
No estudo, os pesquisadores da Faculdade de Ci�ncias Econ�micas (FACE) analisaram indicadores econ�micos e epidemiol�gicos para tr�s cen�rios: “distanciamento estendido” (modelo atual em vigor em Minas Gerais), “isolamento parcial” e “sem distanciamento”. Financeiramente, todas as op��es apresentam perdas. No entanto, a pior alternativa foi justamente aquela em que n�o h� medidas para reduzir a circula��o de pessoas.
A estimativa � que o cen�rio atual de "distanciamento estendido" resulte numa queda de 1% no Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais, com uma perda econ�mica de R$ 19 bilh�es at� 2023.
J� a proje��o para um estado “sem distanciamento” social � de 4% de redu��o do PIB, com perdas na casa dos R$ 69 bilh�es.
“A flexibiliza��o prematura do distanciamento social em Minas Gerais, em rela��o ao padr�o que estava sendo adotado no estado, n�o � recomendada do ponto de vista econ�mico e social, tendo em vista os maiores custos � atividade econ�mica e a aus�ncia de efeitos positivos relevantes que superem os impactos da crise”, defendem os respons�veis pelo estudo.
Resultados
Os resultados econ�micos s�o piores sem isolamento social especialmente por conta dos reflexos epidemiol�gicos de uma sociedade que n�o adota regras r�gidas para conter o avan�o do v�rus. A pesquisa aponta que esse cen�rio com mais fatalidades e interna��es pela COVID-19 acarretaria perda de produtividade e eleva��o de custos de produ��o das empresas, o que justificaria a queda maior no PIB mineiro.
“A elevada taxa de desemprego sugere que h� certa facilidade em conseguir m�o de obra, mas com produtividade inferior � que estava ocupada e foi perdida com a pandemia. Assim, um efeito que n�o pode deixar de ser considerado nas an�lises � o impacto dos diferentes cen�rios de isolamento na produtividade da m�o de obra e os custos incorridos � produ��o”, citam os pesquisadores, que mencionam os setores de servi�os e ind�stria como aqueles com maior impacto negativo.
Ao analisarem os resultados matem�ticos do modelo adotado para o estudo, os pesquisadores apontaram que os problemas econ�micos adv�m da pandemia em si - e n�o da ado��o de medidas de isolamento e o consequente fechamento do com�rcio. “Em nenhuma situa��o real da pandemia no mundo se verificou menor impacto da crise com o relaxamento de medidas de isolamento”, justificam os pesquisadores.
Eles frisam que a pesquisa n�o considera a totalidade dos impactos econ�micos da pandemia, mas especificamente a disponibilidade e uso da m�o de obra em Minas Gerais.
“N�o estamos tratando dos demais impactos econ�micos das estrat�gias de isolamento (como fechamento do com�rcio e interrup��o de atividades produtivas) e da epidemia em termos globais (queda das exporta��es, investimentos, turismo, consumo) e locais (perdas de renda e emprego). Analisamos apenas o impacto das estrat�gias de isolamento sobre a disponibilidade e uso de m�o de obra, e deste na economia de Minas Gerais. Trata-se de um primeiro passo na an�lise do impacto da pandemia”, explicam.
Por fim, os pesquisadores dizem n�o existir dilema entre sa�de e economia durante o enfrentamento ao coronav�rus. “O isolamento traz custos econ�micos, mas abrir m�o da �nica estrat�gia fact�vel para as diversas regi�es do pa�s – o isolamento social - traz custos ainda maiores e mais delet�rios tanto para a sa�de como para o pa�s. Podemos recuperar a economia, mas n�o as vidas perdidas”, escrevem.
O estudo � assinado por Edson Domingues, Gilvan Guedes, Rafael Ribeiro, Aline Magalh�es, D�bora Freire, Reinaldo Santos, Monique Felix, Jeferson Andrade, Thiago Simonato e Diego Miyajima.