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Estado de Minas ECONOMIA

Gasolina 40,5% mais barata nas refinarias, em 2020, n�o chega �s bombas

Pre�o do combust�vel nos postos caiu apenas 2,1%, na m�dia nacional, e 2,4% em Minas. Previs�o, agora, � de queda no custo com a pandemia do novo coronav�rus


postado em 26/03/2020 06:00 / atualizado em 26/03/2020 11:15

Em revendas de BH, valor do litro do combustível ficou 3,1%, em média, mais baixo neste mês(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Em revendas de BH, valor do litro do combust�vel ficou 3,1%, em m�dia, mais baixo neste m�s (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Ap�s oito redu��es do pre�o da gasolina nas refinarias anunciadas neste ano pela Petrobras, o motorista n�o v� a queda chegar �s bombas nos postos de combust�veis. Para analistas do setor que observam a dificuldade de o benef�cio alcan�ar o bolso da popula��o, s� o encolhimento da demanda nos revendedores, como resultado do impacto do novo coronav�rus sobre a economia, dever� baratear a gasolina no varejo nos pr�ximos meses.

A Petrobras anunciou nessa quarta-feira (24) um corte de 15% no pre�o nas refinarias, o nono ajuste feito em 2020 para as distribuidoras. As redu��es vem em um ano marcado por disputa de mercado entre pa�ses produtores de petr�leo, e instabilidade nas bolsas de valores no mundo devido ao avan�o da pandemia do coronav�rus. Dessa sucess�o de repasse, houve um aumento do pre�o. Com a �ltima redu��o, a estatal estima que o pre�o caiu 40,5% no atacado desde o in�cio do ano. Enquanto isso, segundo dados da Ag�ncia Nacional do Petr�leo, G�s Natural e Biocombust�veis (ANP), entre janeiro e mar�o o pre�o do litro do combust�vel nos postos do pa�s caiu em m�dia 2,1%.

Na pesquisa da semana de 12 a 18 de janeiro, a m�dia nacional do pre�o era de R$ 4,586. No levantamento feito do dia 15 a 21 de mar�o, o valor era R$ 4,486. Ou seja, a diferen�a foi de 10 centavos por litro em tr�s meses. A tend�ncia se confirmou em Minas Gerais e em boa parte das maiores cidades do estado. A compara��o das pesquisas realizadas no meio de janeiro e em meados de mar�o mostra queda de 2,4% no pre�o m�dio da gasolina nos postos mineiros.

No in�cio do ano, a m�dia do pre�o no estado saiu de R$ 4,815 por litro em janeiro para R$ 4,698 em mar�o. Em Belo Horizonte, em tr�s meses, a m�dia de custos para o consumidor recuou 3,1%, de R$ 4,674 para R$ 4,525 o litro. Em Contagem, na Regi�o Metropolitana de BH, a queda foi um pouco mais expressiva no per�odo. Em janeiro, os postos da cidade cobravam, em m�dia, R$ 4,72 o litro. Em mar�o, passaram a cobrar R$ 4,536, baixa de 3,89%.

Betim, tamb�m na Regi�o Metropolitana da capital, registrou retra��o de 1,2% em tr�s meses. O litro da gasolina no munic�pio custava em m�dia R$ 4,665 em janeiro e R$ 4,606 em mar�o. No interior do estado, os pre�os nos postos tamb�m n�o refletem os sucessivos reajustes da Petrobras este ano.

Em Juiz de Fora, na Zona da Mata, a m�dia de pre�o do litro da gasolina entre 12 e 18 de janeiro era de R$ 4,882. De 15 a 21 deste m�s, desceu a R$ 4,853. Isso significa diferen�a de aproximadamente tr�s centavos no bolso do consumidor, com varia��o de 0,59%. Por outro lado, em Uberl�ndia, no Tri�ngulo, a varia��o em tr�s meses foi de 5,1%. O pre�o m�dio do litro do combust�vel caiu de R$ 4,891 para R$ 4,64.

