No semestre em que a economia global foi marcada pela pandemia do coronav�rus, os im�veis residenciais no Brasil surpreenderam e apresentaram valoriza��o. Isso � o que mostra o �ndice Fipezap, pesquisa realizada pela Funda��o Instituto de Pesquisas Econ�micas (Fipe) com base nos an�ncios do portal Zap.
Segundo o levantamento, os pre�os pedidos subiram em m�dia 1,1% no primeiro semestre, batendo a infla��o (medida pelo IPCA) projetada para o mesmo per�odo, de apenas 0,08%. Na pr�tica, isso aponta para uma alta real de 1,03%.
Entre as 16 capitais pesquisadas, foram registradas altas em 13 delas no primeiro semestres: Florian�polis (4,16%), Curitiba (3,24%), Campo Grande (2,98%), Bras�lia (2,37%), Belo Horizonte (2,13%), Macei� (2,13%), Vit�ria (1,66%), S�o Paulo (1,59%), Manaus (1,35%), Salvador (0,99%), Goi�nia (0,71%), Porto Alegre (0,51%) e Rio de Janeiro (0,37%). J� em outras 3 capitais, houve quedas no semestre: Jo�o Pessoa (-0,38%), Fortaleza (-1,35%) e Recife (-3,88%).
No m�s de junho, os pre�os pedidos cresceram 0,18%. E no acumulado dos �ltimos 12 meses, a alta foi de 0,81%. Com esses resultados, o pre�o m�dio pedido por metro quadrado no Pa�s atingiu R$ 7.307 em junho. Os valores mais altos est�o no Rio de Janeiro (R$ 9.323), S�o Paulo (R$ 9.132) e Bras�lia (R$ 7.491).
O coordenador do �ndice Fipezap, Eduardo Zylberstajn, avalia que a valoriza��o dos im�veis no primeiro semestre mostra que o mercado contou com mais fatores positivos do que negativos.
Embora a pandemia tenha causado uma paralisa��o da economia, redu��o da renda de milh�es de brasileiros e posterga��o de neg�cios, uma outra parte dos consumidores ainda v� sentido em trocar o aluguel pela casa pr�pria, e pode contar com os juros mais baixos da hist�ria para financiar uma aquisi��o.
"Ainda que tenha um choque no emprego e na renda, h� uma outra situa��o favor�vel, de juros baixos, o que � essencial para embasar essas negocia��es e sustentar o pre�o dos im�veis", observa Zylberstajn.
O coordenador tamb�m lembra que havia uma demanda reprimida no setor, uma vez que muitas pessoas deixaram de comprar im�veis durante a crise anterior, iniciada em 2014. Essas transa��es est�o acontecendo atualmente, diz. "E o pre�o dos im�veis no Brasil � r�gido. Na pandemia, ningu�m sai vendendo o im�vel com medo. Quem tem im�vel, fica receoso em dar um super desconto e perder dinheiro", conta.
Pre�o dos im�veis tende a seguir em alta, apesar da crise
Zylberstajn acredita ainda que o pre�o dos im�veis continuar� acima da infla��o neste segundo semestre, ou seja, manter� a trajet�ria de valoriza��o.
"Considerando um abrandamento da pandemia e uma retomada da economia, ainda que lenta, ent�o temos condi��es para a manuten��o desse cen�rio de valoriza��o. Vai ser uma valoriza��o pequena, nada de uma super alta, claro", prev�.
"A infla��o seguir� sob controle, os estoques de im�veis novos est�o relativamente baixos, e os lan�amentos de novos projetos diminu�ram o ritmo. Isso tudo indica condi��es de continuarmos vendo aumento nos pre�os", afirma.
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