As cr�ticas dos economistas em rela��o � operacionaliza��o das pol�ticas contrac�clicas tamb�m alcan�am as medidas adotadas pelo Banco Central para aumentar a liquidez no mercado. A autoridade monet�ria j� anunciou uma inje��o de R$ 1,2 trilh�o no sistema, mas esse dinheiro n�o tem chegado a quem precisa.
Para o economista Manoel Pires, coordenador do Observat�rio de Pol�tica Fiscal do Instituto Brasileiro de Economia (FGV/Ibre), as medidas do BC, como a redu��o do compuls�rio (parcela de dep�sitos que os bancos precisam manter no BC obrigatoriamente) s�o pouco eficientes, dado que os bancos n�o querem dar cr�dito �s empresas agora por causa do risco elevado.
Uma op��o, diz ele, seria a autoridade monet�ria oferecer empr�stimo diretamente �s companhias, como tem ocorrido nos EUA. Uma medida dessa, por�m, teria de ser autorizada por uma Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC).
Como o cr�dito n�o est� chegando � ponta final, pol�ticas fiscais ganhar�o uma maior import�ncia no combate � crise, explica Pires. "A falta de cr�dito exige medidas compensat�rias, como a redu��o de impostos, que s�o bastante custosas sob o ponto de vista fiscal."
Ainda segundo Pires, uma parte da demora na implementa��o das medidas � explicada pela falta de senso de urg�ncia do governo no in�cio da crise. Depois, na necessidade de se dar uma resposta r�pida � sociedade, sa�ram medidas ruins, como linhas de cr�dito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) muito caras. H� ainda entraves legais, como a necessidade de se aprovar PECs, o que n�o ocorre na maioria dos pa�ses.
S�cia da Tend�ncias Consultoria, a economista Alessandra Ribeiro tamb�m v� problemas no canal de cr�dito e afirma que uma solu��o seria a concess�o de empr�stimos por meio das empresas de cart�o.
O setor varejista, que j� reclamou da alta da taxa de juros nas linhas de cr�dito, pediu a ado��o dessa medida ao BC. Alessandra diz ainda que a falta de sintonia entre o presidente e os ministros e t�cnicos das pastas tem atrapalhado bastante o andamento das medidas.
Diferentemente da maioria dos especialistas, o economista Br�ulio Borges, da LCA Consultores, diz que as pol�ticas est�o andando de forma c�lere e acredita que o pagamento dos trabalhadores informais deve come�ar nesta semana.
Ele, por�m, afirma que as medidas de sa�de t�m demorado, o que prejudica a economia. "O Brasil deveria estar testando as pessoas aleatoriamente, porque isso ajuda a definir o tamanho da quarentena e analisar se o aux�lio emergencial � suficiente." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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