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Estado de Minas ECONOMIA

'� poss�vel que preocupa��o fiscal volte'


postado em 12/04/2020 16:12

Eduardo Giannetti, economista

Uma crise dessa magnitude acelera transforma��es na economia mundial. Mas, colocar em termos de fim do capitalismo, acho exagerado. As coisas precisam ser colocadas em perspectiva. Esse tipo de drama que estamos vivendo, enquanto est� acontecendo, adquire propor��es maiores do que, em retrospecto, vai ter. � natural. O que acontece � que est�vamos em um equil�brio, estamos passando por uma zona de turbul�ncia e chegaremos a outro equil�brio. Algumas coisas, no entanto, d� para dizer. Processos que j� vinham transcorrendo de maneira lenta foram acelerados. A quest�o do home office foi acelerada e acho que boa parte disso n�o volta. A venda pela internet vai ter um impacto relevante permanente.

(Do ponto de vista de pol�ticas), n�o � muito diferente da rea��o � crise de 2008. � o mesmo tipo de a��o agressiva de pol�ticas monet�ria e fiscal, tentando reerguer uma economia. A gente est� na UTI. As a��es cab�veis em situa��o de UTI s�o diferentes das de uma situa��o normal. Depois, o mais prov�vel � que a preocupa��o com o equil�brio das finan�as p�blicas volte ao que sempre foi.

Agora, olhando para a economia global, os dois momentos em que o Estado aumenta de tamanho no s�culo 20 coincidem com as guerras mundiais. Havia um consenso durante a guerra de que o Estado tinha de aumentar o gasto como propor��o do PIB. Os debates ideol�gicos tiveram, a�, um papel muito menor na defini��o do tamanho do Estado.

Um ponto que � importante � que uma crise como a atual escancara a gravidade da desigualdade. Se h� uma coisa que nos fragiliza como na��o hoje � o fato de termos milh�es de brasileiros em situa��o prec�ria. A desigualdade � um complicador extraordin�rio em um momento como esse. O Estado brasileiro mal sabe como atingir a popula��o com pol�ticas de sustenta��o de renda. Espero que o efeito dessa crise seja a forma��o de um consenso quanto ao imperativo de termos uma sociedade mais equitativa. Essa quest�o estrutural brasileira pode ganhar uma centralidade depois do coronav�rus.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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