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Estado de Minas Pandemia do coronav�rus

Aeroporto em Confins 'encolhe' 90% do fluxo de passageiros

Aeroporto internacional de BH teve dr�stico corte de voos, o que levou � desativa��o parcial do Terminal 2 e ao fechamento do com�rcio local


02/04/2020 04:00 - atualizado 02/04/2020 07:19

Apenas dois portões estão disponíveis no terminal da Grande BH, tendo em vista a limitação de pousos e decolagens à malha aérea essencial, com poucas rotas(foto: Fotos: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Apenas dois port�es est�o dispon�veis no terminal da Grande BH, tendo em vista a limita��o de pousos e decolagens � malha a�rea essencial, com poucas rotas (foto: Fotos: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Ao ritmo do avan�o do novo coronav�rus, o aeroporto internacional de Belo Horizonte, em Confins, na Regi�o Metropolitana da capital mineira, encolheu de forma dr�stica, mantendo-se agora com apenas 10% do universo habitual de circula��o de passageiros, que era de cerca de 30 mil pessoas por dia. Atualmente, apenas 3 mil passam por Confins, representando redu��o de 90%. Sagu�o vazio e mais de 60% das lojas fechadas no terminal comp�em esse retrato da crise da avia��o, com a gravidade da pandemia no Brasil e no mundo.

Com o corte de 83% do n�mero de voos di�rios partindo do aeroporto da Grande BH, – de 300 para 50 rotas –, a BH Airport, concession�ria que administra o terminal, desativou parcialmente, ontem, o Terminal 2. Os voos internacionais est�o suspensos desde ter�a-feira da semana passada, enquanto os nacionais tiveram queda brusca.

Devido � turbul�ncia, v�rias companhias estacionaram seus avi�es no aeroporto. O p�tio, que comporta at� 70 aeronaves, est� atualmente com 43, sendo 19 da Azul, 15 da Gol e nove da Latam. A reportagem do Estado de Minas esteve no terminal na manh� de ontem e se deparou com um espa�o enorme, deserto, e “�s moscas”. Era poss�vel contar nos dedos o n�mero de pessoas circulando no sagu�o vazio, sem passageiros e acompanhantes. O com�rcio local tamb�m se ressente da crise.

Na �rea externa, servi�os relacionados a obras eram executados por alguns funcion�rios. De acordo com a BH Airport, cerca de 30 mil pessoas circulavam pelo terminal. V�rios estabelecimentos comerciais instalados no aeroporto est�o fechados, em decorr�ncia das orienta��es para isolamento social, da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), para o enfrentamento da pandemia. Apenas servi�os essenciais funcionam, como farm�cias e alguns pontos de venda de alimentos. Informes sobre a preven��o da COVID-19 e o uso de �lcool em gel estavam � disposi��o dos presentes.

Guich�s de atendimento,  desde a �rea do check in at� a de �nibus, funcionam com n�mero m�nimo de pessoas – o sistema de teletrabalho foi adotado para aqueles servi�os poss�veis. A mesma din�mica se observa nos transportes particulares, como os de motoristas de aplicativo e t�xis. Alguns deles contam que ficam dias parados.

“Estou aqui h� dois dias e ainda n�o peguei ningu�m. Sigo me mantendo pela aposentadoria que tenho por tempo de servi�o. Ainda n�o vejo esse v�rus como perigoso, mesmo na minha idade, pois n�o tenho problema de sa�de. A gente teme e respeita, mas penso que isso logo vai acabar, sou otimista quanto a isso”, disse o taxista El�sio Vicente, de 71 anos.

''Os confinenses que trabalham no aeroporto est�o ficando sem emprego, entrando de f�rias sem saber como vai ser l� na frente''

Celso Ant�nio, prefeito de Confins, na Grande BH



�ltimo voo  


Com o fechamento parcial, ontem, do Terminal 2, apenas dois port�es est�o dispon�veis para os clientes. A decis�o foi tomada ap�s estudos realizados pela concession�ria, que pode reabrir o restante dos gates em caso de necessidade ou aumento na demanda de voos.

“Essa altera��o, que � tempor�ria, trar� mais efici�ncia operacional aos pousos e decolagens que est�o limitados a uma malha a�rea essencial, com poucas rotas definidas pelas companhias a�reas, bem como ir� otimizar recursos operacionais”, informou, em nota, o aeroporto.

