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Estado de Minas ECONOMIA

Ibovespa recua 36,86% no trimestre


postado em 01/04/2020 07:03

Os investidores j� contavam que o Ibovespa fecharia o trimestre em queda, mas n�o poderiam imaginar que esse per�odo de 2020 entraria para a hist�ria como o pior do principal �ndice da B3, a Bolsa de Valores brasileira. O indicador encerrou os neg�cios ontem aos 73.019 pontos, um recuo trimestral de 36,86%, o maior desde o in�cio da medi��o, em 1968 - somente em mar�o a retra��o foi de 29,9%.

Parte da explica��o para esse desempenho est� na crise causada pelo novo coronav�rus. Os efeitos na economia se tornaram mais s�rios a partir de mar�o, quando a doen�a come�ou a se propagar da China para a Europa e os Estados Unidos. "Com a imposi��o de quarentena e o fechamento do com�rcio, houve uma queda muito forte na demanda, o que gerou inseguran�a aos mercados", diz Henrique Esteter, da Guide Investimentos. "Em um cen�rio adverso, o investidor tende a focar em ativos com menor volatilidade. Mercados emergentes, como o Brasil, sentem mais o baque pois s�o considerados mais inseguros."

Antes mesmo do estouro da pandemia, por�m, o cen�rio j� acumulava outros fatores de incerteza que deixavam o investidor apreensivo e menos tolerante ao risco, como as tens�es entre EUA e Ir�. "Vale lembrar que este � um ano eleitoral nos EUA e n�o h� clareza de quem vai vencer, o que tamb�m gera um fator de incerteza", diz Esteter.

Essa trajet�ria de avers�o ao risco � bem ilustrada pela evolu��o do pre�o do ouro no per�odo. O metal, considerado um porto seguro dos investidores em momentos de estresse no mercado financeiro, acumulou valoriza��o de 17,90% em mar�o e de 33,23% no trimestre.

No ambiente dom�stico, n�o bastassem os efeitos nocivos � economia por causa da quarentena, o coronav�rus acabou aumentando o risco pa�s. O ano come�ou no Brasil com a promessa de avan�o na agenda das reformas macroecon�micas, mas a pandemia jogou um balde de �gua fria nessa expectativa. "O Congresso dificilmente vai tratar pautas de ajuste neste momento, que exige que se canalizem esfor�os no sentido de salvar vidas", afirma Ricardo Fran�a, da �gora Investimentos. "Isso acabou pesando mais sobre os ativos de risco, desencadeando um movimento de avers�o a risco e sa�da da Bolsa."

Outra quest�o que ajudou a piorar o desempenho da B3 no trimestre foi a redu��o do valor do petr�leo, causada pela guerra de pre�os que R�ssia e Ar�bia Saudita travaram em fevereiro. "O conflito fez o pre�o dcair 60% e afetou as a��es da Petrobr�s, que t�m um peso substancial na composi��o do Ibovespa", diz Fran�a.

Outro dado que chamou a aten��o foi a expressiva fuga de capital estrangeiro da Bolsa. Enquanto um volume de US$ 20,2 bilh�es deixou o Pa�s entre fevereiro de 2019 e fevereiro deste ano, apenas em mar�o de 2020 a sa�da foi de US$ 6,109 bilh�es. Esse contexto de avers�o ao risco justifica parte desse movimento. Como os meses de novembro e dezembro de 2019 foram de alta nos resultados da Bolsa, muitos investidores estrangeiros aproveitaram para realizar lucros e enviar o dinheiro ao exterior. Isso foi facilitado pelo bom momento que a Bolsa estava vivendo no fim do ano.


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