O choque negativo provocado pela pandemia do novo coronav�rus pegou a economia brasileira num ritmo de crescimento igual ao visto entre 2017 e 2019, com avan�os pr�ximos de 1,0% no Produto Interno Bruto (PIB) e, por isso, n�o pode ser culpado pelo "desastre" econ�mico, afirmou nesta segunda-feira, 30, o pesquisador Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB, apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Funda��o Getulio Vargas (Ibre/FGV).
Mais cedo, a FGV informou que o PIB cresceu 0,7% em janeiro ante dezembro de 2019. No acumulado em 12 meses at� janeiro, o crescimento foi de 1,1%, o mesmo ritmo do crescimento econ�mico nos �ltimos tr�s anos, destacou Considera.
"O coronav�rus n�o pode ser desculpa para o desastre. A economia n�o ia acelerar este ano como todo mundo imaginava", afirmou o pesquisador do Ibre/FGV, completando que, mesmo antes da covid-19 se espalhar pelo mundo, j� n�o via impulso em termos de investimento e de consumo na economia brasileira.
Na vis�o de Considera, o choque da pandemia dever� atingir a economia como um todo, com algumas raras exce��es, como a agropecu�ria e o com�rcio varejista de bens essenciais, como supermercados. Para piorar, quando o pior da pandemia passar, o quadro de falta de investimentos e consumo moderado voltar�, sem capacidade de impulsionar a atividade.
Nesse quadro, o governo ter� que ampliar os gastos p�blicos com investimentos mais � frente, al�m de acelerar as concess�es de infraestrutura, n�o podendo ficar restrito a medidas de mitiga��o de curto prazo e �s despesas com sa�de, disse Considera. Isso porque os investimentos j� estavam deprimidos antes da pandemia e as empresas tinham capacidade ociosa.
Como o choque de oferta da pandemia se d� pelo lado da disponibilidade de m�o de obra (as pessoas n�o podem trabalhar por causa das medidas de isolamento social), a capacidade ociosa tender� a se manter elevada, afirmou Considera. O processo de recupera��o ap�s passar o pico da pandemia ficaria, portanto, mais restrito � simples recontrata��o ou retorno ao trabalho de empregados parados.
"A economia n�o vai crescer sem investimento e n�o vai investir com capacidade ociosa", afirmou Considera.
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