“Moro no mesmo local h� 30 anos. Nosso consumo n�o aumentou muito, mas a conta, sim. E n�o foi s� aqui. No meu vizinho s�o quatro apartamentos s�, todos sem crian�as, sem piscina, sem elevador. J� no meu pr�dio s�o seis apartamentos, sendo que h� quem more sozinho, um casal sem filhos, outro com tr�s pessoas apenas. N�o entendemos esses aumentos”, afirma o dentista Ramon Matos, morador do Buritis, Regi�o Oeste de BH.
Ele viu o valor da conta de luz saltar de R$ 460 para cerca de R$ 1.100, enquanto o do vizinho subiu de R$ 686 para R$ 1.530 entre abril e maio. “Minhas contas j� s�o bem altas para um padr�o com dois adultos e uma crian�a, j� existe a rotina do home office e, portanto, a pandemia que ‘nos mant�m em casa’ n�o deveria ter tido um impacto t�o consider�vel assim na conta de energia em minha casa”, afirmou outra moradora do mesmo bairro, cujo gasto com energia el�trica saiu de R$ 287 para R$ 606.
H� quem reclame mesmo ter recebido cobran�a alta mesmo sem ter consumido. Caso da funcion�ria p�blica municipal Jana�na Girotto, que mora no Itapo�, na regi�o da Pampulha. “Desde 20 de mar�o n�o tinha ningu�m na nossa casa, pois optamos por viajar. Mesmo assim, a conta veio no valor de R$ 99”, reclama ela, que mora com a m�e e o filho e na fatura anterior pagou cerca de R$ 260. “Quando viajamos, desligamos quase tudo da tomada. S� deixamos a geladeira ligada, mas no m�nimo.”.
Gasto maior, conta mais alta
Para as empresas, � preciso que as pessoas fiquem atentas ao consumo, comparando com contas anteriores. E tamb�m que busquem forma de economizar neste periodo de pandemia, at� porque quanto mais se gasta, mais caro fica o servi�o.
“As pessoas est�o mais tempo em casa, consumindo ali a �gua que consumiriam no trabalho, no escrit�rio, na escola. A tarifa de �gua � definida de forma crescente. H� faixas de valor a cada 5 metros c�bicos consumidos, at� 20 metros c�bicos. Depois, uma faixa de 20 metros c�blicos at� 40 metros c�bicos. Da� em diante � um valor s� para os clientes residenciais. Foi pensado desse jeito porque a �gua � um bem finito, por mais que achem que est� dispon�vel na nautreza. � para desincentivar o consumo mesmo. Quando uma pessoa passa de uma faixa para outra, ela precisa perceber isso”, explica Cristiane Schwanka, diretora de Relacionamento e Mercado da Copasa.
Ela garante que como a tarifa s� sofre reajuste uma vez por ano, depois que a ag�ncia reguladora analisa os gastos com insumos para captar, tratar e distribuir �gua, al�m de tratar o esgoto. Ent�o o aumento que alguns reclamam pode ter sido causado pelo fato de o consumo ter migrado para faixa superior. “Muita gente ainda lava passeio com �gua tratada. � uma �gua que tem fl�or, imagina o desperd�cio. � um uso inadequado, assim como lavar carros”, argumenta.
Na Cemig, a instru��o tamb�m � comparar o consumo com os meses anteriores. Os valores tamb�m podem varias de acordo com o n�mero de dias, que pode ser maior em fun��o de feriados, como ocorreu em abril, por exemplo, quando tivemos a Semana Santa e o Dia de Tiradentes.
“O aumento de consumo � percebido pelo consumidor pelo aumento do valor em reais na fatura. N�o tivemos reajuste, n�o tivemos acr�scimo de qualquer taxa. O que estamos falando � que se a fatura aumentou � porque o consumo aumentou. � bom ficar atento ao per�odo de leitura, h� uma varia��o permitida pela Ag�ncia Nacional de Energia El�trica (Aneel) e isso afeta o valor”, afirma Thiago Douglas Batista, engenheiro de Efici�ncia Energ�tica da Cemig.
A empresa de energia el�trica tamb�m destaca a import�ncia de ter bons h�bitos n�o s� para economizar dinheiro, mas tamb�m para preservar o meio-ambiente. “� importante ficar atentto �s dicas para gastar menos energia. A pesso pode trocar os equipamento por outros mais eficientes, segundo o selo Procel. Outra vertente � o comportamento, cuja mudan�a pode gerar muita economia. Desde usar luz natural at� verificar as condi��es de veda��o da geladeira. No chuveiro, � importante reduzir o tempo do banho, al�m de colocar a chave na posi��o ver�o, que reduz a pot�ncia em 30%.”
Canais de atendimento
Tanto Cemig quanto Copasa disponibilizam canais de atendimento aos consumidores que tenham d�vidas e questionamentos: cemig.com.br e copasa.com.br. O problema � que h� reclama��es de demora nas respostas, o que tem irritado os clientes.
Tanto que um deles, Carlos Henrique Dias, pretende usar a condi��o de vereador em Belo Horizonte para interpelar oficialmente as empresas. “O maior problema � n�o conseguir falar com nenhum dos canais de atendimento da Cemig ou da Copasa. Pelo telefone te deixam horas esperando. Vou notificar as duas empresas para darem explica��es”, afirma ele, cujas pr�prias contas tiveram aumentos que considera desproporcionais ao consumo. “S� podemos estar pagando para quem est� isento. Quero saber o que est� ocorrendo.”