Todos os port�es do Terminal 1 seguem dispon�veis. J� o Terminal Internacional encontra-se fechado desde 24 de mar�o, quando a Copa Airlines operou seu �ltimo voo rumo ao Panam�, antes de suspender a rota devido ao coronav�rus. A TAP, que opera voos da capital mineira para Portugal, e a Azul, que tem como destinos Buenos Aires, Orlando e Fort Lauderdale, tamb�m j� haviam paralisado os servi�os.

Diante da pandemia, o governo editou medida provis�ria (MP) para apoiar as companhias a�reas. Elas ter�o at� 12 meses para reembolsar clientes que tiveram passagens canceladas devido ao novo coronav�rus. A medida foi adotada em 18 de mar�o, depois de a Associa��o Brasileira das Empresas A�reas (Abear) ter divulgado dados que ajudam a entender o problema. O setor teve queda de 50% em voos dom�sticos e 85% nos internacionais na segunda quinzena do m�s passado, em compara��o com o mesmo per�odo de 2019.

No entorno


 A pandemia tamb�m afetou os estabelecimentos pr�ximos ao aeroporto, como locadoras de carros e restaurantes. Um deles � o tradicional Restaurante Paiol, distante 17 quil�metros do aeroporto internacional da Regi�o Metropolitana de BH. O dono, Ronaldo Miranda, conta que fechou as portas pela primeira vez, mas segue trabalhando por retirada.

“Estamos h� 20 anos aqui e � a primeira vez que fechamos dessa forma. Quem cuida sou eu, com minha esposa, Daniela Tito. O lucro caiu 70%, as pessoas ainda v�m e pegam a comida, mas n�s mesmos que montamos. S�o mais caminhoneiros atualmente, e eles d�o gra�as a Deus pois o nosso pre�o, sem balan�a, na marmita � R$ 10, e tem lugar a� cobrando R$ 20”, disse Miranda, de 55 anos.

No saguão do aeroporto, o retrato da falta de demanda, com a redução a 3 mil pessoas circulando pelo terminal diariamente
No sagu�o do aeroporto, o retrato da falta de demanda, com a redu��o a 3 mil pessoas circulando pelo terminal diariamente


Receita cai R$ 500 mil por m�s


A situa��o no aeroporto impacta todas as regi�es do estado, mas uma cidade em especial sofre com essa recess�o for�ada: a pr�pria Confins. Segundo o prefeito do munic�pio, Celso Ant�nio (PSDB), o cen�rio � de uma crise “com impactos de guerra mundial”.

“Esse esvaziamento � preocupante, uma cat�strofe sem precedentes. Viemos de uma crise devido � falta de repasses do estado em 2018 e agora entramos em uma crise com impactos de guerra mundial. Os confinenses que trabalham no aeroporto est�o ficando sem emprego, entrando de f�rias sem saber como vai ser l� na frente”, afirma Celso Ant�nio.

A cidade come�a a perder sua principal fonte de arrecada��o que � o Imposto Sobre Servi�os de Qualquer Natureza (ISSQN), com perdas j� estimadas acima de 60%, o que equivale a mais de meio milh�o de reais por m�s. “E com ind�cios de que pode piorar”, observou o chefe do Executivo ao Estado de Minas.

Celso Ant�nio tamb�m deixou claro que os servi�os, a cada dia que passa, s�o reduzidos. “Isso reflete em corte de servi�os prestados diretamente � popula��o, suspens�o dos investimentos em infraestrutura, redu��o do quadro de servidores, entre outras situa��es restritivas ao munic�pio. Contudo, nesse primeiro momento voltamos nossa aten��o para a organiza��o do nosso sistema de sa�de para garantir o m�nimo de condi��es � popula��o evitando um cen�rio ainda pior”.

A Prefeitura de Confins notificou a BH Airport, a Secretaria de Estado de Sa�de e o Minist�rio P�blico para que medidas sejam tomadas no sentido de proteger as pessoas que continuam trabalhando no terminal aeroportu�rio. O munic�pio, por meio de decretos e portarias, estabeleceu medidas a serem tomadas, de acordo com Minist�rio da Sa�de e a OMS, realizando fiscaliza��o, dando orienta��o a taxistas e demais prestadores de servi�os do aeroporto. A preocupa��o, segundo o prefeito, � manter higieniza��o dos trabalhadores onde o processo � manual, caso se prolongue a quarentena do coronav�rus em Minas Gerais. (MM e MA)


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