi��o do funcionamento de casas de eventos pela Prefeitura de Belo Horizonte, como medida para conter a propaga��o da pandemia do novo coronav�rus, os buf�s da capital preveem tempos dif�ceis nos pr�ximos meses. As empresas j� contabilizam preju�zos de R$ 1 milh�o desde o in�cio da crise envolvendo a doen�a respirat�ria. Por�m, a maioria das festas foi adiada para o segundo semestre, quando as empresas esperam repor as perdas. Enquanto isso, os patr�es avaliam dar f�rias coletivas para os funcion�rios, para evitar as demiss�es.
 
Rafael Delazari mudou viagem para Brasília, mas terá de esperar processo interno na companhia para remarcar destinos europeus(foto: Arquivo pessoal)
Rafael Delazari mudou viagem para Bras�lia, mas ter� de esperar processo interno na companhia para remarcar destinos europeus (foto: Arquivo pessoal)
Nas duas �ltimas semanas, os buf�s de BH acumularam preju�zos de cerca de R$ 1 milh�o, segundo estimativa do presidente do Sindicato Intermunicipal das Empresas de Buf�s de Minas Gerais (Sindbuf�/MG), Jo�o Teixeira Filho. O valor inclui reembolsos que ter�o de ser feitos aos clientes e receitas que estavam planejadas para entrar no caixa das empresas este m�s. J� a redu��o da demanda foi de 60% no mesmo per�odo.

Teixeira Filho afirma que os meses de janeiro e fevereiro normalmente s�o fracos para o setor, e a baixa emendou com a crise provocada pela pandemia. “De duas semanas pra c� a situa��o em Minas Gerais tomou propor��es inacredit�veis”, diz.
 
Ainda de acordo com o presidente do Sindbuf�/MG, os clientes pessoas f�sica – que fazem casamentos, formaturas e anivers�rios – preferem adiar os eventos para o segundo semestre do ano. J� os eventos corporativos, de empresas, est�o sendo cancelados. “Por ser um maior n�mero de convidados, �s vezes de outros estados ou at� fora do pa�s, as empresas est�o cancelamento mesmo”. Teixeira Filho afirma, ainda, que as empresas est�o muito prejudicadas com essa situa��o e boa parte ter� que fechar temporariamente e aguardar que a situa��o volte ao normal.
 
Para que os buf�s consigam passar por essa fase de turbul�ncia, presidente do Sindbuf�/MG avalia com os governos federal, estadual e municipal a possibilidade de prorrogar o recolhimento de impostos e com bancos a flexibiliza��o de empr�stimos. Na �rea trabalhista, o dirigente garante que as casas de eventos v�o fazer o poss�vel para evitar demiss�es no per�odo. A alternativa seria o desligamento tempor�rio dos funcion�rios por at� 90 dias. “N�o faz sentido demitir nessa situa��o porque a demanda no segundo semestre ser� muito grande. Al�m disso, o mercado n�o vai absorver esse trabalhador desempregado”, argumenta.
 
O Buffet Catharina, localizado no bairro Estoril, Regi�o Oeste de Belo Horizonte, n�o recebeu nenhum pedido de cancelamento de festas. Os clientes est�o solicitando que os eventos sejam adiados para o segundo semestre. Outros est�o aguardando a posi��o das igrejas para tomar a decis�o sobre os casamentos.
 
A diretora comercial da empresa, Virg�nia Menezes, afirma que poucos clientes novos apareceram desde o in�cio da crise. “O nosso foco est� sendo manter o nosso cliente que quer fazer a festa, mas em outra data. T�nhamos eventos marcados para esse final de semana, que n�o poder�o ser realizados por causa do decreto [da prefeitura]”, conta.
 
De acordo com a diretora comercial do buf�, a empresa n�o est� cobrando multa contratual ou nenhum tipo de encargo extra para cancelar os eventos. Virg�nia n�o sabe precisar o preju�zo, mas acredita que as perdas s�o inevit�veis, principalmente com as compras de alimenta��o.

Cacos A situa��o no Buffet Sausalito, no Sion, na Regi�o Centro-Sul da capital, � mais grave. A propriet�ria, Mariana Silva Costa, conta que precisou demitir dois funcion�rios da �rea da limpeza ontem. “Minha empresa n�o est� preparada para isso. Vou esperar passar o pior e ver o que sobrou para juntar os cacos”, lamenta. Por outro lado, os eventos foram todos adiados para maio.
 
A empres�ria ainda tem que lidar com forte redu��o do movimento em seu restaurante, que funciona no mesmo espa�o do buf�. Mariana decidiu dar f�rias para praticamente todos os funcion�rios. “Vou aguardar as decis�es das associa��es de restaurantes para ver o que podemos fazer para recuperar”, afirma.
 

