Embora os governos das diferentes esferas (federal, estadual e municipal) tenham anunciado uma s�rie de medidas emergenciais em combate � pandemia do novo coronav�rus, a maioria das empresas que adotaram alguma a��o em resposta � covid-19 n�o percebeu o apoio governamental, segundo dados da Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas Empresas, que integram as Estat�sticas Experimentais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE).
O IBGE estima que havia 4,071 milh�es de empresas no Pa�s na primeira quinzena de junho, mas apenas 2,744 milh�es delas estavam funcionando, mesmo que parcialmente. As demais tinham encerrado suas atividades temporariamente ou definitivamente.
Entre as que estavam funcionando, 2,674 milh�es disseram ter adotado alguma medida em rea��o � pandemia, mas menos de um ter�o delas (889.455 empresas) percebeu o apoio do governo na ado��o de ao menos uma dessas a��es. Outras 1,855 milh�o tomaram medidas alegadamente sem qualquer apoio.
O diretor de Pesquisas do IBGE, Eduardo Rios-Neto, lembra que a principal medida tomada foi a realiza��o de campanhas de informa��o e preven��o ou ado��o de medidas extras de higiene (mencionada por 91,1% das empresas em atividade), o que n�o teria necessariamente rela��o com governos.
Mas a percep��o sobre o apoio governamental n�o foi universal mesmo entre as que aderiram a a��es de socorro como concess�o de cr�dito para pagamento da folha de empregados e adiamento do pagamento de impostos.
Entre as 1,221 milh�o de empresas que adiaram o pagamento de impostos, mais de 587 mil (48,1%) declararam que o fizeram sem apoio governamental. Das 347,8 mil empresas que conseguiram uma linha de cr�dito emergencial para pagamento da folha salarial, 112,5 mil (32,3%) manifestaram que n�o tiveram apoio do governo nessa a��o.
Segundo Alessandro Pinheiro, coordenador de Pesquisas Estruturais e Especiais em Empresas do IBGE, as medidas de preven��o � covid s�o importantes, mas demandam menor esfor�o da empresa para concretiz�-las. Ele ressalta que a expressiva fatia de empresas que lan�aram ou passaram a vender novos produtos e servi�os (20,1% das que tomaram alguma medida em rea��o � pandemia) e alteraram m�todo de entrega de produtos e servi�os, incluindo a mudan�a para o online (32,9%).
"Tem a ver com uma rea��o mais criativa da empresa, que tem a ver com mais investimento", disse Pinheiro. "� mais pr�-ativa, uma busca de alternativas e oportunidades para atenuar a queda na receita", completou.
O pesquisador do IBGE apontou que a queda nas vendas de produtos e servi�os foi o efeito mais marcadamente mencionado como negativo em decorr�ncia da pandemia.
"Isso � normal. Porque houve impacto da demanda", disse Pinheiro. "O choque se deu mais rapidamente pela demanda, por conta disso esse impacto nas vendas foi o mais negativo mencionado na pesquisa", acrescentou.
O coordenador de Pesquisas Conjunturais em Empresas do IBGE, Fl�vio Magheli, lembrou que a pandemia foi predominante no encerramento das atividades de m�dias (mencionada por 74,3% delas) e grandes empresas (100%), mas que a maioria das pequenas empresas que encerraram atividades j� estava em dificuldades antes da crise despertada pela covid-19, 60,2% desse tipo de estabelecimento.
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