
No total, o transporte em todo o pa�s caiu 29%, saindo de 9,81 milh�es de km rodados para 6,97 milh�es. A pesquisa foi elaborada pela startup Cobli, especializada em log�stica e mobilidade, que tem uma base de dados com 1.500 pequenas e m�dias empresas cadastradas.
De acordo com o levantamento, o transporte relacionado ao setor de artes, cultura, esportes e recrea��o caiu 86% com as medidas de restri��o, o maior �ndice entre as �reas pesquisadas. O segundo mais prejudicado � o de educa��o, que sofreu uma queda de 63% entre os dois per�odos.
Por outro lado, a quilometragem da frota do grupo da agropecu�ria e pesca foi a �nica que aumentou, em 2%. J� o �ndice de sa�de humana e servi�os sociais caiu 9%, enquanto o de informa��o e comunica��o sofreu uma queda de 13%.

O diretor executivo da Cobli, Rodrigo Mourad, afirma que as atividades dos setores mais prejudicados s�o as mais afetadas pelo isolamento social aplicado para combater o coronav�rus. “Foram as coisas que a sociedade cortou mais r�pido”, afirma. Mourad argumenta que, no caso dos esportes, n�o h� necessidade de transportar os atletas, j� que os campeonatos est�o parados. O mesmo vale para a educa��o: sem aulas ou com o ensino a dist�ncia, alunos e professores n�o precisam se deslocar.
Mourad atribui a estabilidade do transporte agropecu�rio, em parte, ao alto consumo no in�cio da crise, quando muitas pessoas se preocuparam em estocar alimentos. J� o tamanho dos setores de sa�de e comunica��o explica os efeitos menores que pandemia teve no transporte dessas �reas.
“A sa�de � um setor muito amplo. O atendimento cresceu, outras �reas est�o funcionando de maneira semelhante, mas outras ca�ram, como o home care”, afirma o empres�rio. Na avalia��o de Mourad, a somat�ria de resultados variados tamb�m vale para a comunica��o.
De acordo com a pesquisa, o transporte dos servi�os de alojamento e alimenta��o caiu 37%. J� a quilometragem da frota que atende os servi�os de distribui��o de �gua, esgoto e gest�o de res�duos foi reduzida em 20%. Rodrigo Mourad diz que esses resultados n�o s�o motivo para se preocupar com um poss�vel quadro de desabastecimento.
No caso do saneamento, ele aponta que a preocupa��o � com a falta de manuten��o da infraestrutura. “Pode impactar significativamente os custos na cadeia de produ��o e condi��es de vida da popula��o, al�m de dificultar o retorno ao equil�brio”, analisa o diretor executivo.
O respons�vel pela pesquisa afirma que as quedas no transporte indicam de maneira mais precisa o impacto da pandemia em alguns setores do que outros. “Na alimenta��o a gente consegue perceber o impacto no curto prazo. A retomada tamb�m deve ser mais r�pida”.
Por outro lado, com o desemprego aumentando e as empresas endividadas, o efeito � mais de longo prazo em outros setores, como o automotivo. “Acaba gerando posterga��o de compras. Alguns setores v�o sofrer por mais tempo”, explica Rodrigo Mourad.
O levantamento tamb�m aponta o impacto do coronav�rus no transporte que atende 63 subcategorias de servi�os e produtos. As ag�ncias de viagem s�o um dos mais afetados, com redu��o de 87%. J� a quilometragem das frotas para a constru��o de edif�cios caiu 48%.
A pesquisa tamb�m inclui os dados das ag�ncias de publicidade, com queda de 28%, manuten��o de ve�culos, com retra��o de 27% e do varejo de vestu�rio, que tamb�m caiu 27%. Os n�meros completos da pesquisa podem ser acessados aqui.
Redu��o do transporte por estado
Por fim, o levantamento analisa a redu��o da quilometragem por estado. De acordo com a pesquisa, o movimento em Minas Gerais caiu 21%, abaixo da m�dia nacional, de 29%. O estado � o 17º mais afetado, entre os 25 que foram analisados. Enquanto isso, S�o Paulo registrou retra��o de 26% e o Rio de Janeiro de 31%.

Rodrigo Mourad afirma que os n�meros estaduais variam de acordo com o n�vel de isolamento social que cada um aplicou e as atividades industriais que se destacam localmente. “A matriz econ�mica de Minas, mesmo com ind�strias afetadas, tem base de setores que continuam funcionando, como o agroneg�cio. Al�m disso, as redu��es no interior foram mais lentas, por haver menos casos da doen�a”, analisa o executivo.
O estado mais impactado foi o Mato Grosso do Sul (-55%), seguido pelo Tocantins (-53%). Na contram�o da tend�ncia nacional, o Par� registrou alta de 9%. Segundo Mourad, as ind�strias de base do estado, como de min�rio e g�s, contribu�ram para o aumento no transporte. O Esp�rito Santo foi o menos afetado negativamente, com redu��o de 7%.
*Estagi�rio sob supervis�o