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Estado de Minas ECONOMIA

Endividamento das fam�lias bate recorde e 2 milh�es pedem para adiar pagamentos


postado em 07/04/2020 12:03

A crise econ�mica provocada pela pandemia da covid-19 j� levou dois milh�es de clientes a bater na porta dos cincos maiores bancos do Pa�s para renegociarem R$ 200 bilh�es de empr�stimos. O levantamento divulgado na segunda-feira, 6, pela Federa��o Brasileira dos Bancos (Febraban) n�o informa, por�m, o valor total que j� foi negociado at� agora por Banco do Brasil, Bradesco, Caixa e Santander. O Ita� Unibanco informou que aceitou apenas 5% dos 302 mil pedidos que recebeu.

Pressionada por cr�ticas de empresas e pessoas f�sicas sobre dificuldades para negociar uma adiamento nas presta��es em dois ou tr�s meses, a Febraban afirmou que entende a "ansiedade" de diversos setores, mas � "preciso compreender que esse � um processo gradual e complexo, que demanda diversas provid�ncias e, em muitos casos, envolvem mudan�as regulat�rias".

A associa��o cita como exemplo de mudan�as de normas que precisaram ser feitas a libera��o de dep�sitos compuls�rios por parte do Banco Central. O compuls�rio � formado por uma parte do dinheiro depositado nos bancos pelos correntistas. Esses recursos s�o mantidos no BC e os bancos n�o podem utiliz�-los para fazer empr�stimos, por exemplo.

At� o momento, o BC anunciou a inje��o de R$ 1,2 trilh�o no sistema financeiro. Parte dos recursos ainda depende de regulamenta��o para come�ar, de fato, a chegar �s institui��es financeiras, mas o BC tem afirmado que o mercado j� "est� l�quido" e que mais medidas est�o a caminho. "Ao contr�rio do que aconteceu na crise de 2008, desta vez, n�o estamos observando um empo�amento, mas, sim, um aumento substancial nas necessidades por recursos l�quidos, o que torna esta crise bem diferente da anterior", afirmou a Febraban na nota.

No s�bado, durante confer�ncia online com representantes do varejo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o "empo�amento" de recursos nos bancos estaria retardando a chegada de ajuda para quem precisa na crise. Por isso, a aposta do governo � permitir que o BC negocie diretamente carteiras de cr�dito e t�tulos de empresas. A medida est� prevista na PEC do "or�amento de guerra", que j� foi aprovada pela C�mara e precisa do aval do Senado.

A assessoria da Febraban diz que n�o h� uma contesta��o ao ministro Guedes, mas "apenas um esclarecimento do setor". Al�m disso, a entidade diz que os bancos internacionais cortaram as linhas para os bancos brasileiros, o que diminuiu a oferta de recursos no mercado.

Para o diretor da consultoria Teros, Juan Ferres, n�o se trata de falta de liquidez, neste momento, j� que as capta��es de CDB e outros instrumentos semelhantes pelos bancos aumentaram nos �ltimos dias. "Trata-se de um problema operacional de avalia��o de risco para destravar o processo", avalia o economista, que montou uma plataforma em tempo real aberta na internet, com dados do impacto da crise em diversos indicadores da economia real. "Por mais que se injete liquidez, os bancos est�o tendo muita dificuldade para elaborar uma proposta de cr�dito aos clientes, j� que n�o h� par�metros para precificar esse cr�dito."

O economista explica que nem os bancos nem as empresas sabem ao certo quanto tempo e qual a intensidade da crise, de modo que se torna dif�cil definir, por exemplo, qual car�ncia um estabelecimento ir� precisar para poder come�ar a pagar a d�vida ou mesmo se esse estabelecimento ir� conseguir se manter depois da crise. Essa incerteza levaria a um alongamento do tempo de an�lise dos pedidos.

Segundo Ferres, a redu��o na concess�o de cr�ditos para lojistas ou empresas pode ser vista, por exemplo, nos dados de fluxo de opera��es de antecipa��o de receb�veis de cart�o de cr�dito. A queda decorre de dois fatores: falta de receb�veis (e garantias) dessas empresas, j� que o fluxo financeiro habitual caiu entre 30% e 70%, dependendo do setor; e da incerteza quanto � intensidade e dura��o da crise ainda existente.

Endividamento

Pesquisa recente da Confedera��o Nacional de Com�rcio (CNC) mostrou que em mar�o o endividamento bateu recorde: 66,2% dos trabalhadores possu�am d�vidas entre cart�o de cr�dito, cheque especial, cr�dito pessoal, cr�dito consignado, carn�s, financiamentos de carros, financiamentos de im�veis. Embora mais endividadas, a inadimpl�ncia das fam�lias estava relativamente est�vel, o que deve mudar agora.

"Os bancos n�o querem dar dinheiro novo, nem querem alongar. Querem comprar s� t�tulos p�blicos. O BC tem de reduzir mais os juros para os bancos ganharem menos dinheiro ao comprarem os t�tulos p�blicos", afirma Carlos Thadeu de Freitas, economista-chefe da CNC.

O setor de com�rcio previa um aumento das vendas do varejo de 3% no ano, mas a previs�o j� � de uma queda de 4%. Para Freitas, � preciso evitar que o Pa�s entre numa depress�o. "Ainda n�o estamos numa depress�o. Estamos come�ando uma recess�o. Agora, depress�o � coisa mais grave. Tem que esperar um pouco mais."

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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