Selic deve cair 1pp hoje e fechar o ano com taxa zero, projeta Guilherme Abbud

Na contram�o das expectativas da maioria das apostas no mercado, a Persevera Asset Management estima queda de 100 pontos-base na taxa Selic pelo Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) no in�cio da noite desta quarta-feira, 17. Mesmo que o Banco Central (BC) n�o reduza o juro b�sico nessa magnitude, cortando a taxa em 0,75 ponto porcentual como indicam quase todas as apostas, a gestora formada por um grupo de ex-gestores do HSBC no Brasil acredita que o Copom deixar� o caminho livre para novos decl�nios, ainda que essa ideia n�o fique expl�cita no comunicado depois da decis�o. Levantamento realizado pelo Proje��es Broadcast (sistema de not�cias em tempo real do Grupo Estado) mostra que 52 de 54 estimativas s�o de corte de 0,75 ponto porcentual

"Se n�o cortar hoje 100 pontos, deixar� a porta aberta, e o ciclo de queda n�o ser� encerrado", afirma Guilherme Abbud, s�cio-fundador e diretor de investimentos da gestora, que estima Selic em zero no fim de 2020. Este n�vel, segundo ele, poder� permanecer por um bom tempo. "� uma quest�o de necessidade cortar mais para sair da depress�o", acrescenta. "Isso n�o � uma quest�o s� de pa�ses ricos, mas tamb�m de emergentes. � como se o Brasil tivesse chegado atrasado."

Conforme cita Abbud, antes mesmo da pandemia de coronav�rus, a gestora j� tinha um cen�rio mais agressivo para a taxa Selic. No in�cio do ano, conta, estimava o juro em 3,00% no fim de 2020. "Naquela ocasi�o, o Pa�s ainda estava tentando se recuperar da crise de 2015, quando vinha empurrando os problemas com a barriga", recorda. Depois, com o surgimento da pandemia, o quadro ficou anda mais complicado, o que refor�a a proje��o de Selic menor. "H� algum tempo temos insistido de que o BC e o mercado t�m sido surpreendido nos �ltimos anos com o desempenho do PIB e da infla��o. Todo ano acredita que a infla��o vai atingir a meta, e n�o vai. Neste sentido, acreditam que acabou corte da Selic, mas n�o. � vencido pelos dados. Acreditamos que mais uma vez o BC ser� vencido pelos dados de atividade e de infla��o", estima.