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Estado de Minas

Coronav�rus: Minas Gerais perde 88 mil vagas de trabalho formal no m�s

Empregos com carteira cortados em abril mostram impacto da pandemia, que eliminou 860,5 mil postos no pa�s, no pior resultado de toda a hist�ria


postado em 28/05/2020 04:00 / atualizado em 28/05/2020 00:25

Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas eliminaram juntos 342.748 empregos no ano com o novo coronavírus. O setor foi o mais afetado pela redução de trabalhadores(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press %u2013 13/12/16)
Com�rcio e repara��o de ve�culos automotores e motocicletas eliminaram juntos 342.748 empregos no ano com o novo coronav�rus. O setor foi o mais afetado pela redu��o de trabalhadores (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press %u2013 13/12/16)

Minas Gerais terminou abril perdendo 88.298 vagas no mercado de trabalho formal, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem pelo Minist�rio da Economia. Durante o m�s a economia do estado foi duramente afetada pela pandemia do novo coronav�rus: 60.915 pessoas foram contratadas no estado, mas outras 149.213 foram demitidas. Com isso, o mercado de trabalho mineiro foi o segundo mais afetado pela COVID-19 em abril no pa�s, atr�s apenas do de S�o Paulo. De janeiro a abril, Minas acumula um saldo negativo de 76.957 empregos formais: as carteiras de 513.336 trabalhadores foram assinadas, mas 590.293 foram mandados embora este ano.

Os n�meros do emprego no Brasil divulgados ontem quebraram recordes. Segundo o Caged, abril de 2020 teve o pior saldo de empregos formais da s�rie hist�rica, com 860.503 vagas fechadas. No m�s o n�mero de demiss�es (1.459,099) em todo o pa�s superou o de contrata��es (598.596) em mais de duas vezes. Esse � o pior desempenho do mercado de trabalho brasileiro para o m�s j� registrado pelo Caged. Desde 1992, o maior saldo negativo do cadastro para o m�s foi registrado em 2015, durante a �ltima recess�o, com 97.828 vagas perdidas. Em abril do ano passado, foi registrado saldo positivo de 129.601 empregos.
 
No acumulado do ano at� abril, o Brasil j� viu 763.232 vagas de emprego formal fechadas. Com 5.763.213 de demiss�es e 4.999.981 contrata��es, esse n�mero tamb�m representa o maior saldo negativo para o per�odo na s�rie hist�rica do Minist�rio da Economia, que come�ou em 2010. Nos quatro primeiros meses de 2019, o mercado de trabalho brasileiro criou 313.835 vagas a mais do que cortou. Apenas em mar�o e abril, meses da pandemia no pa�s, foram 1,1 milh�o de postos de trabalho com carteira fechados.
 
Por causa da pandemia, os resultados negativos do Caged j� eram esperados, segundo o pesquisador Daniel Duque, da �rea de economia aplicada do Instituto Brasileiro de Economia, da Funda��o Getulio Vargas (FGV/Ibre). Duque afirma que os recordes de saldos negativos se explicam pela natureza da crise econ�mica provocada pelo coronav�rus, que � diferente das outras recess�es. “Normalmente, os agentes econ�micos demoram um pouco para responder a uma crise, demora mais para afetar o mercado de trabalho. Com a pandemia, o primeiro efeito foi no consumo das fam�lias e a resposta do mercado foi muito mais instant�nea”, explica.
Para o pesquisador, o trabalho informal est� sendo ainda mais impactado do que o formal durante a crise. “Na informalidade � mais f�cil para a atividade, como n�o tem obriga��es contratuais”, afirma Daniel Duque. Por�m, na avalia��o de Duque, o mercado informal deve se recuperar mais rapidamente da crise do que o formal. “As empresas estar�o em uma situa��o financeira pior e por isso vai demorar mais a retomar”, analisa.

Geral Todos os estados tiveram saldos negativos de emprego formal em abril. S�o Paulo lidera a lista, com menos 260.902 vagas. O Rio de Janeiro � o terceiro, depois de Minas, com 83.626 vagas fechadas. J� no acumulado de janeiro a abril, Minas � o terceiro estado mais afetado. O mercado de trabalho paulista foi o mais prejudicado no ano, com saldo negativo de 227.670 empregos, seguido pelo Rio de Janeiro, com 125.154. De janeiro a abril, o mercado de tr�s estados criou mais empregos do que extinguiu: Acre (1.403), Mato Grosso do Sul (734) e Roraima (134).
 
A pandemia tamb�m afetou os novos tipos de contrato de trabalho criados pela Reforma Trabalhista, contrato intermitente e jornada parcial. Segundo o Caged, 2.375 empregos intermitentes foram fechados em abril, enquanto 9.148 vagas de jornada parcial foram perdidas. De janeiro a abril, o saldo de trabalho intermitente � positivo em 14.123 empregos. Assim como o trabalho parcial, que registra saldo de 7.710 vagas criadas.
 
De acordo com os dados divulgados pelo Minist�rio da Economia, os empregos dos setores de servi�os, com�rcio e ind�stria foram os mais impactados pelo coronav�rus. Enquanto isso, constru��o e agricultura n�o sofreram tanto. Em abril, o setor de servi�os registrou saldo negativo de 362.378 vagas. Com�rcio e repara��o de ve�culos automotores e motocicletas perderam juntos 230.209 empregos. J� a ind�stria fechou o m�s com 195.968 postos de trabalho a menos. A constru��o terminou o per�odo com saldo negativo de 66.942 vagas. Por outro lado, o saldo negativo da agropecu�ria, produ��o florestal, pesca e aquicultura ficou em 4.999.
 
No recorte de janeiro a abril, o Caged mostra conclus�es parecidas sobre os setores. Nos quatro primeiros anos o com�rcio e a repara��o de ve�culos foram as �reas que mais perderam empregos, registrando saldo negativo de 342.748 vagas. Em seguida, vieram servi�os (-280.716), ind�stria (-127.886) e constru��o (-21.837). O grupo de atividades da agropecu�ria � o �nico que tem saldo positivo no ano, de 10.032 empregos formais. Segundo Daniel Duque, o efeito menor na agricultura se deve a dois fatores. A essencialidade do setor, que continuou produzindo, al�m da dist�ncia do campo dos centros urbanos, o que diminui a necessidade de isolamento social para conter a propaga��o do coronav�rus.
 
O relat�rio de abril do Caged tamb�m fez um balan�o dos resultados do Benef�cio Emergencial de Preserva��o do Emprego e da Renda (BEM), institu�do pela Medida Provis�ria 936/2020. O programa permite a suspens�o do contrato de trabalho ou redu��o de jornada e sal�rio durante a pandemia, com valores pagos ao empregador pelo governo federal. Segundo o Minist�rio da Economia, 8.154.997 trabalhadores foram inclu�dos na medida, que deve envolver o gasto de R$ 14,2 bilh�es.
 
*Estagi�rio sob supervis�o do subeditor Marc�lio de Moraes



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