Ex-presidente do Banco Central (BC), o economista Arminio Fraga afirmou nesta segunda-feira, 27, que v� algum espa�o para um "pequeno" aumento da carga tribut�ria no Brasil, como consequ�ncia de corre��es que poderiam ser feitas em distor��es do sistema tribut�rio e de subs�dios considerados por ele ineficientes.
Para Arminio, h� subs�dios e vantagens tribut�rias sem o "menor sentido" do ponto de vista distributivo ou de gera��o de competitividade. "Eu penso que, eventualmente, h� espa�o para pequeno aumento de carga tribut�ria, eliminando distor��es de regimes", disse o economista, em semin�rio online realizado pelo Institui��o Fiscal Independente (IFI), do Senado Federal.
O ex-presidente do BC disse que n�o � a favor do modelo tribut�rio defendido pelo economista franc�s Thomas Piketty ou do modelo norte-americano, mas afirmou que � poss�vel deixar o sistema brasileiro mais progressivo, sem recorrer ao que ele chamou de radicalismo. Para Arminio, n�o faz sentido, em um pa�s desigual como o Brasil, haver um sistema tribut�rio regressivo. "Na melhor das hip�teses, nosso sistema � neutro, mas com muitos aspectos incrivelmente regressivos", disse.
Arminio disse que se v� como um defensor do 'Estado m�dio', "nem gordo nem raqu�tico", funcionando de maneira mais eficiente. "� uma cobran�a de todos os brasileiros", disse, acrescentando que o imposto sobre heran�a seria um "bom caminho". Ele afirmou ainda que tem prefer�ncia pelo tributo sobre a renda e disse que � preciso ter cuidado com o que incide sobre dividendos.
Ao comentar a situa��o fiscal do Brasil, Arminio ressaltou que a d�vida p�blica, como propor��o do PIB, caminha para o n�vel de 100%, "o que � muito grave", e destacou que os prazos dela tem ficado mais curtos, deixando o Brasil cada vez mais vulner�vel. "A resposta � pandemia foi vista como um salvo conduto para se gastar mais", disse o economista, lembrando que os pa�ses pretendem enxugar a liquidez depois da pandemia.
Para o ex-presidente do BC, � fundamental colocar a d�vida em trajet�ria de queda, para manter os juros baixos. "Tenho muito medo dessa fragiliza��o fiscal, o Pa�s est� saindo de uma UTI", comentou.
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