O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou na ter�a-feira, 5, que a inadimpl�ncia dos consumidores de energia el�trica chegou a 12% nos �ltimos 30 dias, como reflexo da pandemia do coronav�rus. Historicamente, a taxa gira em torno dos 3%.
"J� temos contabilizada, para as distribuidoras, uma perda de R$ 1,8 bilh�o. Os n�meros realmente s�o impressionantes", declarou.
Em mar�o, a Ag�ncia Nacional de Energia El�trica (Aneel) proibiu o corte no fornecimento de energia por falta de pagamento das contas de luz por 90 dias - ou seja, at� o fim de junho.
Segundo o ministro, a inadimpl�ncia e a queda no consumo da energia - reflexo da baixa atividade econ�mica e do isolamento social - t�m causado um problema financeiro no setor.
O governo j� negocia, com bancos, as condi��es para um empr�stimo �s empresas de energia. Em 8 de abril, o presidente Jair Bolsonaro enviou ao Congresso a medida provis�ria 950, que abre caminho para esse cr�dito.
A ideia � similar � adotada pelo governo Dilma Rousseff em 2014. Se concretizado, o cr�dito funcionar� como uma "antecipa��o", para as empresas, dos custos de energia a serem pagos pelos consumidores nos 12 meses seguintes.
O valor dessa ajuda ainda n�o foi divulgado porque, segundo o governo, ainda est� sendo calculado pela Aneel.
Fundos setoriais
As informa��es foram divulgadas por Bento Albuquerque durante videoconfer�ncia da Associa��o Brasileira das Ind�strias de Base (Abdib). O ministro tamb�m citou a possibilidade de usar recursos de fundos setoriais para ajudar as distribuidoras.
No radar do governo, est�o fundos destinados a pesquisas e a��es de efici�ncia energ�tica. Albuquerque n�o informou quanto dinheiro h� nesses fundos, atualmente.
"Para que a gente n�o venha onerar ainda mais o setor, esses recursos seriam utilizados de forma racional para que a gente possa fazer frente � opera��o de cr�dito junto aos bancos", disse.
Sobras de energia
A queda no consumo pode gerar um outro problema citado por Albuquerque: a energia contratada pelas distribuidoras, e fornecida pelas empresas geradoras, pode "sobrar".
A previs�o � que 20% da energia contratada fique estagnada. Em algumas distribuidoras do Norte e do Nordeste, a sobrecontrata��o pode chegar a 40%.
O fen�meno pressiona o caixa das concession�rias, que precisam honrar o contrato mesmo que a energia n�o seja consumida. Na live, o ministro n�o citou solu��es espec�ficas para esse problema.
A sobrecontrata��o de energia pressiona o caixa das distribuidoras j� que as concession�rias t�m de pagar pelo contrato de compra de energia mesmo se ela n�o for consumida.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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