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Estado de Minas ECONOMIA

'Agora o coronav�rus � quem d� as cartas'


postado em 20/04/2020 07:25

Em agosto do ano passado, o grupo su��o Julius Baer preparava uma estreia de peso no Brasil: o lan�amento de uma nova marca de gest�o de patrim�nio, a Julius Baer Family Office. Hoje com R$ 55 bilh�es em ativos sob gest�o, a gestora de fortunas nasceu da integra��o das empresas GPS Investimentos e Reliance Asset Management e planeja uma opera��o independente.

A decis�o de criar uma opera��o unificada no Brasil fazia sentido. Em dezembro do ano passado, o valor administrado por 86 gestoras do segmento chegou a R$ 209 bilh�es, segundo dados da Associa��o Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima).

Mas o cen�rio de "vacas gordas" para os mais endinheirados n�o deixou de ser alvo da crise gerada pelo coronav�rus. Paulo Miguel, s�cio do Julius Baer Family Office, relata a estrat�gia da gestora para sobreviver ao estresse e o impacto para os investidores de grandes fortunas:

Como o avan�o da crise afetou a gest�o de fortunas?

A natureza dessa crise � in�dita. A sua velocidade generalizou as movimenta��es econ�micas e desencadeou um processo de busca por liquidez a qualquer pre�o. O resultado foi um deslocamento no mercado que n�o se via desde 1929. As movimenta��es n�o funcionaram e os ativos de categorias seguras tamb�m tiveram um comportamento at�pico de bolsa de valores. Esse fen�meno se traduziu em marca��es negativas nas nossas carteiras.

Quando deve vir a retomada?

A maior d�vida � sobre o "timing" do relaxamento da quarentena. O tamanho dos pacotes fiscais e a inje��o de liquidez que foram colocados aguentam mais dois meses. A partir disso, tudo vai depender das restri��es. J� vimos uma recupera��o importante em outras regi�es do mundo, mas os pa�ses emergentes est�o mais atrasados. J� come�amos uma revers�o do momento nos ativos de renda fixa aqui no Brasil. Estamos na expectativa das pr�ximas etapas. Vamos recuperar como o resto do mundo, mas agora o coronav�rus � que d� as cartas.

Qual � o impacto para os investidores de grandes fortunas?

As marca��es negativas de mar�o foram as maiores da hist�ria em um per�odo t�o concentrado. Foi t�o grave que atingiu classes de ativos como deb�ntures, que tiveram performance muito boa no ano passado. Quando o grau de incerteza � alto, � necess�rio ter paci�ncia no rebalanceamento das carteiras. Estamos cautelosos em rela��o �s realoca��es e temos uma postura defensiva nos ativos que vemos uma visibilidade menor no curto prazo.

Que tipo de interven��o foi necess�ria para proteger o patrim�nio das fam�lias?

Posicionamos a carteira em renda fixa, encurtamos alguns prazos e aumentamos a aloca��o nesse universo de juros reais. J� na renda vari�vel, aumentamos a nossa posi��o e fizemos algumas prote��es. Nesse campo, h� um vi�s de compra que foi implementado ao longo de mar�o.

Houve rea��o de levar os recursos para o exterior?

Apenas um movimento t�mido. O patamar do c�mbio n�o � convidativo. Se fosse mais favor�vel, talvez houvesse mais remessas nessa dire��o.

O coronav�rus afetou a confian�a do investidor?

Em termos de confian�a, o Brasil j� estava em um cen�rio conservador. O Pa�s estava saindo de uma crise e � natural que os investidores fiquem mais cautelosos agora. O movimento de poupar ser� maior no p�s-crise, tanto do lado das fam�lias como das empresas.

O cen�rio pol�tico pode atrapalhar?

H� riscos, porque o Brasil tem as suas particularidades com a pol�tica. � um desafio, mas o que realmente vai definir o cen�rio � a velocidade de combate ao v�rus. Por ora, estamos passando no teste de fazer uma gest�o razoavelmente respons�vel. Se houver sucesso, andaremos junto com os outros pa�ses, independente da situa��o pol�tica.

Qual � a estrat�gia a partir de agora?

Olhamos o momento como uma oportunidade, porque essa crise tem um elemento deflacion�rio importante que vai significar juros menores no Brasil. Ao longo de mar�o, a gente aumentou as aloca��es em renda fixa indexada � infla��o na premissa de que haver� mais redu��o de juro.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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