A Receita Federal identificou que as vendas registradas por meio de notas fiscais eletr�nicas em todo Pa�s reagiram em junho e atingiram o maior patamar do ano, com uma m�dia di�ria de R$ 23,9 bilh�es. O crescimento chegou a 15,6% na compara��o com maio e a 10,3% em rela��o ao mesmo m�s do ano passado. Essas notas funcionam como um "term�metro" da atividade econ�mica porque registram neg�cios que ocorrem diariamente.
Depois do fundo do po�o observado em abril devido ao impacto da pandemia do novo coronav�rus, o secret�rio da Receita, Jos� Tostes, avalia que os dados do registro di�rio das notas fiscais em todas as regi�es sinalizam o in�cio de uma recupera��o importante, embora ainda "aqu�m" do que o Pa�s precisa.
O mais importante, segundo ele, foi a revers�o da tend�ncia de queda brutal de abril. "� um retrato da economia real. O que est� registrado aqui � o que foi vendido", ressalta.
O mapeamento di�rio das vendas para mensurar o impacto do coronav�rus, ao qual o Estad�o teve acesso, mostra tamb�m que nem todas as empresas foram impactadas negativamente. Um grupo de 200 mil empresas conseguiu manter o volume de vendas mesmo durante a pandemia. Entre os setores nesta condi��o est�o constru��o civil , informa��o e comunica��o, supermercados e farm�cias, al�m da agroind�stria e da ind�stria extrativa e de transforma��o.
A alta das compras p�blicas pelo governo federal, Estados e munic�pios para atender �s necessidades das medidas de combate e tratamento da covid-19 - como constru��o de hospitais de campanha, compra de equipamentos e contrata��o de pessoal - tamb�m ajudou.
Outro fator que segurou as vendas foi o pr�prio programa de aux�lio emergencial de R$ 600, distribu�do � popula��o mais vulner�vel, e que atendeu as necessidades imediatas de consumo dos mais pobres que ficaram sem renda.
Os dados da Receita mostram que as quantidades de notas fiscais eletr�nicas emitidas ficaram em junho acima dos n�veis anteriores ao impacto da covid-19, ocorrido em mar�o. No acumulado do ano, as vendas em 2020 e 2019 se equivalem, em termos reais.
A melhora j� havia come�ado em maio, quando as vendas cresceram 9,1% em rela��o a abril, mas ainda apresentavam queda de 16,8% ante o mesmo m�s do ano passado. Ap�s o pico de R$ 180 bilh�es de vendas na �ltima semana de maio, as semanas de junho mostraram vendas superiores a R$ 150 bilh�es, exceto a semana do feriado de Corpus Christi (R$ 137 bilh�es). A �ltima semana de junho registrou vendas de R$ 177 bilh�es.
'Trajet�ria'
As quantidades de notas fiscais eletr�nicas subiram gradualmente ap�s o choque da covid-19 (na 13.� semana) e permanecem maiores do que no in�cio do ano. "Precisaremos de mais tempo e de muitas outras medidas para retomar uma trajet�ria sustent�vel de crescimento, por�m, essa revers�o foi importante e a constata��o de que o fundo de po�o foi em abril", ressalta o secret�rio da Receita.
As notas incluem as vendas das empresas para administra��o p�blica; de companhia para companhia como, por exemplo, de um distribuidor para uma atacadista; e as vendas das empresas diretamente para o consumidor final. Um conv�nio assinado com os Estados vai permitir a inclus�o dos dados do varejo.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, passou a semana refor�ando o discurso de que os primeiros indicadores mostram recupera��o da economia brasileira em junho. "Abril foi o fundo do po�o, em maio come�ou ligeira recupera��o e junho acelerou", disse ele na sexta-feira, durante evento virtual promovido pela Associa��o Brasileira de Ind�stria de Base (Abdib).
Ele tem cobrado da equipe dados mais aprofundados sobre o movimento de recupera��o econ�mica depois da pandemia. Como mostrou o Estad�o, ele vai criar uma secretaria especial sobre estudos econ�micos, reunindo IPEA, IBGE e a Secretaria de Pol�tica Econ�mica.
Web dita ritmo de neg�cios
O isolamento social durante a pandemia da covid-19 fez disparar as vendas pelo com�rcio eletr�nico. Em junho, o crescimento das notas fiscais eletr�nicas referentes a vendas pela internet chegou a 73% em rela��o ao mesmo m�s do ano passado.
Segundo o secret�rio da Receita Federal, Jos� Tostes, o com�rcio eletr�nico foi a grande for�a motriz das compras, que deixaram de ser feitas presencialmente nos grandes centros comerciais. A m�dia di�ria chegou a R$ 670 milh�es durante o m�s passado.
O crescimento do com�rcio eletr�nico j� estava forte antes da pandemia e, com o isolamento e o fechamento do com�rcio, ganhou ainda mais for�a. "Certamente vai continuar depois da pandemia. � uma adapta��o a uma nova cultura, assim como estamos nos adaptando ao trabalho remoto", disse o secret�rio.
Segundo Tostes, a tend�ncia de crescimento do com�rcio eletr�nico vai continuar porque novos h�bitos est�o sendo criados. "H� um longo caminho a percorrer, mas estamos na dire��o certa no rumo da recupera��o."
Como mostrou reportagem do Estad�o, em pouco mais dois meses de pandemia foram abertos 107 mil novos estabelecimentos criados na internet, segundo levantamento da Associa��o Brasileira de Com�rcio Eletr�nico (Abcomm), entre 23 de mar�o e 31 de maio. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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