
Quem andou pelas de ruas de Belo Horizonte no fim de semana pode ter percebido alguns postos de combust�veis com pre�os bem acess�veis para o consumidor. Depois de quase tr�s anos, os motoristas viram em alguns estabelecimentos a gasolina ficar abaixo dos R$ 4 e o �lcool ter valor inferior a R$ 3, sendo � vista ou a prazo. A queda foi registrada de postos das avenidas Ant�nio Carlos, Cristiano Machado e na �rea hospitalar.
O reajuste se deve inicialmente ao corte de 15% nas refinarias, o que somente agora come�a a refletir no bolso dos motoristas. Desde o in�cio do ano, a Petrobr�s entende que o pre�o caiu 40,5% no atacado desde o come�o de 2020. De acordo com pesquisa da Ag�ncia Nacional do Petr�leo, G�s Natural e Biocombust�veis (ANP), o pre�o do litro do combust�vel nos postos do pa�s caiu em m�dia 2,1% nos tr�s primeiros meses do ano.
Numa �poca de pandemia do coronav�rus, com diminui��o no uso dos autom�veis, diversos postos da capital reduziram o valor do combust�vel para tentar atrair os clientes e amenizar a crise financeira, que vem atingindo outros setores da economia.
“Foram duas quedas seguidas, uma 12% e outra de 15%, que foram muito fortes. Est� chegando devargarzinho ao bolso do consumidor. Em rela��o ao �lcool, a queda tem a ver com antecipa��o da safra do etanol. O que notamos � que o consumidor est� andando pouco de carro, o que faz os postos segurarem um pouco os eventuais aumentos. Surpreende um pouco os pre�os. Mas � uma not�cia boa para o consumidor”, ressalta o Feliciano Abreu, coordenador do site Mercado Mineiro, especializado em an�lise de pre�os.

Em v�rios estabelecimentos, a gasolina foi encontrada a R$ 3,96, enquanto o �lcool teve pre�o de R$ 2,79. Em outros, o pr�prio �lcool chegou � faixa dos R$ 2,57, o menor pre�o na capital nos �ltimos anos. Postos da Regi�o Centro-Sul n�o seguiram a queda e mant�m os pre�os acima de R$ 4 (para a gasolina) e R$ 3 (�lcool). "A regi�o interfere muito. � um fator que faz com que os pre�os sejam diferentes", afirma Feliciano.
Quem aproveitou para encher o tanque num posto na Cristiano Machado foi o assistente administrativo Rodolfo Justino, de 44 anos. Mesmo que n�o tenha sa�do tanto de casa em virtude do coronav�rus, ele admite que o pre�o baixo o chamou aten��o quando ia para sua casa, no Bairro Ipiranga: "H� muito tempo n�o vemos um combust�vel com pre�o t�o bom. Tenho trabalhado em casa e quase n�o saio de carro, mas qualquer desconto vale a pena nesse momento em que todo mundo est� preocupado com a economia".
Em rela��o � diversidade de pre�os nos postos da capital, o Sindicato do Com�rcio Varejista de Derivados do Petr�leo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro) afirma que n�o h� como tabelar os valores e que cada empres�rio tem o direito de definir o quanto cobrar� nas bombas: "A Minaspetro n�o estima o per�odo para que determinadas baixas ou altas de pre�o dos combust�veis nas refinarias, aumento de impostos e/ou quaisquer decis�es pol�ticas ou de cunho comercial tenham impacto direto nas bombas, pois n�o fazemos, junto aos postos, pesquisas de pre�o, estoque, volume de compra ou qualquer outra informa��o de cunho comercial. Al�m disso, n�o existe tabelamento o setor, portanto o mercado de combust�veis � livre. Cada empres�rio define seu pre�o de venda, que varia de acordo com in�meros fatores, tais como estrat�gias comerciais, localiza��o, concorr�ncia, entre outros".