A queda de 21,9% registrada pela ind�stria em maio de 2020 ante maio de 2019 foi decorrente de perdas na produ��o em 22 das 26 atividades pesquisadas, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE).
Al�m dos reflexos negativos da pandemia do novo coronav�rus, o efeito-calend�rio negativo contribuiu para intensificar a magnitude de perdas na produ��o, segundo Andr� Macedo, gerente da Coordena��o de Ind�stria do IBGE. O m�s de maio de 2020 teve dois dias �teis a menos do que maio de 2019.
Entre as atividades, o setor de ve�culos automotores, reboques e carrocerias despencou 74,5%, a maior influ�ncia negativa para a m�dia da ind�stria. Houve perdas relevantes ainda nos ramos de m�quinas e equipamentos (-35,5%), metalurgia (-28,0%), confec��o de artigos do vestu�rio e acess�rios (-60,8%), produtos de borracha e de material pl�stico (-26,4%), outros produtos qu�micos (-17,1%), m�quinas, aparelhos e materiais el�tricos (-36,5%), couro, artigos para viagem e cal�ados (-56,3%), produtos de minerais n�o-met�licos (-25,0%), produtos de metal (-25,0%), outros equipamentos de transporte (-71,2%), equipamentos de inform�tica, produtos eletr�nicos e �pticos (-31,1%), produtos t�xteis (-46,5%), ind�strias extrativas (-5,7%), produtos diversos (-50,6%) e bebidas (-16,5%).
Entre as quatro atividades que apontaram expans�o na produ��o em rela��o a maio do ano passado, os avan�os mais relevantes foram registrados por produtos aliment�cios (2,9%) e coque, produtos derivados do petr�leo e biocombust�veis (1,6%).
O �ndice de Difus�o da ind�stria - que mostra o porcentual de produtos investigados com avan�o na produ��o em rela��o ao mesmo m�s do ano anterior - desceu de 19,1% em abril para 17,3% em maio, o pior desempenho da s�rie hist�rica.
"� o pior da s�rie. O segundo porcentual mais baixo foi o do m�s passado. O �ndice de Difus�o h� oito meses est� mostrando predom�nio de produtos com taxas negativas. N�o � um movimento de agora, mas houve aumento de intensidade de produtos com taxas negativas", frisou Macedo.
Segundo o gerente do IBGE, a flexibiliza��o das medidas de isolamento social no combate � covid-19 pode levar a algum tipo de melhora da produ��o industrial no Pa�s nos pr�ximos meses.
"Uma maior flexibiliza��o pode se traduzir em resultado melhor � frente, mas sempre tendo a ressalva de que � um crescimento que se d� sobre uma base de compara��o depreciada", ressaltou Macedo.
No caso de uma eventual necessidade de novo endurecimento das medidas de isolamento social, se a crise sanit�ria voltar a piorar, um novo fechamento de plantas industriais poderia novamente ter reflexos sobre a produ��o.
"A priori n�o tenho como dizer se esse movimento de crescimento (de maio ante abril) vai permanecer", disse Macedo. "(A ind�stria) Pode ter tamb�m problemas de natureza de demanda menor do �mbito dom�stico. Com os dados do mercado de trabalho com contingente importante de pessoas fora dele, o ritmo da produ��o tamb�m vai estar diretamente associado � din�mica desse demanda dom�stica. E tem a quest�o do mercado externo, as exporta��es, para onde (a ind�stria) vai escoar a produ��o. S�o v�rios fatores que podem de alguma forma acelerar ou evitar a recupera��o dessa produ��o industrial", alertou o pesquisador.
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