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Estado de Minas ECONOMIA

Ita� e Bradesco devem participar de capitaliza��o do IRB Brasil Re


postado em 01/07/2020 12:00

Os s�cios Ita� Unibanco e Bradesco devem acompanhar o refor�o de capital de at� R$ 2,3 bilh�es no IRB Brasil Re, apurou o Broadcast, sistema de not�cias em tempo real do Grupo Estado. A opera��o, aprovada na semana passada em reuni�o do rec�m-empossado colegiado, � parte do esfor�o da companhia, l�der do mercado brasileiro de resseguros, para adequar seus ativos sob o aspecto regulat�rio e ainda dar uma sinaliza��o um pouco mais concreta de confian�a ao mercado em meio � grave crise de credibilidade que atravessa.

Em paralelo � divulga��o do seu aguardado resultado do primeiro trimestre, adiado por duas vezes, o IRB anunciou na �ltima ter�a-feira, 30, a contrata��o do Ita� BBA e do Bradesco BBI para coordenarem a capitaliza��o. Al�m de atuarem como assessores da capta��o bilion�ria, os bancos, que s�o os maiores acionistas da companhia, tamb�m devem participar da opera��o, conforme duas fontes ouvidas pelo Broadcast, na condi��o de anonimato.

"Um movimento interessante, no curto prazo, seria a sinaliza��o por parte de Ita� e Bradesco, de que devem acompanhar a oferta, aportando recursos para n�o terem suas participa��es dilu�das", avalia o diretor de renda vari�vel da Eleven Financial, Carlos Daltozo, em relat�rio ao mercado.

Procurado, o Ita� confirmou inten��o de participar da capitaliza��o do ressegurador IRB Brasil Re. "O Ita� Unibanco tem a inten��o de participar deste aumento de capital de modo a manter sua participa��o no IRB inalterada. O banco considerar� subscri��o adicional, caso seja necess�ria", informa a institui��o, em nota ao Broadcast. O Bradesco, que tem investimento no IRB por meio de sua seguradora, n�o se manifestou.

A atual base de acionistas do IRB �, segundo uma fonte ouvida pela reportagem, suficiente para o refor�o de capital. "S� os atuais acionistas j� bastam", diz, na condi��o de anonimato.

Confian�a

O Ita� det�m 11,14% do ressegurador, enquanto o Bradesco possui participa��o de 15,23%. Juntos, somam 26,3% do total do capital social. A companhia passou a ser uma corporation, ou seja, de capital pulverizado ap�s a sa�da da Uni�o e do Banco do Brasil do bloco de controle, no ano passado. Seu terceiro maior acionista � a gigante norte-americana BlackRock, com fatia de 5,11%. Vale lembrar que a gestora � conhecida por manter suas posi��es est�veis no mercado, entre 4% e 6%.

A capitaliza��o do IRB deve acontecer at� setembro. Ainda n�o se sabe, por�m, qual ser� o formato da opera��o. Dentre as poss�veis estruturas, est�o emiss�o de a��es, deb�ntures convers�veis em a��es ou b�nus de subscri��o, e ainda capitaliza��o de lucros ou reservas.

O presidente do conselho de administra��o e atual diretor-presidente do IRB, Antonio Cassio dos Santos, disse que o ressegurador chegou a avaliar uma emiss�o de d�vida ou de a��es a mercado, mas que o custo seria um "absurdo" no cen�rio atual. "Infelizmente, neste momento, em que pese muita liquidez de mercado, uma estrutura de emiss�o de d�vida e a��es, com muitas empresas precisando de liquidez, com muitos problemas por conta da pandemia - o que n�o � o nosso caso -, o custo seria absurdo", disse Santos.

O aumento de capital � necess�rio para o IRB equacionar a sua insolv�ncia regulat�ria. Em mar�o, a cifra indicada pela Superintend�ncia de Seguros Privados (Susep), que regula o setor, era de R$ 2,1 bilh�es. O ressegurador n�o tem problemas de solv�ncia, mas de liquidez. Na pr�tica, tem ativos para fazer frente � exig�ncia da autarquia, entretanto, os mesmos n�o se encaixam naqueles considerados como 'garantidores'.

Al�m da quest�o regulat�ria, o pr�prio IRB admitiu que a capitaliza��o ajudar� a dar uma sinaliza��o de confian�a ao mercado, que ainda penaliza os pap�is na bolsa brasileira. As a��es da companhia amargaram queda de 11,72% no preg�o da �ltima ter�a, cotadas a R$ 11,00, na maior baixa do Ibovespa, principal �ndice de a��es do mercado brasileiro.

'Festa de esqueletos'

O ressegurador trouxe � tona uma 'festa de esqueletos', nas palavras da Eleven Financial, com a reapresenta��o dos balan�os de 2019 e 2018. Os principais ajustes foram por conta da contabiliza��o de uma 'avalanche de sinistros' que, conforme o presidente do IRB, n�o estava contabilizada em lugar algum. O movimento impactou os resultados e tamb�m o patrim�nio l�quido da companhia.

No primeiro encontro da nova gest�o do IRB com analistas e investidores, os executivos levaram cerca de duas horas e quarenta minutos para esclarecer as d�vidas existentes. Ainda assim, parece que n�o foi suficiente. Ao longo da conversa, ocorrida nesta tarde, os pap�is do ressegurador aprofundaram a queda, ap�s a sinaliza��o de que a distribui��o de dividendos ser� impactada no curto prazo e, para 2021, o IRB ainda vai estudar o n�vel a ser pago aos acionistas.

Outra d�vida - tamb�m n�o esclarecida - � quanto ao patamar sustent�vel de rentabilidade da companhia. Mesmo questionados, os executivos deixaram o mercado sem resposta, o que n�o agradou. "O ponto principal a entender � se o ROE (retorno, na sigla em ingl�s) de 30% relatado em 2019 e 2018 pode ser considerado um n�vel novo e sustent�vel para a empresa", questiona o analista do Citi, Felipe Salom�o, em relat�rio ao mercado.

Tamb�m foi a primeira vez que o IRB falou abertamente sobre a Squadra. Foi justamente uma longa an�lise da gestora carioca que desencadeou a mais s�ria crise de credibilidade do ressegurador ao longo dos seus 81 anos, com a queda da diretoria e da alta c�pula da companhia, instaura��o de uma fiscaliza��o especial da Susep, e processos na Comiss�o de Valores Mobili�rios (CVM).

De acordo com o presidente do Conselho do IRB, a an�lise da Squadra foi 'fant�stica' e o fez rebatizar um dito popular. "No futuro, quando eu estiver falando para alunos ou clientes, vou explicar o que batizei de 'Squadra effect', baseado em um dito popular que nos esquecemos: voc� pode enganar muitos por muito tempo, mas n�o pode enganar todos por todo tempo", afirmou, referindo-se � antiga gest�o do ressegurador.

Conclu�das as investiga��es que focaram na identifica��o de fraudes cont�beis e 'fake news' envolvendo a gigante Berkshire Hathaway, a nova c�pula do IRB espera n�o encontrar mais nenhum esqueleto escondido no ressegurador. Mas como se aprende no pr�prio mercado de seguros, n�o existe 'risco zero'.

O pr�ximo passo do ressegurador � rever seu portf�lio de neg�cios, incluindo opera��es na Am�rica Latina e no mercado externo. Antes de se afundar numa crise que parece n�o ter fim, o IRB estava em franca expans�o internacional. Neste momento de pandemia, contudo, o melhor a se fazer, conforme o presidente da companhia, � olhar para dentro de casa.


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