Compras pela internet disparam at� 40% com impacto do novo coronav�rus

Os consumidores que decidiram evitar contatos mais diretos com outras pessoas para se proteger do novo coronav�rus est�o ampliando as compras pela internet. Na primeira quinzena deste m�s, foi registrada alta de 30% a 40% nos pedidos online em rela��o ao igual per�odo do ano passado, segundo entidades do setor. Os produtos que dispararam em vendas foram aqueles ligados � prote��o da sa�de, em especial o �lcool gel e, nos �ltimos dias, alimentos.

Segundo dados do Compre e Confie, empresa do grupo ClearSale que trabalha com intelig�ncia de mercado e atua no ramo de antifraude para e-commerce, a alta das vendas totais foi de 40% nos primeiros 15 dias do m�s. S� os itens de sa�de tiveram crescimento de 124%.

No comparativo entre igual intervalo de 2019 e 2018, as compras via internet tinham aumentado 4%, informa Andr� Dias, diretor executivo da empresa e coordenador do Comit� de M�tricas da camara-e.net, principal entidade multissetorial da Am�rica Latina. Alimentos e bebidas tiveram alta de 30% e eletrodom�sticos de 37%. A �nica categoria que teve queda foi a de eletr�nicos, de 23%.

Dias ressalta que o faturamento setor cresce um pouco abaixo das vendas pois o t�quete m�dio das compras caiu, com procura maior por produtos de menor valor. A plataforma n�o mant�m dados sobre servi�os de delivery de comida, como iFood, Uber Eats e Rappi.

A Associa��o Brasileira de Com�rcio Eletr�nico(ABComm) informa que, desde o fim de semana, algumas lojas virtuais registraram alta de mais de 180% em transa��es nas categorias de alimentos e sa�de. Para outros segmentos, o presidente da entidade, Maur�cio Salvador, calcula crescimento m�dio de 30%.

Ele acredita que o setor est� preparado para aumentos sazonais, como ocorre na �poca da Black Friday, mas admite que algumas lojas virtuais "j� est�o comunicando em seus sites possibilidade de atrasos e substitui��o de produtos por conta da ruptura de estoques."

Salvador ressalta que, apesar dessa alta atual nos neg�cios, a crise deve afetar o e-commerce. Antes da crise do coronav�rus, a ABComm previa volume financeiro de R$ 106 bilh�es para o setor, 18% acima do registrado em 2019, mas nas pr�ximas semanas a proje��o ser� refeita para baixo.

Refor�o de pessoal

O Mercado Livre, uma das grandes plataformas online do Pa�s, registrou na primeira quinzena do m�s avan�o de 65% nas vendas de produtos dos segmentos de sa�de, cuidado pessoal e alimentos e bebidas, na compara��o com igual per�odo de 2019. A compara��o envolve itens como m�scaras protetoras e �lcool gel e produtos de primeira necessidade (alimentos, papel higi�nico, fraldas etc). Para atender a alta demanda, a empresa est� refor�ando o time de log�stica. "Nosso planejamento prev� antecipar para um prazo imediato a curva de contrata��o prevista para tr�s meses", afirma Leandro Bassoi, vice-presidente de Mercado e Envios para a Am�rica Latina.

O e-Bit Nielsen, empresa de mensura��o e an�lise de dados, constatou que as vendas online de �lcool gel bateram recorde nesse m�s, com faturamento de R$ 1 milh�o, depois de as vendas j� terem crescido 310% em fevereiro ante mar�o. A subcategoria, que antes representava menos de 1% da categoria Sa�de, ampliou sua participa��o para 9% no fim da semana passada.

Segundo o fundador da empresa de integra��o de sistemas de e-commerce Wevo, Diogo Lupinari, desde segunda, quando foram iniciadas as movimenta��es de home office, o n�mero de pedidos di�rios passaram de 8 mil para 40 mil. J� a plataforma de entregas colaborativas Eu Entrego, que realiza em m�dia 3 mil entregas por dia para o varejo nacional, viu a demanda por seus servi�os saltar para 15 mil entregas/dia desde o in�cio da semana passada.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.