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Estado de Minas ECONOMIA

Setor do Biodiesel defende alta da Cide como arma de planejamento


postado em 08/05/2020 10:04

A discuss�o do aumento da Contribui��o de Interven��o do Dom�nio Econ�mico (Cide) da gasolina extrapolou a cadeia do etanol e chegou ao biodiesel, que v� o momento de baixos pre�os do petr�leo uma boa oportunidade de aumentar tamb�m a Cide do diesel, e assim criar um colch�o permanente para que n�o haja ruptura na ind�stria dos biocombust�veis e impulsione a produ��o.

Mesmo com as declara��es desta quinta-feira (7) do presidente Jair Bolsonaro, de que n�o acha justo aumentar a Cide para salvar o setor sucroalcooleiro, o segmento ainda v� espa�o para negocia��o, e o biodiesel quer estar ao lado dos usineiros do etanol nessa discuss�o.

De acordo com o presidente da Uni�o Brasileira de Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Juan Diego Ferr�s, � justamente no momento de pre�os baixos do petr�leo que devem ser tomadas medidas para impulsionar o setor de biocombust�veis, j� comprovadamente mais ben�ficos para o meio ambiente e uma tend�ncia mundial. Al�m disso, observa, s�o atividades com impactos na economia regional e geradora de empregos, capazes de ajudar na retomada da economia no p�s-covid-19. No caso do biodiesel, hoje s�o mais de 400 mil trabalhadores em 43 empresas.

"Somente se lembra de fazer um colch�o no Brasil quando � muito alto o pre�o do petr�leo, nunca se lembram disso quando o pre�o � baixo, o momento de implantar isso � quando est� baixo, porque o consumidor sente menos", afirma Ferr�s em entrevista ao Broadcast, sistema de not�cias em tempo real do Grupo Estado. "O sentido da interven��o econ�mica (Cide) n�o � arrecadar, mas ser uma interven��o econ�mica de planejamento. Nesse momento precisamos de autoridades com vis�o de longo prazo", avalia.

Ele lembra que, quando o pre�o sobe, o colch�o da Cide pode ser usado a favor do governo, para que se evite conflitos como a greve dos caminhoneiros, em 2018, que parou o Brasil.

Para ele, o setor de etanol deveria abra�ar tamb�m a causa do biodiesel, por serem grandes usu�rios de diesel, tanto nos caminh�es como nas m�quinas utilizadas nos canaviais. "Tudo � movido a diesel na planta��o de etanol, ent�o quando vemos eles decididamente defendendo a gasolina, poderiam ser parceiros na defesa do biodiesel", avalia executivo.

A crise na ind�stria do biodiesel acompanha a queda de demanda por diesel, puxada pela pandemia do novo coronav�rus. Apesar de mais suave do que da gasolina, a queda de vendas de diesel no primeiro trimestre do ano cederam cerca de 20%, o que reduz o volume da mistura do biocombust�vel, hoje em propor��o de 12%. No �ltimo leil�o realizado pelo governo, em abril, houve queda da compra prevista pelas distribuidoras, empurrando os pre�os tamb�m para baixo, o que trouxe incerteza ao setor.

Para que n�o entre em colapso e comprometa o futuro dessa ind�stria no Pa�s, Ferr�s tem brigado tamb�m pela antecipa��o do aumento da mistura para 13%, prevista para ocorrer apenas em 2021. O aumento consumiria parte das perdas obtidas no �ltimo leil�o, defende o executivo nascido no Uruguai e h� 45 anos no Brasil.

Ele v� espa�o para implanta��o de projetos mais ambiciosos, como misturas de 30% e 50% de biodiesel nos transportes coletivos nas grandes cidades, para reduzir a emiss�o de gases efeito estufa e com isso tamb�m diminuir a incid�ncia de doen�as respirat�rias na popula��o. Tamb�m pode ser mais utilizado no setor agr�cola, podendo atingir 100% em alguns motores.

"Estamos propondo ao MME (Minist�rio de Minas e Energia) a aprova��o da antecipa��o do B13 (mistura de 13% de biodiesel no diesel) para 1� de julho, com isso reporia parte do que perdemos no �ltimo leil�o", explica.

Sa�da da Petrobras

Outra quest�o na mesa do setor de biodiesel, que n�o chega a tirar o sono de Ferr�s, � a sa�da da Petrobras do segmento. N�o por uma quest�o de volume produzido, j� que a estatal representou cerca de 10% do total de 6 bilh�es de litros produzidos em 2019. O problema � saber quem vai passar a realizar os leil�es do produto, j� que a Ag�ncia Nacional do Petr�leo, G�s Natural e Biocombust�veis (ANP) ainda n�o demonstrou interesse em voltar a executar as vendas, como fez no in�cio do processo, em 2005.

A Petrobras est� saindo do setor de biodiesel e j� anunciou a venda dos ativos da sua unidade do sul do Pa�s, a BSBios, que tem duas unidades, uma em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, e outra em Marialva, no Paran�, onde det�m em cada uma 50% de participa��o acion�ria por meio da subsidi�ria da estatal Petrobras Biocombust�vel (PBio). Outros ativos da PBio tamb�m ser�o vendidos. A prospec��o est� sendo feita no mercado pelo pr�prio presidente da PBio, segundo Ferr�s, para venda de usinas na Bahia, Cear� e Minas Gerais.

Enquanto as refinarias de petr�leo da companhia, tamb�m � venda, devem arrecadar bilh�es de d�lares, as usinas produtoras de biodiesel valem cada uma entre R$ 50 milh�es a R$ 100 milh�es, dependendo do volume produzido e a localiza��o. De acordo com Ferr�s, � poss�vel que as vendas saiam este ano, apesar da crise, mas o pre�o ser� subavaliado.

"Isso (a venda) vai depender muito da decis�o da Petrobras aceitar pre�os um pouco depreciados em fun��o do momento t�o delicado da crise por causa do coronav�rus, o comprador vai querer pagar barato", explica.

Ferr�s acha saud�vel que o leil�o seja feito por uma entidade sem fins lucrativos, que receberia recursos do governo, como ocorre hoje com a Petrobras, apenas para cobrir os custos do certame.


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