A diretora de Assuntos Internacionais e Gest�o de Riscos Corporativos do Banco Central (BC), Fernanda Nechio, afirmou nesta sexta-feira, 3, que o arrefecimento do cr�dito em 2020 e a concentra��o de recursos direcionados �s grandes empresas foram dois dos motivos que levaram a autoridade monet�ria a adotar medidas voltadas para o mercado de cr�dito durante a pandemia do novo coronav�rus.
"A concess�o cresce em 2020, mas percebemos pelos �ltimos dados que h� um arrefecimento nesse aumento em rela��o a 2019. E esse � um dos motivos por tr�s do conjunto de medidas tentando direcionar o mercado de cr�dito", disse a diretora, em live organizada pela C�mara Brit�nica de Com�rcio e Ind�stria no Brasil.
Segundo ela, no Brasil, a concess�o de cr�dito para empresas n�o financeiras cresce 23% em 2020 e avan�a 24% desde a d�cima primeira semana, no in�cio da pandemia. Para fam�lias, os avan�os foram de 10% e 6,9%, respectivamente.
Fernanda ressaltou tamb�m que, em 2019, a expans�o do cr�dito foi impulsionada por pequenas e m�dias empresas, enquanto as grandes passaram a liderar esse processo em 2020, com a pandemia. "Tamb�m foi um dos motivos que nos levaram ao conjunto de medidas para o cr�dito", disse a diretora, em refer�ncia � inten��o do BC em fazer os recursos chegarem �s menores empresas.
Para ela, apesar de ser desafiador o processo de transmiss�o de pol�ticas para o cr�dito, o Brasil tem sido r�pido na implementa��o de medidas durante a crise, em compara��o a outros pa�ses. "Temos um esfor�o grande em ter uma implementa��o r�pida, porque foi uma li��o que os bancos centrais aprenderam em 2008", disse.
Copom
A diretora de Assuntos Internacionais e Gest�o de Riscos Corporativos do Banco Central afirmou tamb�m que a �ltima decis�o do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) � "compat�vel com a resposta da pol�tica monet�ria ao combate � pandemia do covid-19".
A �ltima decis�o do Copom resultou em corte de 0,75 ponto porcentual na taxa Selic, para 2,25%.
Segundo ela, contudo, h� "um horizonte de grandes incertezas" para a tomada de decis�o de pol�tica monet�ria, tanto para a recupera��o da economia brasileira quanto para o futuro da pol�tica fiscal.
"Mesmo quando olhamos para pa�ses desenvolvidos, h� incerteza sobre a revers�o da crise e os efeitos da revers�o. N�o sabemos por quanto tempo durar� o per�odo de restri��o social, nem a velocidade da revers�o da restri��o. Estamos vendo uma melhora da economia, mas n�o sabemos como ser� � frente", disse a diretora, que ressaltou que h� avan�os nos �ltimos dados dos indicadores de atividade e confian�a.
Ela destacou tamb�m que o futuro da trajet�ria fiscal do Brasil � uma fonte de incerteza para a autoridade monet�ria e ressaltou que h� rela��o significativa entre o pr�mio de risco dos pa�ses e o n�vel de endividamento na entrada da crise.
"Chile e Peru, por exemplo, come�aram com enfrentamento da crise com uma posi��o muito mais baixa que outros pa�ses. Vimos que a posi��o inicial do fiscal � muito importante", disse a diretora, que lembrou que, no Brasil, a agenda de reformas vindo sem bem encaminhada antes da crise.
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