A Organiza��o dos Pa�ses Exportadores de Petr�leo (Opep) apresentou nesta ter�a-feira, 14, sua primeira estimativa para a produ��o da commodity pelo Brasil no ano que vem. De acordo com relat�rio mensal da entidade que tem sede em Viena divulgado nesta ter�a, a oferta dom�stica em 2021 ser� de uma m�dia de 3,91 milh�es de barris por dia (bpd). O volume estimado representa uma eleva��o em rela��o � proje��o de abastecimento para este ano, que nesta ter�a foi levemente ajustada para cima, de uma m�dia de 3,73 milh�es de bpd para uma m�dia de 3,74 milh�es de bpd. Se confirmada, a nova expectativa para 2020 representar� um aumento de 190 mil bpd sobre o suprimento de 2019 e de 180 mil bpd deste para o pr�ximo ano.
Com essa perspectiva da Organiza��o para o ano que vem, o Brasil ser� um dos principais pa�ses a impulsionar o suprimento da commodity global fora do cartel, atr�s apenas dos Estados Unidos, que devem registrar uma amplia��o de 240 mil barris por dia. Outros produtores relevantes apontados pela Opep s�o Noruega, Canad�, Austr�lia, Equador e Catar.
A institui��o destacou, no entanto, que os n�meros poder�o ser alterados j� que h� incertezas em rela��o aos aspectos financeiros e log�sticos da produ��o americana e tamb�m a possibilidade alta de uma segunda onda de infec��es por covid-19 em todo o mundo.
Apenas em maio, a produ��o brasileira de petr�leo bruto apresentou queda de 190 mil bpd sobre abril, para uma m�dia de 2,77 milh�es de bpd. O resultado foi influenciado pela redu��o de 180 mil bpd em campos do pr�-sal.
"Essa queda pode dever-se ao fato de os operadores preferirem manter o n�mero m�nimo de pessoal necess�rio para sustentar a produ��o e opera��es seguras em meio � pandemia da covid-19", destacou a entidade, acrescentando que os dados preliminares de junho mostram um aumento para uma m�dia de 2,91 milh�es de bpd de petr�leo.
A Opep considera que a atividade petrol�fera no segundo semestre do ano ser� maior do que na primeira metade no Pa�s, j� que novos projetos passam a entrar em opera��o. "Al�m disso, o primeiro fluxo de petr�leo bruto da plataforma (FPSO, na sigla em ingl�s) P-70 foi relatado em 25 de junho, de acordo com a Petrobras", frisou o relat�rio, explicando que essa FPSO, instalada na Bacia de Santos, tem capacidade de processamento de 150 mil bpd. "Com pre�os mais baixos que o ponto de equil�brio atualmente e a melhora dos pre�os do petr�leo, a produ��o do pr�-sal do Brasil parece estar mais bem posicionada", considerou.
Demanda
Sobre a demanda, a Organiza��o salientou que houve um "decl�nio significativo" em toda a Am�rica Latina em abril, de 1,4 milh�o de bpd na compara��o com o mesmo m�s do ano passado, atribu�do principalmente a uma forte desacelera��o no consumo de petr�leo brasileiro. No Pa�s, a queda foi de 560 mil bpd na compara��o com abril do ano passado, mas a entidade salientou que "todos os pa�ses da Am�rica Latina apresentaram quedas not�veis", com baixa de 270 mil bpd na Argentina, de 190 mil bpd na Col�mbia e de 10 mil na Venezuela.
O segmento mais afetado em toda a regi�o, conforme a Opep, foi de combust�veis para transporte - tanto de gasolina quanto para o segmento de avia��o - por causa das restri��es de mobilidade.
PIB
A Opep previu ainda nesta ter�a que o PIB do Brasil este ano cair� ainda mais do que o esperado h� um m�s. De acordo com relat�rio mensal da entidade que tem sede em Viena divulgado nesta ter�a, a atividade dom�stica encolher� 6,7% em 2020 - ante expectativa de queda de 6% em junho. Para o ano que vem, a previs�o � de expans�o da economia de 2,4%.
