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Estado de Minas

Coronav�rus: artes�os de Minas lucram com a produ��o de m�scaras

Recomendado como refor�o na prote��o contra o coronav�rus, artigo vira ganha-p�o de artes�os. Ganhos de alguns j� superam os habituais


postado em 07/04/2020 07:00 / atualizado em 07/04/2020 14:00

A artesã Beatriz Bentzeen, proprietária do ateliê Bia Bentzeen, produziu cerca de 500 máscaras desde a última 5ª. 'Mal temos tempo de parar para almoçar'(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
A artes� Beatriz Bentzeen, propriet�ria do ateli� Bia Bentzeen, produziu cerca de 500 m�scaras desde a �ltima 5�. 'Mal temos tempo de parar para almo�ar' (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)


Enquanto previnem a propaga��o do novo coronav�rus, as m�scaras sanit�rias t�m se mostrado eficazes na conten��o de uma outra epidemia, que amea�a milhares de artes�os e costureiros de Minas: a ru�na.

Em Belo Horizonte, as feiras livres, especialmente a da Afonso Pena, que s�o o principal meio de escoamento dos produtos artesanais, est�o fechadas por for�a de decreto municipal no esfor�o contra a COVID-19, com forte impacto no segmento.

 

A janela para a sobreviv�ncia parece ter se aberto na quinta-feira (2), quando o Minist�rio da Sa�de passou a incentivar a produ��o de m�scaras caseiras – desde que a confec��o obede�a a especifica��es simples, explicitadas no site do �rg�o – e a recomendar seu uso a todos que tiverem que sair de casa.


Cheios de criatividade, profissionais do artesanato v�m investindo com for�a na fabrica��o do artefato que, ao lado dos respiradores artificiais e (quem diria?) do papel higi�nico, tornou-se uma esp�cie de “objeto de desejo”. Tal aposta, garantem os artistas, tem valido a pena. Alguns projetam que o lucro proveniente da venda de m�scaras deve superar o da comercializa��o das outras mercadorias fora do per�odo de crise.

De volta � m�quina de costura

� o caso da artes� Beatriz Bentzeen, dona do ateli� Bia Bentzeen. No local, que fica em Nova Lima, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a microempreendedora costumava produzir bolsas, roupas e guardanapos e outros artigos de decora��o.  Ela diz que, ap�s o decreto de Kalil, chegou a fechar sua oficina e a dispensar a costureira com quem tinha uma parceria. A ideia de produzir m�scaras j� passava pela cabe�a da artista, mas ela conta que temia que o produto n�o fosse eficaz na conten��o da COVID-19.


As máscaras produzidas pela artesã Beatriz Bentzeen são vendidas para clientes de outros estados, como SP, RJ e Brasília(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
As m�scaras produzidas pela artes� Beatriz Bentzeen s�o vendidas para clientes de outros estados, como SP, RJ e Bras�lia (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)

 

“Quando vi divulga��o do manual de fabrica��o do Minist�rio da Sa�de, al�m da campanha de incentivo � produ��o caseira, pareceu que essa medida tinha sido feita para mim. Tenho um estoque imenso de algod�o, pois gosto muito de trabalhar com esse tecido. No dia seguinte ao an�ncio, reabri o ateli�. Meus filhos, que moram em Bras�lia e tiveram seus neg�cios parados por causa da pandemia, vieram para c� trabalhar comigo. A procura tem sido imensa. Mal temos tempo de parar para almo�ar”, relata a artes�.

 

Segundo Beatriz, o com�rcio da mercadoria j� extrapola os limites do estado. Em quatro dias, foram produzidas cerca de 500 m�scaras, vendidas para clientes do Rio de Janeiro, Bras�lia e Salvador, conta. Cada unidade � vendida a R$ 18. “Estou trabalhando como nunca trabalhei. Chamei a costureira que trabalhava comigo de volta e acionei mais uma. Se as coisas continuarem como est�o, meus ganhos com as m�scaras v�o superar os da venda dos outros produtos”, projeta.


Cat�logo renovado

Máscaras decoradas, vendidas pela microempreendedora Heloísa Fahrion, dona Casa Júlia(foto: Instagram/Reprodução)
M�scaras decoradas, vendidas pela microempreendedora Helo�sa Fahrion, dona Casa J�lia (foto: Instagram/Reprodu��o)
Especializada em cartonagem - t�cnica de artesanato que mescla uso de papel�o e tecido para produ��o de artigos de papelaria e decora��o - , Helo�sa Fahrion comemora o bom desempenho da comercializa��o de m�scaras sanit�rias. De acordo com a artes�, o produto tornou-se carro-chefe de suas vendas ap�s o fechamento das feiras da cidade. “Hoje, eu negocio pela internet. Diria que as m�scaras representam 75% de tudo o que eu ganho”, diz a artista, que tamb�m confecciona fich�rios, estojos, capas de caderno e outros artigos do g�nero. 

Os neg�cios s�o fechados com clientes de Belo Horizonte,  S�o Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Bras�lia via Instagram e WhatsApp. “Recebo muitos pedidos de mais de 100 unidades de uma vez. As fam�lias e vizinhos de outros estados combinam de fazer um s� pedido. Assim, economizam no frete”.

Vulnerabilidade

A produ��o de m�scaras sanit�rias, no entanto, representam uma sa�da vi�vel para um grupo pequeno de artes�os mineiros. A avalia��o � do presidente da Federa��o das Associa��o de Artesanato de Minas Gerais (FAM-MG), Rhaavi Dion�sio. Segundo o dirigente, o estado re�ne de cerca 20 mil artes�os cadastrados na entidade. “Ocorre que s�o mais menos tr�s milh�es, se contarmos aqueles que trabalham sem registro. No pa�s, s�o 8,5 milh�es”, estima. 

Visando garantir a sobreviv�ncia desse p�blico, a FAM-MG e a Confedera��o Brasileira dos Artes�os (Conart) enviaram, na �ltima sexta (3), um documento ao Minist�rio da Economia, reivindicando pol�ticas p�blicas de amparo pelos pr�ximos tr�s meses ou  enquanto durar a crise da COVID-19. "� um grupo muito vulner�vel. Muitos de n�s n�o sabem sequer que a profiss�o de artes�o j� � reconhecida pela CBO (Classifica��o Brasileira de Ocupa��o) e fazem vendas informais na rua. Muitos trabalham sem qualquer documenta��o de aut�nomo. Ent�o tememos que fiquem de fora dos aux�lios anunciados pelo governo. Nosso pedido para o ministro Paulo Guedes � nesse sentido: por favor, n�o nos deixem de fora”, afirma.






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