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Estado de Minas ECONOMIA

Pandemia faz acelerar rejei��o � globaliza��o


postado em 31/05/2020 17:38

O mundo j� vinha experimentando pol�ticas protecionistas e guerras comerciais que fizeram com que especialistas alertassem para uma trajet�ria de desglobaliza��o nos �ltimos anos. Depois de atingir o pico no in�cio dos anos 2000, o com�rcio global e o investimento direto estrangeiro tiveram uma diminui��o como propor��o do PIB mundial a partir da crise de 2008. Agora, a pandemia de coronav�rus casada com a maior recess�o desde a crise de 1929 deve aprofundar a tend�ncia do que alguns chamam de "slowbalization", ou a desacelera��o da globaliza��o como conhecida at� hoje.

A interrup��o no processo de globaliza��o j� aconteceu antes na hist�ria, mas desde o fim da Segunda Guerra Mundial at� a crise econ�mica de 2008 o mundo vinha aumentando o interc�mbio de bens, investimentos, servi�os e tecnologia. A assinatura de um primeiro acordo comercial entre Washington e Pequim no final de 2019 lan�ou esperan�as de que 2020 fosse mais pr�spero para o com�rcio internacional, mas a crise atual indica que o mundo ver� a disrup��o das atuais cadeias globais de produ��o impulsionada por pol�ticas protecionistas, busca por uma produ��o regionalizada e intensifica��o das tens�es geopol�ticas.


O Fundo Monet�rio Internacional projeta uma queda de 11% no com�rcio mundial neste ano, sem plena recupera��o em 2021. A Organiza��o Mundial do Com�rcio tem cen�rios mais sombrios: nas estimativas otimistas, o com�rcio cair� 13%. Nas pessimistas, um ter�o do com�rcio mundial deve ser perdido neste ano. As proje��es sobre fluxo de investimento tamb�m indicam perdas de dois d�gitos.

Ao atingir a China no final do ano passado, o coronav�rus causou a paralisa��o do pa�s apontado como "f�brica global", em raz�o da sua import�ncia na exporta��o e nas cadeias de produ��o. Wuhan, cidade onde a propaga��o do coronav�rus foi inicialmente identificada, � sede de produ��o chinesa para autom�veis e a�o, al�m de concentrar centenas de empresas multinacionais. Com f�bricas fechadas, circula��o de pessoas limitada e demanda interna paralisada, o primeiro sinal vindo da China foi preocupante para a cadeia de produ��o global. As importa��es chinesas ca�ram 4% em janeiro e fevereiro, comparado com o mesmo per�odo do ano anterior, enquanto as exporta��es ca�r am 17%.

Depend�ncia

A crise tamb�m escancarou uma depend�ncia acentuada da China que acendeu sinais de alerta. Em 2018, o gigante asi�tico foi respons�vel por 43% dos equipamentos de prote��o individual, como luvas e m�scaras, de todo o mundo. A preocupa��o com um eventual apag�o na produ��o chinesa fez crescer as tend�ncias de regionaliza��o e de busca por parcerias mais pr�ximas.

Barry Eichengreen, economista e professor da Universidade da Calif�rnia em Berkeley, afirma que algumas vantagens competitivas de pa�ses de baixa renda - como especialidade em opera��es de montagem e fornecimento de insumos - ser�o perdidas "� medida que pa�ses avan�ados come�arem a encurtar e remodelar suas cadeias de produ��o".

"� improv�vel que os apelos a um novo compromisso pela globaliza��o ganhem for�a depois da pandemia de covid-19. Os que desejam ver a globaliza��o preservada devem concentrar esfor�os em minimizar as disrup��es causadas pelo per�odo de desglobaliza��o que vir� e em preparar o terreno para um processo mais sustent�vel depois disso", escreveu o economista Mohamed A. El-Erian, principal conselheiro econ�mico da Allianz e membro do comit� externo criado pelo FMI para resposta � crise causada pelo coronav�rus, em artigo para o site Project Syndicate.

Para o economista, o p� no freio na integra��o internacional ser� adotado simultaneamente por governos, empresas e pelas fam�lias. Do lado corporativo, argumenta El-Erian, a valoriza��o de cadeias de suprimento global deve dar lugar a uma abordagem mais localizada, ao passo que governos ir�o se esfor�ar para garantir uma produ��o segura de produtos de interesse nacional.

O movimento dos pa�ses at� agora foi o de autoprote��o. O governo americano entrou em rota de colis�o com aliados, ao invocar a Lei de Prote��o de Defesa para manter no pa�s e evitar exporta��o de equipamentos de prote��o m�dicos. A a��o americana foi criticada por parceiros como o primeiro-ministro do Canad�, Justin Trudeau, e por analistas, que vislumbram n�o apenas o risco de retalia��o como tamb�m acham que isso servir� de est�mulo para que outras na��es pensem em nacionalizar a produ��o feita por empresas dos EUA com opera��o no exterior. Na Uni�o Europeia, h� recomenda��o para que governos tenham uma dose extra de vigil�ncia para proteger a ind�stria estrat�gica de eventuais investimentos estrangeiros feitos neste momento que possam colocar em risco �reas essenciais para a regi�o.

V�cuo

Para o especialista em com�rcio Douglas Irwin, do Peterson Institute for International Economics, o risco de uma "rea��o exagerada" e propensa ao protecionismo por parte dos pa�ses � agravado pelo v�cuo de lideran�a no sistema comercial global, com os Estados Unidos longe de desempenharem o papel que tiveram em outros momentos de crise. Com o pano de fundo do v�rus, a tens�o entre EUA e China voltou a entrar em ritmo de escalada.

Analistas apontam que � cedo para estimar o impacto real da disrup��o causada pela crise - e a janela de proje��es dos organismos internacionais, que t�m tra�ado mais de um cen�rio poss�vel, confirmam as incertezas. O comum acordo, no entanto, � de que o panorama global ir� mudar. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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