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Estado de Minas ECONOMIA

'Fase ser� de projetos nacionais fortes'


postado em 12/04/2020 16:11

Roberto Mangabeira Unger, ex-ministro de assuntos estrat�gicos e professor em Harvard

A crise da pandemia inicia no mundo um per�odo de projetos nacionais fortes. Projetos nacionais fortes se caracterizam por grandes mobiliza��es de recursos f�sicos, financeiros, tecnol�gicos e humanos, como em economia de guerra. Em segundo lugar, por uma �nfase na capacita��o dos Estados e dos povos, por um olhar na oferta e na produ��o, e n�o apenas no consumo. Em terceiro lugar, por experimentos institucionais, por exig�ncia da emerg�ncia. Em quarto, pela lideran�a e pela posi��o central do Estado nesse processo. N�o � um Estado para produzir, mas para organizar um projeto produtivista e capacitador. Na ordem mundial, a contrapartida a esses projetos nacionais fortes ser� uma busca por uma nova forma de globaliza��o. A globaliza��o que prevaleceu at� agora � caracterizada por um maximalismo institucional, tal como desenhada sobretudo nos tratados da Organiza��o Mundial do Com�rcio e nos novos tratados multilaterais, como o TransPac�fico. Eles exigem dos pa�ses que aceitem uma forma espec�fica da economia de mercado e querem proibir, sob o r�tulo de subs�dios, todas as formas de coordena��o estrat�gica entre governos e empresas que os pa�ses usam ou usaram para enriquecer.

Esses experimentos e essas parcerias agora s�o indispens�veis: primeiro, para enfrentar as consequ�ncias econ�micas e sociais da crise atual; depois, para construir esses projetos produtivistas e capacitadores que o mundo procura. Precisaremos de uma globaliza��o que evite a ruptura da ordem mundial e a retirada rumo �s autarquias nacionais e construa uma ordem mundial caracterizada pelo minimalismo institucional. O m�ximo de abertura, com o m�nimo de restri��o �s inova��es necess�rias para construir essas alternativas. Globaliza��o minimalista n�o quer dizer o fim da troca de bens, pessoas, ideias. Mas dizer que essa troca n�o deve ter como pressuposto a converg�ncia for�ada para o mesmo esquema jur�dico vigente no maximalismo institucional. O debate agora n�o � mais ou menos globaliza��o, mas qual globaliza��o.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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