Estoques

De acordo com a ANP, os pre�os registrados na pesquisa da semana de 15 a 21 de mar�o s�o os menores desde o fim de novembro de 2019, descontada a infla��o. No entanto, nenhuma varia��o na m�dia de pre�os nem sequer se aproxima do corte total de 40,5% feito pela Petrobras nas refinarias.

Na avalia��o de analistas ouvidos pelo Estado de Minas, os reajustes da Petrobras demoram – ou nem chegam – a ser sentidos pelos consumidores na pr�tica por causa da alta tributa��o e da perda ao longo da cadeia de distribui��o de combust�vel. “O sistema de tributos no Brasil � injusto. Se a reforma tribut�ria n�o for aprovada, vai ser sempre assim”, afirma o analista da corretora Mirae Asset, Pedro Galdi.

J� Feliciano Abreu, coordenador do site agregador de pre�os Mercado Mineiro, explica que a redu��o da Petrobras “vai se perdendo” ao longo da cadeia, que inclui, entre as refinarias e os postos, os distribuidores. Abreu acredita que a demanda reduzida por combust�vel, com as cidades vazias por causa da pandemia de coronav�rus, vai obrigar os donos dos postos a demorar cada vez mais a renovar os estoques, que foram comprados com os pre�os antigos. Ou seja, os repasses s�o arrastados por mais tempo.

Contudo, mesmo sem os repasses, a previs�o � de que os pre�os da gasolina caiam – ou pelo menos n�o subam – nos pr�ximos meses. Pedro Galdi aponta que a pr�pria baixa da procura provocada pela COVID-19 � o principal fator para isso. “A redu��o da demanda ser� muito forte e a competi��o vai for�ar queda. N�o consigo identificar de quanto, mas vir�”, afirma o analista.

Baixa concorr�ncia cont�m repasses

O analista Pedro Galdi observa que a guerra de pre�os entre a Ar�bia Saudita e a R�ssia continua puxando o pre�o do barril de petr�leo no mercado internacional para baixo. Esse contexto � a principal raz�o para os cortes feitos pela Petrobras nos custos da gasolina nas refinarias. Por�m, o analista acredita que os pa�ses “devem se entender” ainda em 2020. “O pre�o baixo n�o � bom para ningu�m”, conclui.

Enquanto isso, os postos de combust�vel devem passar por uma fase dif�cil, assim como boa parte do com�rcio, lembra Feliciano Abreu, diretor do site de pre�os Mercado Mineiro. “O dono do posto vai ser obrigado a baixar o pre�o por causa da concorr�ncia. Ele vai ter que assumir esse preju�zo de certa forma para atrair os poucos consumidores que est�o rodando. A tend�ncia no longo prazo � de preju�zo para os postos”, analisa Abreu.

Questionado sobre a demora dos repasses da Petrobras para os postos, o Sindicato do Com�rcio Varejista de Derivados de Petr�leo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) afirmou, em nota, que n�o estima um per�odo para que o consumidor sinta redu��o de pre�os. O sindicato apresentou como raz�es para esse posicionamento o fato de n�o haver tabelamento no setor, n�o ser papel da associa��o e por n�o fazer junto aos postos levantamentos de dados comerciais.

“Os estabelecimentos revendedores de combust�veis s�o apenas mais um elo na cadeia de comercializa��o. Sendo assim, o Minaspetro ressalta que os postos, sendo o �ltimo e mais visado elo no segmento de distribui��o e revenda, dependem de decis�es e repasses – caso estes aconte�am – por parte dos outros agentes do setor; ou seja, governo, refinarias, usinas de etanol e companhias distribuidoras”, afirma a nota.

No texto, o Minaspetro ainda manifesta insatisfa��o com os impostos que incidem sobre os combust�veis. Na avalia��o do sindicato, a tributa��o no setor “sufoca o empres�rio, fecha dezenas de estabelecimentos em todo o Brasil e impede o crescimento sustent�vel do pa�s”. 

(*) Estagi�rio sob a supervis�o da subeditora Marta Vieira


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