Em meio � pandemia, Ford negocia com novo interessado na f�brica do ABC

Em meio � pandemia do coronav�rus a Ford iniciou negocia��es com grupo de fora do setor automobil�stico interessado na compra da f�brica do ABC paulista. A empresa tenta vender as instala��es desde o an�ncio do encerramento das atividades no local, em fevereiro do ano passado. Desde ent�o, entraram no p�reo duas empresas chinesas e o empres�rio brasileiro Carlos Alberto de Oliveira Andrade, todos do ramo automotivo.

O dono do Grupo Caoa e de revendas Ford era o mais cotado para ficar com a planta, mas desistiu ap�s ter pedido de empr�stimo negado pelo BNDES.

Lyle Watters, presidente da Ford Am�rica do Sul, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que "temos novos interessados, incluindo n�o automotivos e com alto potencial de gera��o de empregos". Disse que h� progresso nas negocia��es, mas n�o deu detalhes.

O fechamento da f�brica do ABC que produziu autom�veis e caminh�es por 52 anos como parte de um programa de redu��o de custos j� deu alguns resultados. A empresa encerrou o primeiro trimestre com preju�zos de US$ 113 milh�es, resultado 29% melhor que em igual per�odo de 2019, com perdas de US$ 158 milh�es. O Brasil representa 60% dos neg�cios na regi�o.

Desinfec��o

Com previs�o de reabrir as tr�s f�bricas no Pa�s em 1� de junho, a Ford prepara amplo programa de seguran�a para evitar a contamina��o pelo v�rus da covid-19 tanto entre funcion�rios como entre concession�rios e consumidores.

Nas f�bricas de carros em Cama�ari (BA), na de motores em Taubat� (SP) e na de jipes Troller em Horizonte (CE) os procedimentos seguir�o normas adotadas pelo grupo na China e na Europa, e em acordo com o Minist�rio da Sa�de e a Anvisa.

Em a��o in�dita, a Ford lan�ou na quinta-feira, 7, servi�o de desinfec��o dos carros com produto fabricado pela 3M e at� agora usado por hospitais. Diferente da higieniza��o, que elimina a sujeira, o Ford Clean, como � chamado, acaba com bact�rias e v�rus e ser� aplicado em 50 itens do autom�vel como volante, alavanca de freios, bancos, fechaduras e chave de igni��o.

O servi�o ser� fornecido a partir de segunda-feira e custa R$ 129. Por enquanto vai ser aplicado apenas em modelos da marca que passaram por testes de compatibilidade do produto. "Cada empresa utiliza diferentes materiais em sua produ��o e, neste momento, s� vamos aplicar onde temos certeza de que n�o haver� deteriora��o para garantir a integridade do produto", informou Rogelio Golfarb, vice-presidente da Ford.

A montadora tamb�m criou um selo de certifica��o para os concession�rios, que t�m de cumprir 15 protocolos de seguran�a. Segundo a empresa, as 285 revendas j� receberam o certificado, embora s� metade delas est� funcionamento em raz�o de normas adotadas por Estados e munic�pios. "Nossas revendas ser�o um o�sis de seguran�a", afirmou Watters.

Segundo ele, at� que surja uma vacina contra a covid-19 as pessoas ter�o receio de usar transporte p�blico e v�o querer ficar "em suas bolhas" e se sentirem protegidas. O Ford Clean � uma forma de proporcionar essa seguran�a e, de acordo com a empresa, h� outros pa�ses interessados no procedimento.

Sobre a retomada da produ��o Watters afirmou que, embora a previs�o � para in�cio de junho, pode ocorrer de cada uma das tr�s f�bricas reabrir em momentos diferentes. "Vai depender de como estiver a situa��o da contamina��o em cada Estado", disse. "Se houver qualquer risco n�o vamos abrir."

Juro ainda alto

O executivo acredita que a decis�o do Banco Central de reduzir a taxa Selic pode ajudar a estimular a economia. Assinalou, por�m, n�o ter visto ainda redu��o equivalente chegar ao cliente do varejo. "As taxas reais de juros para empr�stimos est�o muito altas tanto para empr�stimos �s empresas como para consumidores."

Watter disse entender que os bancos est�o preocupados com a capacidade de cr�dito dado os n�veis de desemprego e de inseguran�a, "mas precisamos ser cuidadosos para n�o entrarmos num c�rculo vicioso". Para ele, "� preciso achar formas de ver as redu��es do BC fluindo para o mundo real e n�o as margens sendo retidas no sistema banc�rio".

Em sua opini�o, para ajudar a economia no curto prazo seria importante retomar projetos de infraestrutura para gerar empregos e movimentar a ind�stria. Em rela��o ao setor automotivo, ele argumentou que governos de muitos pa�ses est�o oferecendo pacotes de est�mulo � produ��o e vendas. No Brasil, disse, uma a��o espec�fica seria um programa de renova��o da frota.

A Associa��o Nacional dos Fabricantes de Ve�culos Automotores (Anfavea) tem mantido h� mais de um m�s, sem sucesso, reuni�es com o Minist�rio da Economia, BNDES e bancos para obter linha de cr�dito que ajude na recomposi��o do caixa. A maioria das montadoras, autope�as e revendas alegam estar sem liquidez.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.