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Estado de Minas POL�MICA

Vale do Jequitinhonha reivindica f�brica de baterias de l�tio

Regi�o de Minas tem maior jazida do mineiral no pa�s, mas teme n�o conseguir se desenvolver se fruto da minera��o for para Juiz de Fora, como anunciou a Codemge


postado em 02/06/2020 17:17

Parte do parque industrial de montadora alemã na Zona da Mata foi alugado para instalação da nova fábrica, em parceria com empresa inglesa(foto: Marcos Michelin/EM/D.A.Press)
Parte do parque industrial de montadora alem� na Zona da Mata foi alugado para instala��o da nova f�brica, em parceria com empresa inglesa (foto: Marcos Michelin/EM/D.A.Press)
O an�ncio do governo do Eatado, atrav�s da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais, que chegou a acordo para instalar “a primeira f�brica de c�lulas de baterias de l�tio-enxofre do mundo” em Juiz de Fora (Zona da Mata), n�o agradou todos mineiros. Profissionais de engenharia e de geoc�ncias, al�m de lideran�as pol�ticas e comunit�rias se mobilizaram para convencer autorides do executivo que o Vale do Jequitinhonha � o local ideal para a planta.

“� inconceb�vel aceitarmos que o Governo Estadual fa�a transfer�ncia de riquezas de uma regi�o que historicamente sofre pelo abandono de investimentos p�blicos. O Vale do Jequitinhonha possui uma riqueza humana e ambiental extraordin�ria, al�m disso, n�o podemos deixar de mencionar as riquezas minerais da regi�o. H� dois anos foi anunciada a descoberta de uma das maiores jazida de l�tio do mundo localizada entre os munic�pios de Ara�ua� e Itinga. O l�tio � uma mat�ria-prima importante para a produ��o de baterias para carros el�tricos, celulares e tablets. A regi�o possui capacidade em responder por 85% do l�tio produzido no pa�s”, diz documento assinado por 13 engenheiros, uma ge�grafa e um gestor ambiental de cidades como Ara�ua�, Berilo, Coronel Murta, Itaobim, Jos� Gon�alves de Minas, Minas Novas e Virgem da Lapa . 

“A justificativa do Estado pela loca��o da f�brica em Juiz de Fora desconsidera o grande potencial humano e educacional que a regi�o possui, deixando exclusivamente o �nus da degrada��o ambiental na localidade e levando os benef�cios econ�micos para outra. Mesmo que atualmente n�o exista tecnologia para o processamento do min�rio na regi�o, o Vale do Jequitinhonha possui capacidade para ser o principal fornecedor de l�tio para qualquer f�brica em um futuro breve, o que refor�a ainda mais a instala��o de ind�strias desse setor na regi�o. S� na regi�o de Ara�ua� existem aproximadamente mais de 300 profissionais atuantes da engenharia e da geoci�ncias. Al�m disso, o Vale apresenta um ensino superior de qualidade gra�as a exist�ncia de institui��es p�blicas como a Universidade Federal do Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG). Na cidade de Ara�ua� existe um campus do IFNMG que recentemente recebeu investimentos p�blicos por meio da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (CODEMGE/CODEMIG) e de emenda parlamentar para constru��o de um pr�dio pedag�gico, reforma e compra dos equipamentos do laborat�rio de mineralogia e tratamento de min�rios, o que contribui muito na forma��o da m�o de obra”, argumentam.

Eles finalizam o texto afirmando estar defendendo todo as categorias envolvidas na explora��o do l�tio, tanto em atividades j� existentes quanto nas que possam vir a fazer parte do cotidiano da regi�o. “N�o podemos permitir que o Governo Estadual exclua do debate sobre a agrega��o de valor e renda proveniente do l�tio da popula��o e dos profissionais da engenharia do Vale do Jequitinhonha”, dizem.

No mesmo caminho v�o algumas lideran�as pol�ticas, que pretendem se engajar na luta para fazer o o governo mudar de ideia. “O Vale do Jequitinhonha � a regi�o que menos se desenvolve em Minas. H� dois anos, o governo do Estado adquiriu 33% da Companhia Brasileira de L�tio (CBL) dizendo que era o in�cio de caminho para diminuir as diferen�as regionais. Mas agora, em plena pandemia, anuncia que ser� constru�da a f�brica de c�luas para baterias de l�tio, mas n�o aqui e, sim, em Juiz de Fora. � assim que vamos continuar, sendo explorados? S� servimos para produzir a mat�ria prima, a riqueza fica l� fora”, questiona o deputado estadual Doutor Jean Freire (PT), que faz apelo para que todos se juntem na luta, independentemente de posicionamento no expectro pol�tico. “Convido a todos para levantar a mesma bandeira, n�o estou interessado de que partido as pessoas s�o ou que questionem de que partirdo eu sou, quero juntar todos que queiram defender o povo do Vale do Jequitinhonha.”

Nesta quinta-feira, ele partcipar�, ao lado dos prefeitos de Ara�ua�, Armando Jardim Paix�o, e de Itinga, Adhemar Marcos Filho, de v�deo-confer�ncia a partir de 19h. Tamb�m estar�o presentes Maria Jos� Gazzi Sallum, que � professora de Departamento de Engenharia de Minas da UFMG; Fl�via Consoni, professora de departamento de Pol�tica Cient�fica e Tecnol�gica da Unicamp; e Rossandro Ramos, professor de Departamento de Estrat�gia da Gest�o da UFRJ.
Freire defende a constitui��o de tr�s frentes para debater o assunto: uma parlamentar, uma t�cnica-cient�fica e uma popular. Al�m disso, apresentou projeto de lei para criar o “polo mineir�rio do l�tio com sustentabilidade”. “Tudo para defender a regi�o, que n�o � pobre, mas empobrecida.”

OBRAS EM ANDAMENTO

Em an�ncio feito em 22 de maio, a Codemge confirmou que, em parceria com a empresa brit�nica Oxis Energy, acertou a loca��o por 15 anos de galp�o no parque industrial da Mercedez-Benz em Juiz de Fora. “Os trabalhos de adequa��o do galp�o de 20.000 m² que sediar� a f�brica come�am de imediato, com investimentos da ordem de US$ 56 milh�es (cerca de R$ 245 milh�es em valores daquela �poca)”. Os projetos de engenharia est�o sendo executados pela Nordika, empresa contratada pela Oxis Energy. A previs�o � que a opera��o se inicie em 2023, com uma produ��o inicial de 300 mil c�lulas de bateria/ano, podendo chegar a 5 milh�es/ano. Com o funcionamento da f�brica, ser�o gerados inicialmente 100 empregos diretos, de alta qualifica��o.

Procurada pela reportagem nesta ter�a-feira, a Codemge n�o retornou at� o momento os questionamentos feitos. 


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