Nissan demite 398 funcion�rios de f�brica no RJ por crise causada pela pandemia

A montadora Nissan demitiu 398 empregados de sua f�brica em Resende, na por��o fluminense no Vale do Para�ba, em meio � crise provocada pela pandemia de covid-19, ap�s decidir suspender um turno de produ��o, informou a empresa. As demiss�es ocorreram nesta segunda-feira, 22, sem negocia��o com o Sindicato dos Metal�rgicos do Sul Fluminense, disse o vice-presidente da entidade, Renato Soares. O l�der sindical disse que possui informa��o extraoficial de que as demiss�es poderiam chegar ao total de 600 trabalhadores.

"Em fun��o da manuten��o do cen�rio atual de forte retra��o, a empresa precisou adotar novas medidas para garantir a sustentabilidade da sua opera��o no pa�s. Uma delas � o ajuste da cad�ncia de produ��o no Complexo Industrial de Resende e, com isso, a interrup��o de um turno. Uma parte da equipe ser� alocada em outro turno, mas, infelizmente, n�o ser� poss�vel integrar todos os postos de trabalho", diz a nota divulgada pela Nissan, em que confirma a demiss�o de 398 empregados.

Segundo Soares, a Nissan foi a primeira das montadoras do Sul Fluminense em demitir em meio � crise da covid-19.

Al�m da japonesa, a regi�o abriga f�bricas da MAN Latin Am�rica, antiga Volkswagen Caminh�es e �nibus, e da PSA Peugeot-Citr�en. Todas as empresas pararam suas produ��es e recorreram a medidas trabalhistas emergenciais criadas pelo governo federal, como suspens�o dos contratos de trabalho e redu��o dos sal�rios com redu��o de jornada, disse o vice-presidente do sindicato.

"Todas as montadoras recorreram a medidas (de flexibiliza��o trabalhista criadas pelo governo), chamaram o sindicato e tentaram alternativas. A Nissan optou por outro caminho, fez aquilo que achava que tinha que fazer e n�o chamou o sindicato", afirmou Soares.

Soares informou ainda que est� marcada, ainda para a tarde desta segunda-feira, uma reuni�o com a dire��o da Nissan. O objetivo do sindicato � reverter as demiss�es. Conforme Soares, na semana passada, circulou na cidade a informa��o de que poderia haver demiss�es na f�brica, at� um total de 600 trabalhadores. O sindicato procurou representantes da �rea de recursos humanos da empresa, que negaram a informa��o. Apesar da negativa, empregados da Nissan come�aram a ser comunicados de demiss�o em suas casas nesta segunda-feira, contou Soares.

Procurada, a Nissan ainda n�o respondeu se poder� haver mais demiss�es.

Segundo o l�der sindical, a f�brica da Nissan tem de 1,9 mil a 2 mil funcion�rios. Soares lembrou ainda que a estrat�gia de neg�cios da montadora japonesa no Pa�s j� vinha passando por problemas desde o ano passado, quando, a partir de mar�o, o acordo comercial automotivo entre Brasil e M�xico passou a permitir o livre-com�rcio de ve�culos leves, ap�s o fim de um sistema de cotas, que permitia tarifa zero at� uma quantidade m�xima de unidades por ano.

A Associa��o Nacional dos Fabricantes de Ve�culos Automotores (Anfavea) defendia a prorroga��o, por mais tr�s anos, do sistema de cotas, alegando que a competitividade da ind�stria brasileira � muito inferior � do parceiro, que tem carga tribut�ria interna menor, infraestrutura mais eficiente e elevada escala, por exportar a maior parte de sua produ��o para os Estados Unidos.