A Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios (Pnad) Cont�nua, divulgada nesta ter�a-feira, 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), mostra que o mercado de trabalho apresentava sinais de deteriora��o antes mesmo do avan�o do novo coronav�rus no Brasil, avaliam analistas ouvidos pelo Broadcast, sistema de not�cias em tempo real do Grupo Estado. Se o cen�rio j� n�o era animador, tende a ficar pior com a pandemia.
A taxa de desemprego, que ficou em 11,6% no trimestre encerrado em fevereiro, dado divulgado nesta ter�a, deve terminar 2020 com uma m�dia de 13%, eles estimam, ap�s chegar a 16% nos pr�ximos meses.
Um dos sinais de preocupa��o mostrados nesta ter�a � a diminui��o do ritmo de melhora, observa o economista-chefe do ASA Bank, Gustavo Ribeiro. Ele ressalta que s�o os empregos sem carteira assinada que impulsionam a cria��o de vagas - um ind�cio de menor qualidade do mercado de trabalho - e destaca que a massa salarial voltou a cair, de R$ 218,5 bilh�es em janeiro para R$ 217,6 bilh�es no m�s passado. "Em suma, s�o dados mornos, mostrando piora mesmo quando se olha pelo retrovisor", diz.
A 4E Consultoria tamb�m notou outro dado preocupante. O m�s de fevereiro teve a primeira queda no emprego com carteira assinada desde setembro de 2019, com retra��o de 0,06% em valores dessazonalizados, de acordo com c�lculos da institui��o. Para os pr�ximos meses, o desemprego deve "aumentar significativamente", em raz�o da interrup��o da atividade econ�mica causada pela pandemia do coronav�rus, acredita a 4E, que estima que a taxa de desocupa��o deve terminar o ano a 13%.
Os impactos do coronav�rus no mercado de trabalho, contudo, s� devem aparecer nos dados da Pnad para o m�s de maio, afirma o economista Lucas Godoi, da GO Associados. Nesse m�s, ele acredita, os avan�os vistos em janeiro e fevereiro j� ter�o sido eliminados. A consultoria projeta aumento da taxa de desemprego m�dia do ano para 13,8% em 2020, dos 11,9% em 2019, com forte retra��o no emprego informal.
"O governo e o Banco Central est�o entrando forte para manter o trabalho (formal) nas pequenas e m�dias empresas. O setor informal, por outro lado, est� sendo contemplado com medidas que s�o garantidoras de renda, n�o de trabalho e, por isso, deve haver essa redu��o", avalia o economista, que acredita que a taxa de informalidade - que foi de 40,6% em fevereiro - deve cair rapidamente, devido �s medidas de distanciamento social para evitar o avan�o do v�rus.
Em relat�rio distribu�do a clientes, a consultoria Pantheon, por sua vez, afirma que o desemprego vai aumentar de forma expressiva nos pr�ximos meses a taxa deve chegar a 16% no segundo trimestre. No entanto, diz que essa proje��o pode ser alterada para qualquer dire��o, uma vez que a pandemia ainda est� em est�gio inicial no Brasil.
Junto com o aumento do desemprego, tamb�m devem crescer a subocupa��o e o desalento, espera o economista Thiago Xavier, da consultoria Tend�ncias. O desalento, contudo, deve ter avan�o limitado, uma vez que os mais pobres n�o t�m uma reserva de recursos e em algum momento v�o voltar ao mercado de trabalho. Para ele, o desemprego deve subir com velocidade, mas, l� na frente, quando come�ar a cair, ser� de forma mais lenta.
"No fundo, devemos ampliar esse fluxo de transi��es entre desemprego, desalento e subocupa��o. Esse deve ser um ciclo vicioso para muita gente e, independentemente da categoria, � um quadro de deteriora��o, � uma condi��o de vulnerabilidade", afirma o economista, que estima desemprego m�dio de 13% ao fim do ano.
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