Sonho ficou para novembro

N�o � s� na capital que eventos est�o sendo cancelados ou adiados por causa do coronav�rus. Tamb�m no interior, festas de casamento e anivers�rios programados desde o ano passado est�o sendo remarcados para o segundo semestre. Se para os buf�s significa preju�zo, para os clientes muitas vezes � o adiamento de um sonho.
 
� o caso do advogado Pedro Neto e sua noiva, Let�cia Jardim Bernardes, moradores de BH. Eles se casariam na hist�rica Tiradentes no final de abril, mas diante do quadro de pandemia tiveram de remarcar para novembro. “Foi uma decis�o muito dif�cil. Planejamos tudo com mais de um ano de anteced�ncia, mas com a atual situa��o n�o vimos outra sa�da. Resolvemos na segunda-feira que seria o melhor a se fazer”, disse Pedro.
 
O noivo conta que o buf� n�o criou problemas, foi flex�vel e, por sorte, havia data para a realiza��o da festa, programada para 350 pessoas. Muitas pousadas alugadas pelos convidados tamb�m est�o remarcando a estadia sem alterar os pre�os ou devolvendo o valor j� pago. “Apenas algumas est�o dificultando as negocia��es e aumentando o pre�o. Outras est�o ocupadas na nova data e os convidados est�o em tratativas para que tudo se resolva da melhor maneira poss�vel”, disse.
 
Pedro Neto sabe que vai amargar preju�zo financeiro com o adiamento, mas n�o sabe ainda quanto. Por enquanto, ele e a noiva t�m se dedicado a disparar liga��es e mensagens de whatsapp para avisar os convidados que a festa vai rolar – mas s� no final do ano.


Suspensos 183 voos por Confins


O setor a�reo � um dos que mais v�m sofrendo os efeitos da pandemia do novo coronav�rus. O fechamento de fronteiras pelos governos de v�rios pa�ses e o temor de viajar dentro do pa�s devido � propaga��o da doen�a afasta os passageiros, o que se reflete em queda brusca de receita nos balan�os das empresas do ramo. Com a baixa demanda, diversos voos est�o sendo cancelados. S� no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na Grande Belo Horizonte, mais de 180 voos deixaram de ser operados.

De acordo com a BH Airport, concession�ria que administra o terminal, desde o �ltimo domingo, a suspens�o de rotas aumentou de forma consider�vel, com 12 cancelamentos de voos. O n�mero subiu, na segunda-feira, para17 suspens�es. Na ter�a-feira, 34 viagens deixaram de sair do terminal. Na quarta-feira, houve 56 cancelamentos, um voo a mais que os n�meros registrados ontem. Com isso, totalizam-se, at� o momento, 183 voos cancelados.

A BH Airport informou que at� o �ltimo dia 11 n�o havia cancelamentos de voos partindo do aeroporto. Nessa data, a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) decretou a pandemia do novo coronav�rus. As suspens�es de rotas passaram a ficar mais frequentes, por�m, com n�meros relativamente baixos, variando de dois a tr�s cancelamentos.

O t�cnico tribut�rio Rafael de Souza Delazari, de 37 anos, tinha viagem marcada para Bras�lia na pr�xima ter�a-feira. Ele iria � capital federal para participar de um evento, que foi cancelado por causa da pandemia. Com a restri��o, preferiu remarcar a viagem em lugar de pedir reembolso do valor gasto com a passagem. “Comprei a minha passagem em novembro, durante a Black Friday. Remarquei para outros fins, j� que o evento n�o teve outra data definida”, contou.

Rafael tamb�m adquiriu bilhetes rumo � Europa, onde ficaria por 18 dias viajando por cidades como Paris, Roma e Amsterd�. O embarque est� marcado para dia 26 de maio, mas o t�cnico tribut�rio optou tamb�m por remarcar a viagem, com o receio de n�o conseguir chegar aos destinos finais.

“Inicialmente iria esperar at� abril (para remarcar), mas como a situa��o est� se agravando por aqui, mesmo que na Europa se normalize, pode ser que pro�bam brasileiros de entrar nos pa�ses”, ressaltou.

Delazari n�o encontrou dificuldades para remarcar a viagem para Bras�lia. No entanto, n�o est� sendo f�cil reagendar a data do seu bilhete para o embarque rumo � Europa. “Estou tentando mudar para 1º de setembro, mas tem cinco dias que estou tentando ligar para a companhia a�rea e n�o atendem. N�o respondem �s mensagens pelas redes sociais. Hoje, me responderam e pediram para que eu entrasse em contato depois do dia 31 de mar�o. Segundo a mensagem, minha viagem est� dentro da pol�tica de remarca��o sem custos, mas o processo � bem complexo”, concluiu.
 


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