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Estado de Minas ECONOMIA

Embraer aciona corte arbitral contra Boeing e Bolsonaro cogita outra venda


postado em 28/04/2020 07:03

A Embraer anunciou na segunda-feira, 27, que iniciou procedimentos arbitrais contra a Boeing, depois que a companhia americana anunciou no �ltimo s�bado o rompimento de acordo para comprar a divis�o de avia��o comercial da empresa brasileira - um neg�cio avaliado em US$ 4,2 bilh�es. Na Bolsa de Valores, as a��es da Embraer chegaram a despencar mais de 14% no in�cio do preg�o, para o fechar o dia com um recuo de 7,49%.

A arbitragem � um mecanismo usado na solu��o de conflitos que prescinde da Justi�a. Em vez de um juiz, a negocia��o � conduzida por uma terceira parte escolhida pelos pr�prios envolvidos no lit�gio. Uma decis�o costuma sair mais r�pido do que na Justi�a comum.

A comunica��o da Embraer foi feita por meio de fato relevante enviado � Comiss�o de Valores Mobili�rios (CVM). A empresa n�o esclarece se, al�m da arbitragem, vai abrir tamb�m uma a��o judicial.

O an�ncio da Boeing se deu em meio a maior crise de sua hist�ria, que envolve dois acidentes com seu principal avi�o, o 737 MAX, e a paralisa��o do setor a�reo em decorr�ncia da pandemia da covid-19. A companhia alegou que a Embraer n�o teria atendido todas as condi��es negociadas em contrato. J� a Embraer acusou a americana de ter rescindido o contrato de forma indevida.

Segundo relat�rio do banco UBS, a fabricante brasileira deve agora encarar um futuro "desafiador" tanto por causa do fim do neg�cio como pela crise causada pela covid-19. "As ofertas de jatos regionais da Embraer provavelmente enfrentar�o uma seca de demanda nos pr�ximos 12 meses, tornando as coisas ainda mais desafiadoras."

"A administra��o da companhia esperava que a inje��o de liquidez na joint venture refor�aria o balan�o em uma posi��o l�quida de caixa e melhoraria seus neg�cios de jatos executivos e de defesa", acrescenta o relat�rio. Pelo acordo fechado em 2018, a Embraer teria 20% de participa��o na nova empresa e, portanto, uma fonte de recursos para injetar em seus neg�cios remanescentes - as divis�es de avia��o executiva e de defesa.

J� o BB Investimentos destacou, tamb�m em relat�rio, que enquanto o governo americano indica a possibilidade de ajudar a Boeing a enfrentar a crise decorrente do coronav�rus, as conversas de empresas brasileiras com o BNDES est�o ainda travadas, sobretudo no setor a�reo - um cen�rio que prejudica a Embraer ainda mais.

Segundo o banco, o foco agora da empresa deve ser sua reestrutura��o para prote��o do caixa. Sem os US$ 4,2 bilh�es que receberia com a venda para a Boeing, a empresa dever� se valer de linhas de cr�dito adicionais para enfrentar a atual crise.

Situa��o financeira

Em teleconfer�ncia com analistas na segunda-feira, 27, o vice-presidente de rela��es com investidores da Embraer, Antonio Garcia, afirmou que a empresa tem uma forte posi��o de liquidez e uma ampla linha de cr�dito para atravessar a crise da covid-19 e a frustra��o com o fim da parceria com a Boeing. "N�o vemos nenhum problema de liquidez para a Embraer agora", disse.

Na apresenta��o, os executivos da companhia disseram ter mais de US$ 3 bilh�es em linhas de financiamento, contando tamb�m com US$ 1 bilh�o de linha de cr�dito somente com bancos. Questionada pelo jornal O Estado de S. Paulo no s�bado se considerava a possibilidade de pedir socorro ao governo, a Embraer afirmou que "qualquer medida de apoio ser� estudada e comunicada".

Outra venda

O presidente Jair Bolsonaro disse na segunda-feira que o governo pode negociar a venda da Embraer para outra empresa, depois que a Boeing anunciou ter desistido da compra da divis�o de avia��o comercial da brasileira.

Bolsonaro destacou que o governo federal tem a chamada golden share, que lhe d� poder de veto em decis�es estrat�gicas na empresa, mas que, na verdade, n�o permite que o governo negocie uma venda. "Estamos avaliando, tenho a golden share, � minha, eu assino, t�? Se o neg�cio realmente for desfeito, talvez recomece uma nova negocia��o com outra empresa", disse ao sair do Pal�cio da Alvorada.

J� o vice-presidente, Hamilton Mour�o, afirmou que a China pode ser uma alternativa para a Embraer."H� males que v�m para o bem. Com a Embraer permanecendo no Brasil, o governo com a sua golden share, a Embraer tem uma tecnologia, tem um know-how nessa avia��o de porte interna. E a China � o pa�s que no presente momento est� expandindo esse tipo de avia��o", disse Mour�o em videoconfer�ncia promovida pela consultoria pol�tica Arko Advice.

Ele destacou, no entanto, que a Embraer "seguiu todos os passos daquilo que era o acordo" com a Boeing, que alegou ter rompido o contrato porque a brasileira n�o teria cumprido suas obriga��es. / CRISTIAN FAVARO, ANDR� VIEIRA, LUICANA DYNIEWICZ, MARLLA SABINO e JULIA LINDNER

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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