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Estado de Minas ECONOMIA

Setor a�reo sofrer� ao menos at� 2023


postado em 19/04/2020 10:34

O setor a�reo, um dos mais afetados pela crise causada pela pandemia da covid-19, deve sofrer impactos negativos em sua cadeia pelo menos at� o fim de 2023, segundo a consultoria Bain & Company. Hoje, a maior parte da frota global de avi�es est� parada por causa do fechamento de fronteiras e das medidas de distanciamento social.

Segundo o estudo da Bain, fabricantes de aeronaves devem registrar uma queda significativa em suas produ��es nos pr�ximos cinco anos. No caso das companhias a�reas, a demanda global s� deve voltar ao patamar pr�-coronav�rus em meados de 2022, isso considerando que a crise seja moderada.

Para as fabricantes, a consultoria prev� uma situa��o mais dif�cil no segmento de aeronaves de grande porte (com dois corredores), que deve retomar o n�vel pr�-crise em dezembro de 2023. Entre os avi�es menores (de um �nico corredor), a proje��o � de recupera��o a partir de novembro de 2021.

At� agora, a Airbus, por exemplo, reduziu sua produ��o em um ter�o. Segundo a companhia, n�o � poss�vel afirmar quando o n�vel pr�-covid-19 ser� retomado. A empresa reconhece que o segmento de avi�es de grande porte sofrer� mais, mas lembra que modelos de um corredor e com alcance internacional, segmento em que � l�der, devem se recuperar mais r�pido.

O estudo da consultoria aponta tamb�m que, com a crise, 35% da frota global de aeronaves ainda dever� estar parada no fim deste ano, e que o cancelamento de encomendas de avi�es pode chegar a 20% mesmo com os governos ajudando as a�reas. A Gol, por exemplo, anunciou na semana passada que, em meio a uma negocia��o com a Boeing para ser compensada pelo atraso na entrega de avi�es 737 MAX, reduziu suas encomendas de 129 jatos para 95.

A Bain & Company indica ainda que o novo cen�rio econ�mico favorecer� a manuten��o de aeronaves antigas no mercado, prejudicando empresas como Embraer, Boeing e Airbus. A fabricante brasileira de avi�es � uma das que lan�ou recentemente uma nova fam�lia de jatos, cuja principal vantagem � gastar menos combust�vel. O problema, segundo a Bain, � que aeronaves mais econ�micas deixam de ser t�o atraentes para as empresas a�reas quando o pre�o do petr�leo est� em baixa, como acontece agora.

Outro fator que n�o favorece as fabricantes no momento � que deve crescer o n�mero de avi�es dispon�veis no mercado secund�rio. Isso far� com que os pre�os dos jatos usados sejam mais vantajosos quando comparados com os novos.

Menos pessimista que a Bain, o banco UBS prev� neste ano uma queda de 16% na produ��o da Boeing e da Airbus. A americana deve fabricar 490 unidades, enquanto a europeia, 860, aponta relat�rio do banco. O UBS, por�m, prev� que as antigas estimativas de produ��o que tinha para o setor sejam atingidas apenas em 2023.

Demanda por voo

Para as companhias a�reas, a Bain projeta um cen�rio t�o complexo quanto para as fabricantes. A queda na demanda global por voos deve atingir 70% em junho e ficar entre 40% e 55% neste ano. O n�mero est� em linha com estimativas da Associa��o Internacional de Transportes A�reos (Iata), que prev� recuo de 55% na receita com passageiros.

No caso das empresas a�reas que operam na Am�rica Latina, a Bain espera que a demanda por voos dom�sticos retorne ao n�vel que se tinha antes da crise apenas no in�cio do segundo semestre de 2022. Para voos internacionais, isso n�o ocorrer� antes de junho de 2024.

Segundo Andr� Castellini, s�cio da consultoria, al�m dos impactos da crise econ�mica e do fechamento de fronteiras, mudan�as nos h�bitos do consumidor devem reduzir a procura por voos no futuro. "O segmento corporativo deve ficar mais restritivo para viagens ap�s experimentar um uso maior das videoconfer�ncias", explica.

O consultor d� a pr�pria empresa como exemplo. Hoje, quando profissionais s�o recrutados no exterior, um funcion�rio vai at� o local para fazer a sele��o. "Isso deve mudar. Talvez, a primeira fase passe a ser por v�deo."

Esse cen�rio de recupera��o a partir do segundo semestre de 2022 considera que a crise vai ser moderada. Caso ela se prolongue e as mudan�as no h�bito do consumidor sejam muito profundas, a retomada se daria ainda mais tarde.

O presidente da Associa��o Brasileira das Empresas A�reas (Abear), Eduardo Sanovicz, diz, no entanto, n�o ser poss�vel prever quando a recupera��o deve ocorrer, dado que d�lar e combust�vel est�o muito vol�teis. Ele afirma tamb�m n�o ser poss�vel saber qual ser� o comportamento das pessoas quando o pior da crise passar. "S� posso dizer que o setor vai se recuperar, como e em quanto tempo s�o especula��es."

At� agora, a demanda dom�stica no Brasil recuou 90%, enquanto a internacional, perto de 100%.

Cen�rio dificulta venda de Embraer para Boeing

O cen�rio para as fabricantes de avi�es � t�o delicado que, segundo fontes do setor, pode atrapalhar a conclus�o da venda da Embraer para a Boeing. "A prioridade da Boeing deixou de ser o acordo e passou a ser a pr�pria sobreviv�ncia", disse uma fonte do mercado. A americana j� indicou que a ind�stria aeroespacial precisar� de US$ 60 bilh�es do governo americano para sobreviver a crise.

Entre os entraves apontados por analistas est� a capacidade de a empresa pagar os US$ 4,2 bilh�es pelos quais o acordo foi fechado. Al�m da redu��o da demanda por jatos prevista para os pr�ximos anos, os dois acidentes com os avi�es 737 MAX, que mataram 346 pessoas e levaram o modelo a parar de operar, j� haviam prejudicado a situa��o de caixa da companhia.

Outro problema � o valor do contrato, que foi fechado entre as duas empresas em julho de 2018. Um dia antes do neg�cio ser anunciado, a empresa valia R$ 19,8 bilh�es no mercado. Hoje, esse n�mero � de R$ 7,3 bilh�es, um recuo de 63%.

Analistas apontam que uma possibilidade agora � que a Boeing retarde a conclus�o do neg�cio. Mas, caso o acordo n�o seja fechado, a brasileira pode precisar de ajuda do governo para atravessar o per�odo. Tamb�m seria poss�vel buscar um acordo de venda com a China, que quer crescer no setor com a estatal Comac.

Desde o ano passado, o acordo entre as empresas vinha sofrendo dificuldade para conseguir aval das autoridades reguladoras da Uni�o Europeia, o que atrasou a conclus�o do neg�cio. A previs�o inicial era que a americana assumisse os 80% da divis�o de jatos comerciais da brasileira no fim do ano passado.

Procurada, a Boeing afirmou n�o comentar "discuss�es entre as partes ou especula��es do mercado". "Estamos trabalhando no processo de aprova��es regulat�rias e em condi��es ainda pendentes para a conclus�o do neg�cio." A Embraer, por sua vez, informou que continua "tomando todas as medidas necess�rias para a conclus�o do acordo". As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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