
De acordo com a pesquisa, o produto que ficou mais caro em rela��o a novembro de 2019 foi o pacote de um quilo de feij�o carioca, de uma das marcas l�deres de mercado. O pre�o m�dio era de R$ 5,04 e subiu para R$ 9,64, uma alta de 91%. O pre�o m�dio do feij�o de outra marca subiu em m�dia 70%, saindo de R$ 5,51 para R$ 9,37. Outro item de alimenta��o b�sica que subiu de pre�o foi o leite. O pre�o m�dio da caixa de um litro de uma marca era de R$ 2,45 em novembro, e agora � de R$ 3,32: um aumento de 35,5%. O custo m�dio da caixa de mesmo tamanho de um competidor subiu 33%, passando de R$ 2,71para R$ 3,60.
O levantamento tamb�m aponta aumento de pre�os no �leo de cozinha. O frasco de 900 ml de uma marca espec�fica ficou em m�dia 27% mais caro. O pre�o m�dio era de R$ 3,51 em novembro e agora � de R$ 4,46. O pacote de cinco quilos de a��car cristal tamb�m encareceu. Os consumidores cadastrados no aplicativo perceberam alta de 23,98% no pre�o m�dio do produto de um fabricante, que saiu de R$ 8,23 para R$ 10,20 no per�odo.
J� o pre�o m�dio do pacote de cinco quilos de arroz de uma marca saltou de R$ 16,39 para R$ 18,44. Ou seja, uma alta de 12,53%. Outro alimento da cesta b�sica que aumentou de pre�o foi o macarr�o. Segundo a pesquisa, o pacote de 500 gramas de uma marca l�der de mercado subiu para R$ 3,50. Em novembro o mesmo produto custava R$ 3,14, o que d� um aumento de 11,55%.
Por fim, a pesquisa tamb�m aponta encarecimento dos produtos de limpeza, que entram na categoria de itens essenciais. Os consumidores registraram alta de 28% no frasco de 500 ml de limpador multiuso de uma marca. Em novembro, o produto custava em m�dia R$ 3,48. Hoje, o pre�o m�dio � de R$ 4,45. J� o pacote de 1,6 quilo de detergente em p� de uma marca ficou em m�dia 17,5% mais caro. No per�odo, o pre�o m�dio do produto passou de R$ 10,29 para R$ 12,09.
O idealizador do aplicativo comOferta, Feliciano Abreu, afirma que as altas nos pre�os verificadas na pesquisa n�o s�o normais. Para ele, os encarecimentos se explicam por um “efeito cascata” provocado pela pandemia de coronav�rus. Na avalia��o de Abreu, houve uma demanda muito forte nos primeiros momentos do isolamento social empregado para conter a propaga��o do v�rus, especialmente para estocar produtos de necessidade b�sica. Quanto maior a demanda, com a oferta constante, mais os pre�os sobem.
“Vai todo mundo correndo estocar arroz, feij�o, �leo e leite. Porque n�o se sabe at� onde isso vai. E o supermercado, que n�o � bobo, aumenta os pre�os”, argumenta. Para Feliciano Abreu, quem compra a mais do que precisa �, de certa forma, ego�sta. “Infelizmente, o consumidor pensa s� nele. Quando consome muito, gera infla��o. S� que ele n�o pensa no que n�o tem dinheiro pra estocar e que agora vai pagar mais caro”, diz.
O coordenador do aplicativo tamb�m atribui a infla��o nos supermercados a outros fatores. Em parte, as ind�strias e fornecedores aumentaram os custos para os estabelecimentos comerciais, tamb�m para aproveitar a alta demanda. Por outro lado, Abreu aponta que o transporte pode ter ficado mais caro com a crise. Por fim, alguns produtos podem estar em per�odo de entressafra. � o caso do feij�o, que tem uma produ��o menor no momento. O coronav�rus � apenas mais um fator para o aumento no pre�o do alimento.
Abreu acha dif�cil prever qual ser� o comportamento dos pre�os nos pr�ximos meses. “S�o in�meros fatores que podem influenciar. Ficou incerto para todo mundo. Para o consumidor e para o dono do supermercado”, diz. Por�m, segundo ele, os estabelecimentos esperam uma redu��o na demanda, depois da “euforia inicial” para estocar. “A demanda tende a diminuir porque as pessoas v�o ter que consumir os produtos que compraram”, explica.
Varia��o entre estabelecimentos
Al�m de monitorar os aumentos nos custos, a pesquisa feita com a colabora��o dos usu�rios do aplicativo tamb�m comparou os pre�os praticados entre os estabelecimentos. A maior varia��o encontrada foi no pre�o de um pacote de 500 gramas de macarr�o: de 100%. Segundo a pesquisa, o mesmo pacote pode custar de R$ 2,49 at� R$ 4,99.
J� um pacote de 1,6 quilo de detergente em p� custa tanto R$ 9,98 como R$ 15,69, uma varia��o de 57%. Outra diferen�a significativa de pre�o entre os supermercados foi encontrada no quilo do queijo mussarela. Os consumidores acharam o produto custando de R$ 15,98 a R$ 24,90, uma diferen�a de 56%.
Para Feliciano Abreu, essas varia��es s�o “absurdas”. O criador do aplicativo comOferta pede que, como o isolamento muitas vezes impede o consumidor de pesquisar em mais de um local, as pessoas compartilhem informa��es sobre os pre�os. “Com o coronav�rus precisamos expandir esse processo de trocas de informa��es”, afirma.
*Estagi�rio sob supervis�o da editora Liliane Corr�a