A Opep destacou que as taxas de infec��o por covid-19 continuam a aumentar no Brasil e na �ndia - outro pa�s que teve a proje��o de queda do PIB acentuada pela institui��o, de -0,8% para -2,5%.
"Nessas economias, as medidas de bloqueio tamb�m foram atenuadas, mas parece n�o ter sido suficientemente favor�vel para levar a uma recupera��o subjacente ampla", considerou a entidade, citando o relat�rio Coronavirus Government Response Tracker, da Universidade de Oxford.
"A tend�ncia de diminuir gradualmente as medidas de bloqueio tamb�m foi observada em outras economias em desenvolvimento na �frica e na Am�rica Latina", comparou a Organiza��o.
Cen�rio global
A Opep apresentou tamb�m sua primeira estimativa para a demanda global pela commodity no ano que vem. Pelos c�lculos da entidade que tem sede em Viena, na �ustria, o consumo apresentar� um crescimento hist�rico elevado de 7 milh�es de barris por dia depois de um ano em que o impacto deve ser muito forte por causa da pandemia de coronav�rus.
O relat�rio mensal da institui��o salientou que, regionalmente, o crescimento do consumo deve ser de 3,5 milh�es de bpd tanto nos membros da Organiza��o para Coopera��o e Desenvolvimento Econ�mico (OCDE) quanto nos pa�ses que est�o fora da entidade - o Brasil n�o faz parte da OCDE.
Em rela��o aos produtos, a Opep previu nesta ter�a que a gasolina e o diesel devem registrar os maiores ganhos anuais em 2021, embora os ganhos cont�nuos de efici�ncia, incluindo trabalho remoto e teleconfer�ncias, possam limitar os avan�os de demanda por petr�leo no ano que vem, permanecendo abaixo dos n�veis identificados antes da crise.
Para 2020, a Opep projetou que a demanda mundial deve cair 8,9 milh�es de bpd. H� um m�s, a expectativa era de queda maior, de 9,07 milh�es de bpd e a melhora foi atribu�da � demanda de petr�leo um pouco melhor do que o esperado da regi�o da OCDE ao longo do segundo trimestre do ano.
Esse movimento, conforme o documento, mais do que compensou os ajustes para baixo na demanda por petr�leo fora da Organiza��o durante o mesmo trimestre, principalmente na regi�o "Outra �sia". Nos pa�ses desse grupo, a atividade de manufatura enfraquecida e o setor de transporte ficaram abaixo das expectativas.
A demanda global total de petr�leo � estimada em 90,7 milh�es de bpd em 2020, com expectativa de maior consumo na segunda metade do ano na compara��o com a primeira. Para 2021, a demanda por petr�leo dever� se recuperar parcialmente da desacelera��o exibida em 2020 e ainda crescer para uma m�dia total de 97,7 milh�es de bpd. "Estima-se que a demanda por petr�leo registre desenvolvimentos significativos em rela��o ao ano anterior, no entanto, permanecer� muito abaixo dos n�veis anteriores � covid-19", comparou.
A Opep presume que a melhora da economia em 2021 em compara��o com o ano atual, al�m da fraca base de compara��o, sejam consideradas os fatores determinantes do aumento da demanda. A entidade tamb�m sup�e que n�o haver� grandes surtos de covid-19 em 2021 para compor seu cen�rio para o ano.
"A incerteza quanto �s premissas de perspectivas para este e o pr�ximo ano permanece extraordinariamente alta, particularmente no que diz respeito ao crescimento econ�mico (taxas de desemprego, tamanho e efetividade dos est�mulos, recupera��o setorial da ind�stria e servi�os etc.), bem como os desenvolvimentos da pandemia da covid-19, restri��es relacionadas e seu impacto no consumo de petr�leo", ponderou a entidade.
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