De mar�o a maio, 42% dos varejistas de constru��o perceberam crescimento nas vendas em rela��o ao mesmo per�odo de 2019. Os que apontaram queda foram 20% e aqueles que registraram um faturamento constante foram 38%. O fato do setor ter conseguido autoriza��o para permanecer aberto desde o fim de mar�o foi essencial para a percep��o de melhora do lojistas do ramo. Os dados s�o do Term�metro Anamaco, pesquisa da Associa��o Nacional de Comerciantes de Material de Constru��o (Anamaco), em parceria com a Funda��o Get�lio Vargas. O levantamento, adiantado ao Broadcast (sistema de not�cias em tempo real do Grupo Estado), foi realizado durante o m�s de junho.
Mesmo com a percep��o de melhora dos comerciantes de varejo, a ind�stria de materiais de constru��o n�o vive um bom momento. Segundo dados da Associa��o Brasileira da Ind�stria de Materiais de Constru��o (Abramat), o primeiro semestre de 2020 deve apresentar queda de 14,2% no faturamento do setor na compara��o com o mesmo per�odo de 2019. Em maio, �ltimo m�s revisado, a queda em rela��o ao ano passado foi de 21,5%. No varejo em geral, a situa��o s� come�ou a melhorar em maio.
Segundo o IBGE, ap�s duas fortes quedas em mar�o e abril (14% e 17,5%, respectivamente), o volume de vendas no varejo ampliado teve alta acentuada em maio, de 19,6%. No acumulado do ano at� maio, esse indicador registrou queda de 8,6%.
Para o superintendente da Anamaco, Waldir Abreu, � esperado que o varejo seja mais positivo em suas percep��es e expectativas. "O comerciante � otimista por natureza, rep�e estoques, faz compras. A ind�stria, por outro lado, � sempre menos otimista", explica. Na vis�o de 45% dos varejistas pesquisados, por exemplo, haver� crescimento nos pr�ximos tr�s meses. Apenas 11% esperam queda e 44% dos participantes acreditam na estabilidade. O �nimo dos comerciantes de materiais de constru��o tem algumas raz�es de existir. Segundo o Term�metro Anamaco, a hip�tese mais razo�vel � de que as medidas de sustenta��o da renda, com destaque para o Aux�lio Emergencial, favoreceram a demanda por materiais de constru��o.
A pesquisa indica ainda que a continua��o do otimismo desses varejistas no segundo semestre depende do arrefecimento da pandemia e da r�pida recupera��o das atividades econ�micas. Como esse cen�rio � "pouco prov�vel", um caminho apontado pelo levantamento para dar manuten��o �s boas expectativas � a "combina��o de uma lenta recupera��o da economia, com prorroga��o - ainda que parcial - das medidas de sustenta��o da renda".
Diferen�as
Ainda que a maioria dos pesquisados tenha indicado aumento de vendas na compara��o com o ano passado, as empresas menores foram as que mais relataram um cen�rio oposto. Das firmas com 1 a 4 funcion�rios, 33% reportaram queda nas vendas. Nas empresas com mais empregados, essa porcentagem variou de 14% a 20%. Al�m disso chamou a aten��o o fato do segmento de cer�mica ser um dos que apresentou melhor desempenho.
Das casas de constru��o especializadas em revestimentos, 67% declararam ter um resultado positivo de mar�o a maio. Dentre as focadas em produtos b�sicos, esse �ndice foi de 46%. A pior percep��o foi das casas voltadas para material el�trico, apenas 30% registraram resultados positivos.
"Uma parte do aumento de vendas, sem d�vida, vem do aux�lio emergencial. Mas quando vemos que o setor de cer�micas se destacou, percebemos que esse consumo � maior do que o incentivo do governo. As pessoas n�o pararam suas obras e sentiram vontade de mexer com a casa por passar mais tempo nela", diz Waldir Abreu. Ele lembra ainda que, tradicionalmente, o segundo semestre costuma ser melhor para o setor. No m�s de junho, ali�s, quando foi realizada a pesquisa, 46% dos lojistas j� assinalava mais uma alta de vendas para o m�s. Mesmo assim, Abreu chama a aten��o para o fato de que o aumento do n�mero de desempregados � preocupante para o setor.
"A preocupa��o de agora � que, no setor de com�rcio e servi�os, o desemprego chegou a 30%. Se n�o houver desonera��o da folha de pagamento e prorroga��o das medidas de suspens�o de contratos e redu��o de jornada, esse n�vel de desemprego pode subir", diz o superintendente da Anamaco.
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