O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, entregou seu pedido de demiss�o ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Economia, Paulo Guedes. A informa��o foi divulgada no in�cio da noite de sexta-feira, 24 por meio de fato relevante do banco.
Segundo fontes do governo, a sa�da de Novaes est� alinhada ao movimento de Bolsonaro de se afastar do n�cleo considerado radical. Novaes � ligado ao escritor Olavo de Carvalho, que tem atrapalhado a pauta governista e gerado ru�dos com o Poder Legislativo. Recentemente, o presidente do BB questionou decis�o do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) de impedir que o banco fa�a propaganda em sites acusados de espalhar fake news.
Al�m disso, a avalia��o na equipe econ�mica � que o desempenho dele no mercado de cr�dito teria sido insatisfat�rio. Novaes se mostrou reticente a atender aos pedidos do presidente de baixar juros em linhas ao consumidor, principalmente no cheque especial, e ampliar a oferta de cr�dito para atenuar os efeitos da crise.
O comunicado distribu�do ao mercado diz que o pedido de ren�ncia ter� "efeitos a partir de agosto, em data a ser definida e oportunamente comunicada ao mercado, entendendo que a companhia precisa de renova��o para enfrentar os momentos futuros de muitas inova��es no sistema banc�rio".
O fato relevante tamb�m diz que Bolsonaro j� aceitou o pedido de Rubens e que deve indicar outro nome para comandar o banco p�blico. Um dos nomes cotados para substituir Novaes � de H�lio Magalh�es, atual presidente do conselho de administra��o do BB. Ele foi presidente do Citi Brasil de 2012 a 2017.
Segundo apurou o Estad�o, Magalh�es � considerado um dos presidentes de conselho do banco mais atuantes na hist�ria do BB. Outro nome forte � do atual presidente da Caixa, Pedro Guimar�es, que tem grande apre�o de Bolsonaro.
Pol�ticos do Centr�o afirmam, nos bastidores, que entendem n�o haver espa�o para um indicado de partidos como substituto, pela posi��o estrat�gica do banco para o Pa�s. O cargo � considerado "vital", e Guedes j� avisou que da seara dele n�o est� disposto a abrir m�o das presid�ncias dos tr�s maiores bancos federais (BB, Caixa e BNDES), sob o risco de sair do governo.
Novaes manifestou a Guedes o desejo de deixar o cargo h� cerca de um m�s, dizendo que queria retornar ao Rio para ficar pr�ximo da fam�lia. Pediu a libera��o como "presente de anivers�rio" em agosto.
Fake news. O BB foi proibido em maio de veicular publicidade em sites, blogs, portais e redes sociais acusados de espalhar fake news. Em recurso apresentado esta semana, o banco pediu � Corte de Contas que reverta a decis�o e afirmou que n�o financia fake news.
De acordo com a institui��o a decis�o do TCU de suspender a publicidade do BB em sites e blogs, al�m de jornais e revistas com menos de dez anos de exist�ncia, teria afetado o resultado da institui��o financeira nas redes. As solicita��es de abertura de contas digitais e os pedidos de cart�o Ourocard feitos por n�o-correntistas ca�ram 30%.
O BB tamb�m teria perdido relev�ncia entre os usu�rios de internet. O alcance da institui��o caiu de um p�blico-alvo de 100 milh�es para 30 milh�es. Nas redes sociais, as publica��es, que antes chegavam a 5 milh�es de usu�rios por campanha, ca�ram para 20 mil.
Privatiza��o. Na reuni�o ministerial do dia 22 de abril, Guedes chegou a criticar a atua��o de Novaes � frente do BB. Ele disse que o governo "faz o que quer" com a Caixa Econ�mica Federal e o BNDES, mas no BB "n�o consegue fazer nada", mesmo tendo um "liberal l�" - em refer�ncia a Novas, que estava no encontro. "Tem de vender essa porra logo", disse Guedes.
Para Guedes, o Banco do Brasil "n�o � tatu nem cobra, porque ele n�o � privado, nem p�blico". "Se for apertar o Rubem, coitado. Ele � super liberal, mas se apertar ele e falar: �bota o juro baixo�, ele: �n�o posso, sen�o a turma, os privados, meus minorit�rios, me apertam.� . A� se falar assim: �bota o juro alto�, ele: �n�o posso, porque sen�o o governo me aperta�. O Banco do Brasil � um caso pronto de privatiza��o", afirmou o ministro da Economia durante encontro com ministros e outras autoridades.
Em abril, durante a crise da pandemia do novo coronav�rus e as medidas de isolamento para tentar evitar a propaga��o da doen�a, Novaes disse ao Estad�o que "governadores e prefeitos impedem a atividade econ�mica e oferecem esmolas, com o dinheiro alheio, em troca". "As pessoas querem viver de seu esfor�o pr�prio."
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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