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Estado de Minas ECONOMIA

Ativos de bancos somam R$ 7,4 trilh�es e superam PIB


postado em 25/05/2020 07:46

Os cinco maiores bancos brasileiros t�m em m�os recursos equivalentes � toda a economia brasileira. Turbinado pelo aumento de cr�dito para suprir a demanda maior durante a pandemia de coronav�rus, o volume de ativos totais das institui��es financeiras atingiu R$ 7,36 trilh�es ao fim de mar�o, superando, pela primeira vez, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que foi de R$ 7,3 trilh�es em 2019, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) publicados em mar�o.

O resultado ocorreu em meio � expans�o do cr�dito, enquanto a economia brasileira tenta ganhar tra��o. Do fim de 2017 para c�, a correla��o cr�dito/PIB subiu de 47,1% para 48,9%, segundo o Banco Central. Se for considerado apenas o cr�dito livre, com o qual os grandes bancos atuam, o avan�o foi ainda maior: subiu de 23,6% para 28,8%.

O presidente da Federa��o Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, afirmou que o aumento na propor��o entre ativos dos bancos e o PIB tem correla��o direta com a expans�o do cr�dito nos �ltimos anos frente ao desempenho econ�mico. "O aumento na rela��o cr�dito/PIB n�o � sin�nimo de maior rentabilidade ou lucro."

Al�m disso, em momentos de crise os bancos atraem maior volume de dep�sitos, uma vez que o investidor busca mais seguran�a, segundo Claudio Gallina, diretor s�nior de institui��es financeiras da Fitch Ratings para Am�rica Latina. "Assim, a liquidez do sistema (que j� vinha muito boa e robusta) aumenta mais", disse. "Isso indica que os bancos teriam at� mesmo mais dinheiro para emprestar."

Com a crise, o cr�dito ganhou impulso adicional com a explos�o da demanda nos grandes bancos. O saldo conjunto dos empr�stimos nas cinco maiores institui��es cresceu quase R$ 176 bilh�es no primeiro trimestre em rela��o ao fim de dezembro, totalizando R$ 3,31 trilh�es. Em um ano, o aumento foi de quase R$ 348 bilh�es.

O salto nas carteiras foi capitaneado, principalmente, por empr�stimos a grandes empresas. O movimento foi acompanhado por uma enxurrada de cr�ticas aos grandes bancos, por restringirem o cr�dito e elevarem juros em meio � turbul�ncia, a despeito da inje��o de R$ 1,2 trilh�o de liquidez em medidas do Banco Central para apoiar o sistema financeiro no enfrentamento da covid-19.

Os bancos anunciaram uma s�rie de medidas de apoio financeiro, mas admitem que, diante da piora do risco na economia, � natural maior rigor no cr�dito.

O presidente do Ita� Unibanco, Candido Bracher, afirmou semana passada n�o ser poss�vel o cr�dito crescer no mesmo ritmo da demanda, que deve se reduzir daqui para frente. "O crescimento do cr�dito ser� muito mais baixo, se � que haver� crescimento em 2020", disse, em transmiss�o ao vivo.

Renegocia��es

Os bancos j� concederam mais de R$ 540 bilh�es em cr�ditos na pandemia, segundo balan�o da Febraban, considerando novos empr�stimos, renova��es e posterga��es de parcelas. Para os pr�ximos meses, a expectativa � de que o cr�dito novo ceda espa�o a uma onda de renegocia��es e reestrutura��es de d�vidas de empresas que viram seu faturamento despencar.

No segmento de pessoa f�sica, a demanda por cr�dito caiu no primeiro trimestre, mudando a din�mica vista at� ent�o. Esse movimento deve continuar, com o aumento do desemprego e a perda de renda.

A queda, principalmente no financiamento imobili�rio, obrigou a Caixa a rever suas proje��es. "De fato, a crise muda toda a din�mica. A demanda de cr�dito vem sendo totalmente diferente. Estamos avaliando", afirmou Pedro Guimar�es, presidente do banco p�blico, durante a publica��o do balan�o do primeiro trimestre.

Em uma perspectiva de m�dio e longo prazo, o presidente e fundador da Mau� Capital e ex-diretor do Banco Central, Luiz Fernando Figueiredo, v� maior press�o por parte das fintechs na disputa por recursos com os grandes bancos, que foi comprometido na crise. Os pr�prios pesos pesados do setor admitem que a tr�gua � tempor�ria. "Com os reflexos do juro mais baixo, mais decente, e uma maior concorr�ncia vinda das fintechs, o Brasil est� se tornando mais normal, mas a crise atrapalhou."

Provis�es

A pandemia tamb�m fez os bancos ampliarem os recursos reservados para compensar perdas, com temor quanto ao impacto futuro na inadimpl�ncia. A leitura, ao menos at� aqui, � de que a crise ser� bem mais severa que as anteriores, incluindo a desencadeada pela Opera��o Lava Jato e ainda a turbul�ncia financeira de 2009.

O refor�o nas provis�es custou mais os bancos. No primeiro trimestre, as despesas com provis�es para devedores duvidosos passaram dos R$ 30 bilh�es, um salto de cerca de 45% em rela��o aos tr�s meses anteriores.

Dos cinco grandes bancos, somente Santander e Caixa n�o fizeram o movimento de criar colch�es para perdas adicionais por conta da crise. "O balan�o da Caixa �, continua e continuar� extremamente s�lido", afirmou Pedro Guimar�es, presidente da institui��o.

Como consequ�ncia de uma postura mais conservadora dos bancos, o lucro l�quido combinado de Ita�, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa encolheu 25,6% no primeiro trimestre, para menos de R$ 18 bilh�es, na compara��o com o mesmo per�odo de 2019, quando foi de mais de R$ 24 bilh�es.

"Mesmo mantendo n�veis confort�veis de solidez, liquidez e capitaliza��o, a atual crise tamb�m atingiu o setor banc�rio", disse Isaac Sidney, presidente da Febraban. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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