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Estado de Minas ECONOMIA

Corre��o: Novidade, trabalho remoto agradou a 80% dos gestores brasileiros


postado em 22/05/2020 19:19

A mat�ria enviada anteriormente foi atualizada na parte da fala de Renato Camargo, respons�vel pela opera��o da fintech RecargaPay no Brasil. Segue a vers�o corrigida:


Desde mar�o, quando a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) declarou situa��o de pandemia pelo novo coronav�rus, empresas de todos os segmentos precisaram adaptar suas din�micas de trabalho �s medidas de isolamento social recomendadas pelas autoridades. Com isso, os olhares se voltaram para o trabalho remoto, que ainda n�o era uma realidade para 51% das empresas em funcionamento no Brasil. Agora, ap�s o choque inicial, 80% dos gestores dizem que gostaram da nova maneira de trabalhar, de acordo com uma pesquisa realizada pelo ISE Business School a que o Estad�o teve acesso com exclusividade.

"O futuro do trabalho � agora. Mudan�as que aconteceriam daqui a cinco, dez anos, j� est�o acontecendo", diz Cesar Bullara, diretor e professor do departamento de gest�o de pessoas do ISE. Segundo ele, a partir de agora, o mundo corporativo vai se adequar a essa nova realidade, que veio para ficar.

Das empresas que ainda n�o adotavam o home office, 65% s�o familiares e brasileiras. As outros 35% s�o multinacionais. Am�lia Caetano, consultora especializada em trabalho remoto no Instituto Trabalho Port�til, diz que as multinacionais j� estavam mais bem preparadas, principalmente do ponto de vista tecnol�gico, e as empresas nacionais tinham investido pouco nesse sentido. Para ela, eventos inesperados, como a chegada do novo coronav�rus, t�m essa capacidade de "antecipar" o futuro.

A pesquisa tamb�m aponta que quase 90% dos gestores afirmam que o trabalho remoto os levou a valorizar e fortalecer os la�os com a fam�lia.

Adriana Santana � diretora de Recursos Humanos da Elanco Brasil e Cone Sul, empresa de sa�de e nutri��o animal. Casada e com dois filhos, de 9 e 10 anos, o per�odo de isolamento social tem sido de constante adapta��o. "J� trabalh�vamos de forma mais flex�vel na empresa, mas esse � um desafio, porque agora os quatro est�o em casa", disse ela.

Segundo Adriana, foi necess�rio adequar a agenda da empresa � din�mica da fam�lia: "Foi dif�cil, mas bloqueei algumas horas do dia para reservar momentos com eles. Para meus filhos, foi confuso de repente ter os pais em casa e, ao mesmo tempo, n�o ter a nossa aten��o total." A rotina melhorou depois que os filhos passaram a ter aulas online e se acostumaram com a nova forma de estudar: "� realmente um processo de adapta��o."

Esse processo deve continuar at� o retorno ao trabalho presencial. "Est�vamos comentando com meu filho sobre um futuro retorno e ele falou: �prefiro voc� aqui o dia todo em reuni�o do que no escrit�rio, porque pelo menos aqui eu te vejo�".

No trabalho, uma das maiores preocupa��es de Adriana como gestora � entender as necessidades de cada um dos funcion�rios e, assim, procurar ajustar a din�mica de trabalho: "Tivemos que mudar, por exemplo, o hor�rio de algumas reuni�es para que os colaboradores que t�m filhos possam dar a assist�ncia que eles precisam em determinado momento".

Compet�ncias

Segundo os dados do ISE Business School, a flexibilidade foi apontada como uma das compet�ncias mais desenvolvidas neste per�odo, citada por 81% dos entrevistados. A habilidade s� fica atr�s da resili�ncia, a capacidade de superar dificuldades, mencionada por 82% dos gestores. Outras compet�ncias destacadas pela pesquisa foram autodisciplina e confian�a m�tua, que � a constru��o de rela��es interpessoais confi�veis e francas com o chefe e outros membros de uma equipe.

Para o professor Cesar Bullara, a situa��o pode fazer com que a rela��o entre gestores e colaboradores suba para outro patamar: "Se ainda era essencial para algumas pessoas essa quest�o do comando e controle, em que a presen�a f�sica era sin�nimo de produtividade, isso mudou".

A especialista em trabalho remoto Am�lia Caetano diz que os gestores precisam se preparar para acompanhar as tarefas e entregas, n�o o tempo que o funcion�rio passa trabalhando: "Muitos l�deres se viram nessa nova situa��o e est�o vendo que funciona".

Renato Camargo, respons�vel pela opera��o da fintech RecargaPay no Brasil diz que "o momento n�o � de oportunidade, e sim de sensibilidade". Mesmo que a empresa j� tenha nascido digital e que a flexibilidade do trabalho remoto e presencial j� fizessem parte do cotidiano, para ele "� tudo um processo muito novo. O distanciamento e o fato de n�o ter os colaboradores perto n�o � f�cil".

Ele conta que o sentimento de inseguran�a e as d�vidas que as pessoas t�m neste momento sobre o futuro - n�o s� relacionadas ao trabalho, mas � pr�pria sa�de e � de familiares - exige uma postura diferente dos l�deres. "� preciso cuidar mais da gest�o do comportamento e da sa�de mental dos colaboradores. Deixar que eles tragam o resultado, se preocupar menos com as metas e mais com a sa�de deles."

Produtividade

De acordo com a pesquisa do ISE, o home office ajudou a melhorar a efici�ncia e a produtividade de cerca de 60% dos entrevistados. Ainda que os dados j� sejam positivos neste primeiro momento do isolamento social, Am�lia Caetano diz que n�o estamos na melhor fase da produtividade, uma vez que a imprevisibilidade da pandemia traz ang�stia e dificuldade emocional. Esses fatores foram apontados como altos e muito altos por 20% dos entrevistados do ISE.

Segundo Adriana Santana, diretora de RH, "existe uma preocupa��o com as pessoas que est�o sozinhas, que podem trabalhar muito, o que n�o � correto. � preciso encontrar um equil�brio". Isso � o que Camargo, da RecargaPay, tamb�m tem procurado: "Agora tenho hor�rio para abrir e fechar o computador e pe�o para que a minha equipe tamb�m siga isso. Em casa, a tend�ncia � ir ficando, ficando, trabalhando mais. As pessoas n�o podem fazer isso. E o exemplo vem da lideran�a".

Sobre a ades�o ao trabalho remoto pelos gestores p�s-pandemia, Nat�lia de Castro, professora de Gest�o de Pessoas, Contabilidade e Controle e Responsabilidade Social do ISE, diz que "essa circunst�ncia que estamos vivendo vai mudar e reconfigurar essa modalidade de trabalho. Ao interpretar esses dados, temos que ter em mente que � uma realidade que ainda est� acontecendo, n�o � algo que j� passamos e estamos vendo o p�s. Estamos vislumbrando um pouco do futuro".


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