
Esse � o cen�rio revelado pela pesquisa de sondagem industrial de mar�o, divulgada nesta segunda-feira (27) pela Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). � a primeira feita depois da ado��o ampla da pol�tica de distanciamento para combater a COVID-19. A pesquisa ouviu 179 empresas do estado, incluindo pequenas, m�dias e grandes, entre 1º e 14 de abril. A escala de pontua��o vai de 0 a 100. Todos os valores abaixo de 50 pontos indicam queda e, acima disso, mostram alta.
O levantamento calcula que a produ��o industrial em Minas caiu 10,8 pontos em um m�s, saindo de 46,8 em fevereiro para 36 em mar�o. O �ndice de produ��o do m�s tamb�m caiu 11 pontos em rela��o ao registrado h� um ano, em mar�o de 2019. Segundo a Fiemg, o valor deste m�s � o mais baixo desde o de dezembro de 2014 (35,9), anotado durante o in�cio da recess�o brasileira.
Segundo os dados, o n�mero de funcion�rios que as ind�strias mineiras empregam caiu com a pandemia. O �ndice registrado neste m�s est� abaixo de 50: 46,6 pontos. Em fevereiro, foi calculado 51,8, o que representa queda em 5,2 pontos em um m�s.
Antes do coronav�rus, a ind�stria do estado estava empregando mais, j� que a pesquisa registrou valores acima de 50 em dezembro de 2019 e em janeiro e fevereiro de 2020. O �ndice de emprego de mar�o deste ano caiu 3,5 pontos, se comparado com o do mesmo m�s do ano passado (50,1) e � o menor em quatro anos.
Outro fator avaliado na sondagem � a utiliza��o da capacidade instalada, que mede quanto a ind�stria produz em rela��o ao que poderia produzir se operasse na capacidade total. Em mar�o, esse valor caiu 13,8 pontos comparado a fevereiro, de 45,4 para 31,6. Segundo a Fiemg, isso indica que as empresas trabalharam durante o m�s com uma capacidade “bem abaixo” da normal. Se a refer�ncia for mar�o de 2019, o indicador caiu 8,1 pontos.
O mau aproveitamento dos equipamentos n�o � um problema novo, mas que foi agravado pelo coronav�rus. O �ndice n�o fica acima de 50 pontos desde pelo menos mar�o de 2018. Antes da crise de sa�de, os economistas j� apontavam esse quadro como um das principais desafios a serem superados para que o pa�s voltasse a crescer de forma sustent�vel.
Em mar�o, o estoque de produtos finais das empresas tamb�m diminuiu. O �ndice caiu de 49,4 pontos em fevereiro para 48,9 em mar�o. Em mar�o de 2019, a sondagem registrou 50,9 pontos nesse quesito.
Al�m disso, a pesquisa conclui que as ind�strias fecharam mar�o com um estoque aqu�m do que foi planejado. A demanda foi abaixo da esperada e o �ndice totalizou 49 pontos, 0,9 a menos do que em fevereiro. No mesmo m�s do ano passado, a pontua��o do estoque efetivo em rela��o ao planejado foi de 53,6 pontos. Esse tamb�m � um problema que j� existia e o coronav�rus piorou: os estoques v�m caindo desde novembro de 2019, segundo a s�rie hist�rica da sondagem.
Empres�rios insatisfeitos
O levantamento ouviu os empres�rios da ind�stria de Minas sobre o n�vel de satisfa��o com o lucro operacional que as companhias tiveram no primeiro trimestre de 2020. A conclus�o foi que eles est�o cada vez menos satisfeitos quando o assunto � margem de lucratividade.
O indicador dos tr�s primeiros meses deste ano registrou 40,5 pontos, uma queda de 4,4 pontos em rela��o ao do �ltimo trimestre do ano passado. Por�m, a pontua��o variou pouco se comparada com o come�o de 2019, de 40,8 pontos.
J� o �ndice de satisfa��o dos empres�rios com a situa��o financeira foi de 44,7 pontos para os tr�s primeiros meses de 2020. Isso indica que est�o mais insatisfeitos do que no �ltimo trimestre de 2019 (50,1) e do que no primeiro trimestre do ano passado (46,8).
Baixa demanda � principal problema
Depois do efeito do coronav�rus, os donos de ind�strias passaram a apontar a demanda interna insuficiente como o principal problema que seus neg�cios enfrentam: 37,5% dos entrevistados responderam dessa forma. Na pesquisa anterior, do �ltimo trimestre de 2020, essa era a segunda principal dificuldade.
A baixa procura tomou o lugar da elevada carga tribut�ria, que ficou na segunda coloca��o, com 32,2% das respostas, entre os problemas enfrentados nos tr�s primeiros meses deste ano. Os impostos foram a maior reclama��o dos empres�rios do setor durante quatro anos e meio.
No levantamento deste m�s, outros problemas que os empres�rios da ind�stria mineira listaram foram a taxa de c�mbio (25%), falta ou alto custo da mat�ria-prima (22,3%), burocracia excessiva (21,7%) e falta de capital de capital de giro (19,3%).
Pessimismo para os pr�ximos meses
Com a crise provocada pelo coronav�rus longe de acabar, os industriais ouvidos esperam vender menos, comprar menos mat�ria-prima, empregar menos e investir menos nos pr�ximos seis meses. O indicador de expectativa de demanda – o quanto os empres�rios imaginam que as pessoas queiram comprar os produtos – caiu em 30,8 pontos nesta pesquisa (29,4) em rela��o � �ltima (60,2).
Esperando t�o pouco consumo, os empres�rios do setor industrial tamb�m reduziram a proje��o de compra de mat�ria-prima para a menor da s�rie hist�rica. O �ndice registrou 31,6 pontos nesta pesquisa, enquanto na �ltima chegou a 58,6.
A sondagem deste m�s indica que haver� menos funcion�rios trabalhando nas f�bricas nos pr�ximos seis meses. O �ndice de expectativa do n�mero de empregados caiu para 34,7 pontos, 19,5 a menos do que o registrado no levantamento passado. Esse valor � o menor registrado na s�rie hist�rica da pesquisa.
Por fim, a inten��o de investimento caiu de 63 pontos no �ltimo question�rio para 37,5 pontos neste. A Fiemg afirma que, com isso, o indicador voltou ao patamar de 2015 e 2016, anos de recess�o no Brasil.
*Estagi�rio sob supervis�o do subeditor Eduardo Murta