A reestrutura��o da Latam dever� durar entre 12 e 18 meses, segundo proje��es do presidente do grupo, Roberto Alvo. Nesse per�odo, a inten��o � manter as opera��es normalmente - ainda que em escala reduzida devido aos fechamentos de fronteiras e �s medidas de distanciamento social.
Alvo calcula que, com a covid-19, as opera��es da Latam no fim deste ano ainda estar�o reduzidas a 50% do que eram antes da pandemia. Em abril, a empresa chegou a cortar sua oferta em 95%. "A ind�stria n�o vai voltar a seu tamanho original por alguns anos", disse em entrevista coletiva realizada por telefone.
Ao reduzir os voos, a Latam ter� tamb�m de adaptar seu quadro de funcion�rios. Dos 43 mil empregados que tinha antes da crise - 21 mil deles no Brasil -, a companhia demitiu, at� agora, 1.850. Novos cortes dever�o ocorrer.
A empresa negocia ainda a devolu��o de avi�es. Em peti��o apresentada � Justi�a americana, solicitou "rejeitar ou abandonar" o arrendamento de 20 aeronaves. "Muitos dos arrendamentos que os devedores (a Latam) desejam cancelar s�o de avi�es e motores com custos significativos, que incluem manuten��o, seguro e armazenamento", diz a Latam no documento.
Parte dessas aeronaves que pretende devolver teve parcela do financiamento vencida no �ltimo dia 15 que n�o foi honrada. Diante da inadimpl�ncias, as ag�ncias classificadoras de risco de cr�dito Moody's e S&P; rebaixaram, na �ltima sexta-feira, a nota da Latam. Na ter�a-feira, 26, a Fitch seguiu o exemplo das outras.
Especialista em direito aeron�utico, o advogado Felipe Bonsenso lembra que o cen�rio da recupera��o da Latam � justamente o oposto do da Avianca Brasil, que, no ano passado, brigava com os arrendadores das aeronaves para poder us�-las. "A disputa agora � para devolver. H� uma justificativa econ�mica e estrat�gica para a empresa optar por rescindir esses contratos."
Sobreviv�ncia
As chances de a Latam atravessar essa recupera��o e voltar � normalidade s�o concretas, segundo o especialista no setor a�reo Andr� Castellini, s�cio da consultoria Bain & Company. Isso porque o problema que atinge a a�rea � global e os fornecedores da Latam devem ser "razo�veis" na renegocia��o dos d�bitos. "O governo tamb�m tem interesse (na sobreviv�ncia da companhia) para que ind�stria n�o se concentre", diz.
Castellini lembra tamb�m que o a recupera��o judicial para as companhias a�reas � "habitual" nos Estados Unidos. Empresas como American Airlines e United recorreram ao chapter 11 nos anos 2000. Para ele, a solicita��o de reestrutura��o na Justi�a n�o significa que a situa��o da empresa seja mais grave que a de outras a�reas: "A realidade � que todas as empresas do setor est�o inadimplentes. O chapter 11 d� uma janela de respiro que permite continuar operando."/ L. D.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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