CDL-BH estima queda de at� 70% no faturamento e cobra prazo para reabertura de lojas

A C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) prev� uma redu��o de at� 70% no faturamento de abril das empresas associadas, como consequ�ncia do fechamento do com�rcio para combater a propaga��o do novo coronav�rus. Em mar�o - m�s em que as medidas restritivas come�aram a ser aplicadas na capital mineira -, a queda foi de 50%.

“No nosso meio, segundo as enquetes que fazemos com os nossos associados, o faturamento no m�s de mar�o caiu 50%. A expectativa de o faturamento � cair agora em abril � de 65% a 70%”, disse o presidente da CDL-BH, Marcelo de Souza e Silva, em entrevista exclusiva ao Estado de Minas na tarde desta quarta-feira.

Na �ltima semana, as medidas restritivas para o funcionamento do com�rcio foram endurecidas pela prefeitura. Apenas lojas de setores considerados essenciais (supermercados, farm�cias e padarias, por exemplo) podem abrir em Belo Horizonte. De acordo com o presidente da CDL-BH, ainda n�o h� como quantificar as demiss�es e suspens�es de contrato de empresas associadas que tiveram o funcionamento modificado.

“A gente n�o consegue esses n�meros, at� porque n�o est� se fazendo isso de maneira formal. Muita gente j� deu f�rias, demitiu. Os setores, por exemplo, de turismo, a rede hoteleira e o setor de eventos est�o sofrendo muito. A proje��o para voltar o setor de eventos � no segundo semestre do ano que vem, para se organizar e as pessoas poderem se aglomerar novamente. Muita gente est� demitindo nesses setores. E o pr�prio com�rcio. O com�rcio j� come�ou a demitir, porque n�o se cria a expectativa (de quando vai poder voltar a funcionar)", disse.

Nos �ltimos dias, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) tem endurecido, por meio de decretos, as medidas restritivas para conter a propaga��o do novo coronav�rus em Belo Horizonte. De acordo com as autoridades, o isolamento social � a maneira mais efetiva para controlar a quantidade de doentes e n�o sobrecarregar o sistema de sa�de nacional.

Marcelo Souza e Silva disse que a prioridade � salvar vidas e refor�ou o posicionamento da CDL-BH: seguir as orienta��es do governo. "Desde o in�cio, n�s apoiamos o que as autoridades determinaram: o isolamento social, o fechamento de lojas, as regras estabelecidas para o funcionamento das lojas que podem funcionar".

O representante da CDL-BH defendeu as medidas tomadas por Kalil, mas criticou a prefeitura por uma suposta “falta de interlocu��o” com os lojistas no processo de tomada de decis�o. “Ele (Kalil) � a autoridade m�xima municipal e, com certeza, teve v�rias informa��es para tomar essa decis�o. O que reclamamos � a falta de interlocu��o com o setor. Muitas decis�es s�o tomadas. A gente tenta ponderar alguma coisa e muitas vezes � mal interpretado ou nem ouvido”, disse.

A principal cobran�a da CDL-BH � quanto aos prazos para a reabertura do com�rcio. “O que precisamos saber � esse horizonte, o que vai acontecer nos pr�ximos meses. Estamos fazendo muitas a��es para que as empresas consigam ficar de p� nesse per�odo. Mas qual o per�odo? O que precisamos fazer mais do que estamos fazendo? Isso � importante”, prosseguiu.

No entendimento da CDL-BH, dois setores do com�rcio j� podem reabrir, ainda que paulatinamente: lojas de animais e armarinhos. “O pet tem todo um tratamento especial, porque tem animais que precisam at� de medicamento com receita controlada. E outro setor � um que est� ajudando muito a fazer as m�scaras”.

Enquanto n�o h� prazos estabelecidos para a reabertura do com�rcio em Belo Horizonte, a CDL-BH faz campanhas para ajudar os lojistas no enfrentamento da crise. Al�m de cobrar setores governamentais, a entidade, na �ltima semana, lan�ou a campanha “Juro Zero”, em apelo para que bancos p�blicos e privados abram linhas de cr�dito sem juros aos comerciantes.

“A gente pensou em fazer essa campanha para sensibilizar os bancos. Os bancos mudaram totalmente o relacionamento com os clientes quando come�ou. E a gente j� est� vendo grandes bancos tomarem atitudes de retornar para a sociedade o que eles conseguiram ao longo dos anos. Tem banco anunciando que est� colocando R$ 1 bilh�o � disposi��o. S�o duas semanas de lucro dele. Se colocarem R$ 2 bilh�es, � um m�s de lucro que ele abriu m�o para ajudar a sociedade”, defendeu Marcelo Souza e Silva.

O presidente da CDL-BH pediu a��es mais efetivas para reduzir os reflexos da pandemia nas empresas e nos empregos enquanto o com�rcio fica fechado. "Governos estadual e federal est�o anunciando linhas de cr�dito facilitadas, com juros baixo. Mas ningu�m est� conseguindo acessar", reclamou. No entendimento dele, a pr�pria prefeitura pode facilitar o acesso.

"A prefeitura precisa entrar nessa briga tamb�m. A prefeitura da terceira maior capital do Brasil, com o potencial que tem e o relacionamento que tem politicamente, pode ajudar essas linhas de financiamento que tem, que s�o baratas e v�m do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social) e do BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais), chegarem de maneira f�cil", finalizou.