Com US$ 17,9 bilh�es em d�vidas e mais de 100 mil credores, a Latam pediu recupera��o judicial (chapter 11) na ter�a-feira, 26, em Nova York. A empresa foi a segunda a�rea da Am�rica Latina a solicitar reestrutura��o nos Estados Unidos em meio � crise da pandemia da covid-19, que paralisou o setor a�reo em todo o mundo. H� 15 dias, a Avianca Holdings fez o mesmo movimento. A prote��o judicial de credores, por�m, n�o ser� suficiente para atravessar a crise. A Latam ainda espera um socorro dos governos dos pa�ses onde atua.
"A �nica coisa invi�vel � achar que n�o vai ter ajuda governamental. A ajuda dos governos, n�o s� do Brasil, precisa vir, assim como aconteceu na Alemanha e nos EUA", disse o presidente da Latam no Brasil, Jerome Cadier, ao jornal O Estado de S. Paulo.
O pedido de recupera��o n�o inclui a unidade brasileira do grupo, justamente por causa da possibilidade de receber aux�lio financeiro do governo.
O pacote de ajuda brasileira para as companhias a�reas, desenhado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES), prev� um socorro de R$ 4 bilh�es para ser dividido entre Latam, Gol e Azul e exige que as empresas estejam listadas na B3, a Bolsa paulista. A Latam, no entanto, tem a��es negociadas em Nova York e em Santiago, no Chile.
Segundo Cadier, as conversas com o governo Jair Bolsonaro est�o avan�ando para que se chegue a uma solu��o que atenda tamb�m a Latam. "Tem a op��o de encontrar um financiamento que n�o obrigue a companhia a se listar aqui e tem outras op��es. A gente ainda n�o convergiu, mas estamos analisando os pr�s e contras de cada op��o."
Um modelo em an�lise � que o BNDES participe da recupera��o como debtor in possession (DIP), uma esp�cie de credor que tem prioridade de pagamento. Acionistas da Latam, a fam�lia chilena Cueto (controladora, com 21,5% de participa��o) e a brasileira Amaro (com 2%), al�m da Qatar Airways (dona de 10% da a�rea), conceder�o um empr�stimo de at� US$ 900 milh�es nesse modelo para que a companhia continue operando enquanto est� em recupera��o.
A Latam acredita que a reestrutura��o pode ajud�-la a conseguir um empr�stimo no Brasil. Em entrevista com jornalistas, o presidente do grupo, Roberto Alvo, afirmou que a "reabilita��o d� op��es interessantes para o BNDES participar. A estrutura que o banco havia proposto era complexa,", disse.
A leitura, no entanto, � outra no BNDES e nos bancos privados, que tamb�m participam das conversas. O valor que at� ent�o estava dispon�vel � a�rea deve ser reduzido, com o aumento da percep��o do risco, segundo fontes do setor.
A Latam espera ainda receber ajuda do governo do Chile, pa�s sede da empresa. O presidente chileno, Sebasti�n Pi�era, j� foi um dos principais acionistas da companhia a�rea e � pr�ximo da fam�lia Cueto. Um aux�lio financeiro, portanto, poderia ser malvisto no pa�s.
Na ter�a, o Minist�rio da Fazenda do Chile, por�m, divulgou uma nota em que afirma avaliar a "conveni�ncia e a oportunidade de contribuir com o processo de reorganiza��o da Latam". De acordo com Cadier, as conversas com o governo Pi�era "est�o andando".
As a��es da Latam em Santiago fecharam na ter�a-feira com queda de 36%. Em Nova York, os pap�is recuaram 34,6%./ COLABOROU ALINE BRONZATI
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
ECONOMIA