O setor de bares e restaurantes se uniu para suplicar a ajuda dos bancos e do governo Bolsonaro para combater os estragos da pandemia do coronav�rus nos neg�cios e nas vidas das 6 milh�es de pessoas que suportam o segmento. Em carta aberta �s institui��es financeiras, destinada aos banqueiros, listam em torno de sete pedidos que incluem cr�dito para capital de giro, car�ncia nos pagamentos e contrapartida do governo do lado das garantias para sobreviverem � crise.
As medidas de isolamento e quarentena adotadas, embora necess�rias para conter a propaga��o do coronav�rus no Brasil, impactam diretamente o f�lego financeiro das empresas no Pa�s, mas, principalmente, os pequenos e m�dios neg�cios. Desde que o primeiro caso foi registrado, o pedido por cr�dito explodiu nos bancos, com grandes companhias acessando linhas j� dispon�veis, prevendo dias mais dif�ceis.
O problema � que os pequenos neg�cios, que ao lado das pessoas f�sicas vinham sendo o motor para o crescimento do cr�dito no Brasil, representam um risco maior na crise, o que faz com que os bancos sejam mais seletivos, secando as fontes de recursos para esse p�blico. Empres�rios reclamam que n�o t�m conseguido dinheiro na pra�a, principalmente nos bancos privados.
Algumas medidas para financiar a folha de pagamentos das empresas est�o em debate entre bancos p�blicos e privados juntamente com o governo. A dificuldade de orquestrar uma sa�da �nica e eficaz, por�m, adia uma decis�o no curto prazo, complicando a vida financeira das empresas.
Para ajudar os bancos a atravessarem a crise por conta da covid-19, o Banco Central anunciou a��es que injetam R$ 1,2 trilh�o em liquidez no sistema financeiro. Entretanto, especialistas do segmento atentam para o fato de que, agora o problema � endere�ar o risco de cr�dito existente j� que empresas e pessoas f�sicas n�o ter�o oxig�nio para honrar seus compromissos com os neg�cios paralisados. O entendimento � de quem, sem uma contrapartida do governo, os bancos privados n�o v�o embarcar nessa e sobrar� novamente para as institui��es p�blicas atuarem na linha de frente.
Na carta aos bancos, representantes de bares e restaurantes chamam aten��o para os impactos que j� est�o sentindo. Alertam ainda para o risco de 6 milh�es de pessoas, contingente que suporta o setor no Brasil, "sumir" dos extratos banc�rios "em muito pouco tempo" e o risco desses neg�cios "deixarem de existir".
"Hoje n�o temos nada a comemorar. Estamos em terra arrasada. Despensas e c�maras frias vazias, funcion�rios em casa, portas fechadas. A pen�ria ronda nossa classe e nos coloca contra a parede. Estamos desesperados", relatam os representantes do setor de bares e restaurantes, em carta aberta aos bancos.
As medidas solicitadas pelo setor incluem cr�dito de longo prazo, acima de 48 ou 60 meses, 12 meses de car�ncia para a primeira parcela e taxas de juros pr�ximas � Selic, que est� em 3,75% ao ano. Al�m disso, bares e restaurantes chamam aten��o para a necessidade de os empr�stimos serem garantidos por um fundo garantidor do Governo e n�o com garantias dos empres�rios de bares e restaurantes, exclus�o de certid�es negativas de d�bito (CND) e ainda a prorroga��o ou renegocia��o das opera��es de cr�dito j� contratadas com juros iguais ou menores dos j� praticados, com car�ncia de 12 meses.
Al�m dos pedidos, o segmento cobra uma "resposta imediata" dos bancos. "� hora de voc�s mostrarem uma resposta imediata a todas as pessoas f�sicas e jur�dicas, incluindo governos, que ajudaram os bancos a terem lucros vultosos, em um Pa�s com diferen�as abissais...", enfatizam os representantes de bares e restaurantes.
A carta, com data de quarta-feira, � assinada pelo setor, incluindo a Associa��o Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel); Associa��o Nacional de Restaurantes (ANR); plataforma de gastronomia Mundo Mesa; a Escola de Neg�cios da Gastronomia (EGG) e ainda o movimento SOS Bares e Restaurantes, capitaneado por chefs e donos de restaurantes para alertar os impactos da covid-19 no segmento.
"Estamos sem oxig�nio e precisamos de interven��o j�. A partir de amanh� (quinta-feira) nosso setor deixa de insuflar dinheiro em seu neg�cio. Lastimamos. � uma pena", ressaltam.
A alternativa para que isso n�o ocorra, destacam, � uma ajuda dos bancos. "Estamos pedindo ajuda real, verdadeira, que nos levante sem nos subjugar, que nos d� for�a e dignidade. Sem mesquinhez. Um convite para que os senhores n�o percam dinheiro, n�o percam mercado, mas simplesmente deixem apenas por um ano de lucrar sobre os neg�cios de bares e restaurantes", enfatizam na carta.
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