A recupera��o em "V" (cai r�pido, sobe r�pido), t�o sonhada por diversos setores em meio � crise do coronav�rus, pode estar a caminho de se tornar realidade no mercado imobili�rio de S�o Paulo, o mais pujante do Pa�s. Os neg�cios apurados at� aqui evidenciam quedas nas vendas de abril e maio, mas que foram abrandadas ao longo de junho, despertando otimismo entre empres�rios e analistas.
"A sensa��o � que ocorreu mais um adiamento do que uma desist�ncia das compras", relata o presidente do Sindicato da Habita��o (Secovi-SP), Bas�lio Jafet. "Ap�s a reabertura do estandes, o movimento come�ou a subir", emenda. O Secovi-SP contabilizou vendas de 1.923 im�veis novos em abril e 2.405 em maio, o que configura quedas de 27,7% e 26,7%, respectivamente, em rela��o aos mesmos meses do ano passado. O tamanho da queda foi considerado brando em compara��o com outros setores, diz Jafet.
Os dados de junho ainda est�o sendo computados, mas uma sondagem preliminar feita junto aos associados indica que as vendas j� chegaram a 85% do esperado para o m�s. "� um resultado espetacular para este momento em que ainda h� receio de sair de casa e o atendimento tem restri��es de hor�rio e fluxo", avalia Jafet. "Os lan�amentos e as vendas s�o menores do que antes da crise, claro, mas as atividades melhoraram em maio e junho. Para mim, isso foi uma grande surpresa", diz o analista do BTG Pactual, Gustavo Camba�va.
Atrativo na crise
H� algumas hip�teses que explicam a melhoria dos neg�cios . A principal delas � que taxa de juro m�dia do financiamento imobili�rio no Brasil est� no menor patamar da hist�ria, de acordo com dados do Banco Central. Em maio, ela chegou a 7,16% ao ano. J� no come�o de 2019, estava em 8,31%, e no come�o de 2017, 10,90%. O setor estima que a redu��o de cada ponto porcentual nos juros represente um desconto de 8% na parcela do financiamento, o que significa que ela passa a caber no bolso de cada vez mais consumidores.
Levantamento realizado pelo banco Credit Suisse neste m�s aponta outros fatores que refor�am o otimismo com o mercado. Um deles � que as vendas de im�veis residenciais ficaram em torno de 60% do seu n�vel hist�rico na �ltima crise, entre os anos de 2015 e 2017. Isso gerou uma demanda reprimida, o que ajuda a explicar o bom movimento nos estandes.
Outro fator � que os im�veis est�o relativamente baratos, uma vez que a alta de pre�o n�o acompanhou a infla��o. Pelos c�lculos do banco, isso resultou numa desvaloriza��o m�dia de 25% nos �ltimos cinco anos das moradias nas capitais. "A demanda deprimida, associada �s taxas de juros no recorde de baixa e ao desempenho fraco dos pre�os de moradias, criaram um ambiente �nico para o setor", descreveram os analistas Daniel Gasparete e Eduardo Costa, respons�veis pelo estudo do Credit Suisse.
Al�m disso, o aluguel de im�veis voltou a ser um investimento atrativo. O rendimento gira em torno de 5% ao ano, nada mal frente a uma taxa b�sica de juros (Selic) de 2,25% ao ano.
H� tamb�m uma quest�o comportamental, aponta o copresidente da MRV, Eduardo Fischer. "O im�vel passou a ganhar mais import�ncia na vida das pessoas, porque elas passam mais tempo em casa e querem ter um lugar agrad�vel para ficar", comenta. Esse ponto de vista pode levar muitas pessoas a trocar o aluguel pela casa pr�pria ou at� mesmo buscar um "upgrade" para uma moradia melhor, explica.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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ECONOMIA
Mercado imobili�rio aponta melhora nas vendas e fala em retomada em �V�
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