Naquele que parece ser mais um dia de quedas nas cota��es de petr�leo pelo mundo, o �leo mineral amplia nesta ter�a-feira (21) as perdas diante da forte crise que golpeia o setor, repercutindo p�nico com recuos na demanda e possibilidade de estoques lotados nos Estados Unidos.
�s 10h28, no hor�rio de Bras�lia, o contrato do petr�leo WTI para junho, o mais l�quido negociados nos Estados Unidos, tombava 28,44%, sendo comercializado a US$ 14,65, o barril. Em Londres, os contratos de petr�leo Brent para o mesmo m�s despencavam 22,45%, negociado a US$ 19,86, o barril.
J� o contrato do WTI para maio, que ontem protagonizou a inusitada queda de 305,9% na Bolsa de Nova York, expira nesta ter�a-feira e sobe 96,07%, mas segue no territ�rio negativo, em -US$ 1,48 o barril.
Queda hist�rica
Nesta segunda-feira, pela primeira vez na hist�ria, o pre�o do petr�leo negociado nos Estados Unidos fechou com valor negativo, refletindo a forte contra��o da atividade econ�mica e o excesso de estoques do produto provocado pela pandemia do novo coronav�rus.
Os contratos para entrega em maio do �leo tipo WTI - refer�ncia no mercado americano - desabaram ontem 305,9% na Bolsa de Nova York e fecharam cotados a US$ 37,63 negativos.
Ainda na Bolsa, os contratos para junho foram negociados a cerca de US$ 20 o barril, o que representou uma queda de 18,40%. J� o �leo Brent, em Londres, tamb�m para entrega em junho, encerrou o dia em baixa de 8,94%, a US$ 25,57 o barril.
No mercado futuro, o investidor coloca dinheiro em t�tulos de empresas petroleiras com a garantia de que, em poucos meses, vai poder receber o petr�leo pelo qual pagou. Se a commodity estiver em alta, esse investidor pode revender o t�tulo a terceiros a um valor mais alto do que pagou inicialmente por ele.
Ontem, por�m, os investidores n�o s� n�o acharam novos interessados pelos pap�is como tamb�m preferiram morrer com o t�tulo na m�o, em vez de resgatar o petr�leo pelo qual teriam direito. Do contr�rio, precisariam arcar com preju�zo ainda maior por conta do custo extra de armazenamento.
Perspectiva
Para Edmar Almeira, professor do Instituto de Economia da UFRJ e pesquisador do Instituto de Energia da PUC (Iepuc), o mercado futuro deve conviver por mais quatro meses com a desvaloriza��o da commodity e, at� mesmo, com a negocia��o de novos contratos a pre�os negativos.
"Os EUA s�o a v�tima da crise que provocaram, ao reduzir os custos de produ��o e encher o mercado de petr�leo, gerando um desequil�brio entre oferta e demanda", diz ele, acrescentando que a �nica solu��o � fechar po�os produtores.
A vis�o do economista e coordenador t�cnico do Instituto de Estudos Estrat�gicos de Petr�leo e G�s (Ineep), Rodrigo Le�o, � de que a China tamb�m contribui com a queda abrupta da cota��o do petr�leo e que n�o deve ajudar na recupera��o t�o cedo. O especialista argumenta que o pa�s asi�tico aumentou a importa��o no m�s passado para ampliar seu estoque e a expectativa � que n�o volte �s compras no m�s que vem.
Al�m do excesso de estoque, os especialistas dizem que a queda de pre�os nos EUA tamb�m reflete outro fator: a avalia��o de que o acordo anunciado h� cerca de duas semanas pela Organiza��o dos Pa�ses Exportadores de Petr�leo e aliados (Opep+) - para cortar a produ��o em 9,7 milh�es de barris por dia - foi insuficiente para elevar os pre�os da commodity.
Visto inicialmente como positivo, o corte equivale a 10% da oferta global. A pr�pria Opep admite que a demanda pelo produto deve cair em 6,8 milh�es de barris por dia at� o fim do ano.
ECONOMIA